Licurgo S. de Lacerda Filho
> Alfred Russel Wallace
Todo estudante do ensino médio
já ouviu referências à famosa Teoria da Evolução
das Espécies, mas quase todos creditam a autoria do estudo, exclusivamente
ao cientista inglês Charles Robert Darwin (1809 - 1882).
A verdade é que Darwin teve seu parceiro na formulação
de sua teoria, mais do que isto, teve alguém que o impeliu a
publicar suas hipóteses.
Este alguém compartilhava das mesmas idéias e conclusões,
eles até trocavam correspondências sobre o assunto. Esta
pessoa ao publicar suas idéias no manuscrito “On
the Tendency of Varieties to Depart Indefinitely from the Original Type”,
encaminhou-o para Darwin. O cientista, após ler aquele estudo,
decidiu também publicar sua teoria, fruto de vinte anos de pesquisa,
e o fez sob o título de “On the Origen of Species”.
Este alguém que nos referimos foi o naturalista,
geógrafo, antropólogo e crítico social Alfred Russel
Wallace, oriundo do País de Gales, tendo nascido no ano de 1823
e desencarnado em 1913.
Apesar do interesse que desperta a Teoria da Evolução
das Espécies e os conceitos sobre a Seleção Natural,
que por vezes quer justificar alguns aspectos da evolução
como obra do acaso, onde o mais forte conseguiria sempre sobreviver
impondo sobre o mais fraco - teoria que descarta a possibilidade de
um planejamento divino para a evolução das formas de vida
- o que realmente nos interessa é a questão espiritual,
na qual se envolveu Alfred R. Wallace. Tal questão transformou-o
de um cético materialista, em um espiritualista convicto.
Sua porta de entrada para o Espiritualismo se deu por meio de experiências
com o mesmerismo, em 1844. Em seguida Alfred viajou pelos trópicos
durante doze anos, inclusive no Amazonas, realizando seus estudos sobre
história natural. Nestas viagens tomou contato com os termos
“mesas girantes” e “espírito batedor”.
Quando retornou de sua longa viagem, imbuído de grande espírito
cientifico, resolveu estudar aqueles assuntos com mais cuidado.
Em 1865, realizou suas primeiras experiências em busca de respostas.
Para tanto, utilizou a mediunidade da britânica Mary Marshall
(1842 - 1884). Por meio da médium profissional foram obtidos
fenômenos envolvendo levitação de mesas e movimento
de objetos sem contato, alguns encontros foram realizados em plena luz
do dia. Durante o ano de 1867, a médium obteve manifestações
envolvendo o Espírito John King.
Continuando sua trajetória como pesquisador, Alfred descobriu
e acompanhou a educação da mediunidade de Agnes Nichol
Guppy. As reuniões com a médium demoveram definitivamente
qualquer desconfiança do estudioso nos acontecimentos de origem
espiritual.
Em uma das reuniões com Agnes, ele recebeu uma comunicação
de sua mãe, pelo método das batidas. A desencarnada afirmou
que estaria presente em uma fotografia a ser tirada pelo médium
e fotógrafo inglês Hudson, que seria o primeiro a obter
êxito na fotografia de Espíritos na Inglaterra, no ano
de 1872.
Alfred procurou o médium, escolheu todas as posições
para as fotografias e concluiu:
“Estive em três
sessões, em todas escolhendo o meu próprio lugar. De cada
vez uma segunda figura apareceu no negativo comigo. A primeira era uma
figura masculina, com um punhal; a segunda era um corpo inteiro, aparentemente
a alguns pés para o lado e por trás de mim, olhando para
baixo para mim e sustentando um ramo de flores. Numa terceira sessão,
depois de me colocar e depois que a chapa fora colocada na máquina,
pedi que a figura viesse para junto de mim. A terceira chapa mostrou
uma figura feminina, de pé, junto e em frente de mim, de modo
que o planejamento cobriu a parte inferior de meu corpo. Assisti à
revelação de todas as chapas e em cada caso a figura “extra”
começou a aparecer no momento em que o revelador era despejado,
enquanto o meu retrato só se tornava visível cerca de
vinte segundos depois. Não reconheci nenhuma das figuras nos
negativos; mas no momento em que tirei as provas, ao primeiro relance
a terceira chapa mostrou um inconfundível retrato de minha mães
- como era, na atitude e na expressão; não aquela semelhança
de um retrato feito em vida, mas algo pensativa, uma semelhança
ideal - ainda assim, para mim, uma semelhança inconfundível”.
