Espiritualidade e Sociedade





William Jacob

>   O vai e vem no centro espírita

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William Jacob
>   O vai e vem no centro espírita

 

 

Léon Denis tinha uma capacidade incrível de observar detalhes na Natureza e comparar com o comportamento humano, basta ler qualquer uma de suas obras para perceber a familiaridade com que o Apóstolo do Espiritismo fazia tal relação.  





No livro O Porquê da Vida encontramos a seguinte reflexão: “Vejam os pássaros dos nossos climas durante os meses de inverno, quando o céu está sombrio, e a terra coberta com um branco manto de neve; aconchegados uns aos outros, à beira de um telhado, eles se aquecem, mutuamente, em silêncio. A necessidade os une. Porém, voltam os belos dias, o Sol resplandecente, a provisão de alimentos abundante, eles gritam cada um mais do que o outro, perseguem-se, batem-se, despedaçam-se. Assim é o homem. Doce, afetuoso para com seus semelhantes nos dias de tristeza, a posse dos bens materiais, torna-o, muito frequentemente, esquecido e rude”.

Podemos afirmar com muita tranquilidade que, se nem todos os países têm o frio rigoroso da França, em que Léon Denis viveu, em todas as nações encontraremos indivíduos que se deixaram dominar pelos interesses da matéria e a colocaram como prioridade.

A busca de aconchego junto aos outros nos momentos difíceis se dá em várias fases da vida, muitas vezes, a necessidade material faz com que desenvolvamos a humildade e peçamos ajuda a algum amigo ou pessoa da família; alguma doença que aproxima indivíduos que não se falavam há tempos, em que o frio da mágoa cede espaço ao calor do perdão e do entendimento; mas, outras vezes, diante de diversas aflições pessoais, saímos em busca de auxílio e o encontramos num centro espírita.

O grande desafio do ser humano é deixar de se comportar como os pássaros quando chega o verão. Nos exemplos citados podemos imaginar que, o que conseguiu o equilíbrio financeiro e o que alcançou a cura se deixem dominar, novamente, pelo orgulho e egoísmo, mas, e com relação ao que chegou ao centro espírita? Esse último, de modo equivocado, alcançado o que almejava de início, acha que o centro se tornou dispensável e não retorna mais, ou se tornam os famosos papa-passes, que chegam faltando minutos para o fim da palestra só para tomar “aquele passe”, de preferência pelo “médium forte”. Entendemos que o centro espírita tem seu lado “hospital”, em que algumas enfermidades são curadas ou aliviadas, mas o objetivo maior de um centro espírita é educar almas e tal educação não se consegue a toque de caixa, assistindo a algumas palestras, lendo alguns livros ou tomando passes, mas sim com muita perseverança, paciência e disciplina.

Aqueles que encaram o centro espírita apenas como hospital costumam voltar ao mesmo apenas nos momentos de dores físicas ou emocionais, sumindo assim que o problema é resolvido, ficando nesse vai e vem sem-fim.

Mas aqueles que compreendem o verdadeiro objetivo do Espiritismo, que é a transformação moral do ser, percebem que ainda precisamos muito da Doutrina codificada por Allan Kardec, o que não implica ter que ir todos os dias ou semanas ao centro, mas que nos convida, cada um dentro das suas possibilidades, a manter o estudo e a compreensão das Leis Divinas, a fim de que quando chegar o momento de retornar ao verdadeiro lar, que tenhamos a consciência tranquila pelo cumprimento do dever e possamos ter a alegria de retornar mais evoluídos do que quando de lá saímos rumo à Terra, eis o objetivo de todo ser humano.

 

Fonte: https://celd.xyz/wp-content/uploads/10-Revista_CELD_Outubro_2017.pdf

 

 

 

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