Espiritualidade e Sociedade





William Jacob

>   O perdão no casamento

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William Jacob
>   O perdão no casamento

 

 

Quando lemos e estudamos o Evangelho, nos deparamos com ensinamentos valiosos para o bem viver e o bem se relacionar, e, uma das falas mais lembradas de Jesus é a necessidade que temos de perdoar, “não apenas sete, mas setenta vezes sete vezes” numa ofensa recebida, portanto, fica evidente a necessidade que temos de exercer essa caridade e gesto sublime, até porque, todos necessitamos da compreensão e perdão por eventuais faltas cometidas, conscientemente ou não.


O perdão só se faz necessário quando nos sentimos ofendidos por outrem, logo, não fica difícil perceber que, quanto mais tempo convivemos com alguém, maiores as chances de nascer algum conflito, exigindo grandes esforços para o entendimento em busca do bom convívio.

Deste modo, não podemos nos esquecer que o casamento é desafiador, solicitando do casal humildade para dar ou pedir perdão em prol da harmonia do lar.

Algumas discussões nascem de atitudes aparentemente sem importância, como uma toalha molhada jogada na cama, um sapato fora do lugar, e outras que, se não forem devidamente trabalhadas pelo casal, podem ser uma gota a mais num copo que um dia transbordará em forma de separação. Mas, outra vezes, observamos que o perdão se faz necessário diante de situações mais delicadas, como a traição daquele que opta por manter relação extraconjugal, ferindo a confiança do traído, que precisará, apesar de estar certo, perdoar aquele que se aventurou em busca de prazeres e aventuras.

Embora seja possível, perdoar não implica continuar convivendo com o traidor, há aqueles que fazem o movimento amoroso de perdoar o adúltero, mas perdem a confiança e decidem por não manter a relação, saindo dela amadurecidos, sem mágoas e ressentimentos, demonstrando uma maturidade nem sempre compreendida pela sociedade, pela família e até mesmo por aquele que implorou perdão pelo ato infeliz, já que tal “abandono” pode ser encarado, equivocadamente, como falta de perdão. E, há outros que dizem superar o problema, continuam casados, mas, internamente não trabalharam bem a questão, vivendo uma relação sem a amorosidade e respeito necessários.

Para facilitar esse difícil caminho em direção ao perdão, contamos com algumas orientações da Doutrina Espírita, em especial a que nos afirma estarmos num mundo de provas e expiações, muito longe dos mundos celestes, onde habitam os espíritos puros, por isso, tenhamos a certeza de que não encontraremos como parceiros numa relação conjugal nenhum anjo, ou alguém possuidor de todas as virtudes, do mesmo modo que também não as possuímos. Isso não serve para justificar erros cometidos e nem a falta de esforço em busca de mais acertos do que erros, mas apenas para que sejamos mais misericordiosos uns com os outros, como muito bem orientou Jesus, na sua bem-aventurança, quando disse: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”.

E, como espírito imortal, precisamos pensar se, na presente encarnação, estamos progredindo ou mantendo-nos estagnados; se a experiência como cônjuge tem sido proveitosa ou se a mesma está servindo apenas para maior comprometimento perante a própria consciência.

O maior desafio não é estar ou não casado, mas ter comportamentos cristãos, independente do nosso estado civil. Não tenhamos dúvidas, de que, se agirmos como Jesus nos ensinou e exemplificou, fazendo ao outro o que gostaríamos que nos fosse feito, estaremos contribuindo pela harmonia do lar, e, consequentemente, melhorando o mundo em que estamos.

 

 

 

 

Fonte: Revista CELD de Estudos Espíritas
https://celd.xyz/wp-content/uploads/03-Revista_CELD_Marco-2018.pdf

 

 

 

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