O cientista passou então a participar de variadas experimentações,
o que levou o periódico “Fortnightly Review”
a convidá-lo para escrever um artigo sobre o Espiritualismo,
em 1874. Ele escreveu um artigo sob o título “A
Defence of Modern Spiritualism”.
Devido as suas crenças espiritualistas ele enfrentou diferenças
com os seus colegas cientistas. Alfred acreditava em uma dimensão
espiritual da mente, por conta disto Darwin teria ficado indignado e
escreveu para o companheiro: “Espero que o senhor não
tenha assassinado de uma vez o meu filho e o seu”.
Para Darwin, a quem é atribuído vulgarmente o crédito
exclusivo da famosa Teoria, as capacidades cognitivas e mentais do homem
eram produto exclusivo da seleção natural. Ele acreditava
na evolução dos seres, mas limitava tal evolução
à condição humana. Alfred aceitava a única
verdade: a evolução não tem limites carnais, rompe
as barreiras do corpo e segue para as possibilidades infinitas.
A nobreza de Alfred pôde ser percebida em duas ocasiões,
quando remeteu se manuscrito para Darwin, ao invés de fazê-lo
diretamente para a comunidade cientifica, e quando, no final de sua
encarnação, afirmou que sua maior conquista tinha sido
impelir Darwin a publicar seus estudos.
Fonte: Livro: A
Mediunidade na História Humana
http://www.omensageiro.com.br/personalidades/personalidade-75.htm
* * *
Alfred Russel Wallace
(Reino Unido, 1823-1913)
No início de 1837, Wallace foi a Londres para viver temporariamente
com o irmão John. Enquanto lá esteve, assistiu a palestras
no Salão de Ciência e se familiarizou com as idéias
socialistas de Robert Owen, bem como com as idéias dos céticos
religiosos (seu agnosticismo começou nesse momento e, numa época
posterior, o impediu de considerar com seriedade as concepções
ortodoxas, primordialmente com conotações religiosas,
sobre a formação de novas espécies). No verão
seguinte, foi aprendiz de seu irmão William, um topógrafo,
com quem trabalhou a maior parte do tempo até meados de dezembro
de 1843. [...]
Em 1845, a morte de seu irmão William forçou Wallace a
voltar durante um breve período ao trabalho de levantamento topográfico
e construção, mas ele continuou a ler, coletar e se corresponder
com Bates. Em 1847, sugeriu insolentemente a Bates que transferissem
seus esforços de coleta ao continente proibido da América
do Sul e ganhassem seus próprios sustentos com a coleta de objetos
de história natural. "A Voyage up the River Amazon"
[Uma viagem pelo Rio Amazonas] de W.H. Edwards, publicado em 1847, os
estimulou a fazer uma jornada à bacia amazônica, que Wallace
explorou de 1848 a 1852.
Embora tenha conquistado uma reputação científica
por seu excelente trabalho no Amazonas, Wallace perdeu a maior parte
de seu material e quase a própria vida quando seu navio pegou
fogo e afundou no Atlântico durante a viagem de volta. Depois
de seu resgate e chegada à Inglaterra, Wallace decidiu embarcar
em outra longa expedição, dessa vez para o Arquipélago
Malaio (atualmente Indonésia e Malásia). Durante aquele
período de extensa exploração (1854-1862), Wallace
formulou o princípio da seleção natural e fez muitas
outras descobertas fundamentais em biologia, geologia, geografia, etnografia
e outras ciências naturais. [...]
