Espiritualidade e Sociedade





William Jacob

>   Jesus não precisa ser bajulado, mas imitado

Artigos, teses e publicações

William Jacob
>   Jesus não precisa ser bajulado, mas imitado - Ele é guia e modelo da humanidade, e não um ídolo

 

Certa vez, após uma palestra de um conhecido palestrante espírita, um amigo, também expositor, me confessou não ter gostado da mesma, algo normal, afinal de contas, impossível agradar a todos, e mesmo tal palestrante sendo muito querido por muitos, é um direito de qualquer um não gostar. Mas o que me chamou a atenção foram as justificativas deste meu amigo.

Primeiro ele disse que o palestrante provocou risos no público, e que centro espírita não é circo. Não ficaria preocupado se apenas ele pensasse assim, mas muitos acham que o estudo sério da Doutrina significa ser mal humorado ao falar de Espiritismo; confundem seriedade na condução de uma casa espírita com sisudez no trato com as pessoas.

Entreter o público durante a palestra, com algum caso não apenas engraçado, mas também edificante, é uma técnica que mantém os ouvintes mais despertos, e, portanto, mais atentos aos ensinamentos que se quer transmitir, evitando que o expositor fale quase que apenas aos desencarnados, que não dormem.

A outra justificativa é de que o renomado palestrante quase não citou o nome de Jesus. Resolvi perguntar no que o expositor contrariou o Evangelho, e ele afirmou que em nada, mas que sentiu falta de ouvir passagens evangélicas na exposição, e emendou uma série de elogios pomposos ao Galileu, que o credenciaria a líder de fã clube.

Aqui estamos diante de uma situação que cabe algumas reflexões. Nada contra quem tenha capacidade e o hábito de citar o Cristo ao longo de sua fala, mas não podemos julgar a qualidade de uma palestra pela quantidade de citações que se faz do Nazareno ou de passagens narradas ou vividas por ele, mas sim pelo conteúdo e elevação moral da mensagem.

Cada orador tem um estilo, que, por sua vez, pode ter relação com suas últimas encarnações, e essa diferença se torna um ponto positivo na divulgação doutrinária, atendendo aos diferentes anseios dos que assistem uma palestra espírita.

Para alguns Jesus é salvador, para os espíritas é guia e modelo, um irmão mais velho, que tem mais experiência, e por isso, é em quem devemos nos inspirar diante das dúvidas e desafios da vida.

Cristo não precisa de bajuladores que o enchem de elogios, de palavras bonitas e difíceis, mas sim de imitadores, que conduzam suas vidas da maneira mais cristã possível.

A tarefa do Cristo é imensa, governar e dirigir o planeta, como afirmou, primeiramente, Léon Denis no livro Cristianismo e Espiritismo:

“A passagem de Jesus pela Terra, seus ensinamentos e exemplos deixaram traços indeléveis; sua influência se estenderá pelos séculos vindouros. Ainda hoje, ele preside os destinos do globo em que viveu, amou e sofreu. Governador espiritual deste planeta veio, com seu sacrifício, encarreirá-lo para a senda do bem, e é sob sua direção oculta e com o seu apoio que se opera essa Nova Revelação” (...)

Saber que um dia seremos como o Cristo é inspirador, mas, não chegaremos lá apenas exaltando-o, citando-o ou narrando suas passagens, mas vivenciando, cada dia um pouco mais, as lições que ele legou para a eternidade.

A proposta do Evangelho é nos tornar membros ativos na construção de uma sociedade mais
justa, amorosa e pacífica, e as palestras espíritas, não importa se com muitas ou poucas citações a Jesus, desde que apoiadas na moral evangélica, têm o papel de nos auxiliar a atingir nosso objetivo.

 

 

 

 

Fonte: https://celd.xyz/wp-content/uploads/08-Revista_CELD_Agosto_2017.pdf

 

 

 

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