O estímulo imediato para Darwin, contudo, foi um artigo escrito
por Wallace intitulado "On the Tendency of Varieties to Depart
Indefinitely From the Original Type" [Sobre a Tendência
de as Variedades Divergirem Indefinidamente do Tipo Original]. Depois
de publicar seu artigo sobre evolução em 1855, Wallace
tinha continuado a busca por um mecanismo evolutivo. Muito doente com
a malária enquanto esteve na grande ilha de Gilolo [na Indonésia],
a cerca de 16 quilômetros de Ternate, ele formulou o princípio
da seleção natural, o agora famoso mecanismo de evolução;
ao retornar a Ternate, enviou em 9 de março de 1858 um artigo
(e uma carta de apresentação) a Darwin expondo sua descoberta
há tanto perseguida. As evidências atuais sugerem que a
"bomba" chegou à Mansão Down [residência
de Darwin] no terceiro (ou quarto) dia de junho de 1858.
Determinados de que seu amigo Darwin deveria receber o reconhecimento
de prioridade, Lyell e Hooker decidiram que o artigo de Wallace deveria
ser apresentado perante a Sociedade Lineana de Londres juntamente com
um excerto de um ensaio de Darwin sobre a seleção natural
e uma carta de Darwin a Asa Gray discutindo a divergência (1/7/1858).
Comentários introdutórios de Hooker e Lyell enfatizaram
que a prioridade da descoberta era de Darwin, e o artigo de Wallace
foi apresentado por último. Wallace nem sequer foi consultado
sobre essas questões. Ficou sabendo da apresentação
somente depois que os artigos já tinham sido publicados em 20
de agosto de 1858. Os textos concentraram-se na seleção
natural e na divergência das espécies, e não nos
argumentos gerais para a evolução. A "Origem"
de Darwin foi publicada em fins de novembro de 1859.
Trecho do verbete escrito por H. Lewis McKinney
(Universidade do Kansas, EUA).
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u349860.shtml
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Alfred Russel Wallace
O naturalista Alfred Russel Wallace
tornou-se célebre pela formulação de uma teoria
da origem das espécies pela seleção natural, em
estudos realizados independentemente de Charles Darwin.
Alfred Russel Wallace nasceu em 8 de
janeiro de 1823, em Usk, Monmouthshire, Inglaterra. De seu interesse
inicial pela botânica passou ao estudo dos insetos por influência
do naturalista britânico Henry Walter Bates, que conheceu por
volta de 1844. Ambos empreenderam uma expedição pela Amazônia
em 1848, onde permaneceram por dois anos. Com exceção
do material que Wallace enviou para a Inglaterra, a valiosa coleção
acumulada na expedição foi consumida pelo fogo na viagem
de volta. O naturalista conservou também anotações
que lhe permitiram escrever Narrative of Travels on the Amazon and
Rio Negro (1853; Narrativa de viagens pela Amazônia e pelo
rio Negro). De 1854 a 1862, Wallace viajou pelo arquipélago malaio.
Fixou-se depois em seu país e se dedicou a pesquisas científicas.
Em 1858, apresentou o trabalho On
the Tendency of Varieties to Depart Indefinitely from the Original Type
(Sobre a tendência das variedades de se afastar indefinidamente
do tipo original) ao mesmo tempo em que Darwin apresentava sua teoria
da evolução das espécies. Wallace divergiu de Darwin,
que defendia a tese da seleção sexual, por preferir a
da sobrevivência do mais forte e aceitar, coerente com sua tendência
para o espiritualismo, a intervenção de forças
superiores na evolução das espécies.
A obra The Malay Archipelago
(1869; O arquipélago malaio) foi resultado da pesquisa feita
no arquipélago malaio, onde Wallace investigou a distribuição
geográfica dos animais. Sua Geographical Distribution of
Animals (1876; Distribuição geográfica dos
animais) deu-lhe papel relevante na história da zoogeografia
e divulgou estudos precursores sobre a influência da divisão
de terras emersas e dos mares sobre a genealogia das espécies.
Wallace interessou-se ainda por
questões tão diferentes quanto a da nacionalização
da terra, do sufrágio feminino, que defendia, e da vacinação,
que combatia. Deixou obra extensa que inclui um livro sobre espiritualismo,
Miracles and Modern Spiritualism (1875; Os milagres e o espiritualismo
moderno) e a autobiografia, My Life (1905; Minha vida). Alfred
Russel Wallace morreu em Broadstone, Dorset, Inglaterra, em 7 de novembro
de 1913.
Fonte: http://biomania.com.br/bio/conteudo.asp?cod=2738
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