William Jacob
> Diante da dor, sejamos exemplos aos outros - Os outros não
são apenas os encarnados, mas, também, aqueles que estão
do outro lado
Léon Denis, o Apóstolo
do Espiritismo, nas brilhantes páginas do livro O Problema
do Ser e do Destino, escreveu algo que precisamos compreender
e praticar no que se refere ao exemplo que devemos ser quando formos
visitados pela dor e pelas aflições ao longo da vida.
“Esforça-te, por tua vez, para ser um exemplo para os
outros; por tua atitude no sofrimento, tua aceitação
voluntária e corajosa, tua confiança no futuro, torna-a
mais aceitável aos olhos
dos outros.”
Muitos podem imaginar que Léon Denis esteja pedindo demais,
mas a história da humanidade está repleta de indivíduos
que, mesmo em meio às dificuldades e aos desafios constantes
que enfrentavam ao longo da existência, se tornaram exemplos
de dedicação e amor, trabalho e abnegação.
No meio espírita, e até fora dele, poderíamos
citar vários nomes conhecidos pelo grande público, mas
preferimos convidar o amigo leitor a olhar pra perto de si e ver que
pessoas consideradas comuns também são capazes de enfrentar
graves doenças, perda de entes queridos, problemas financeiros
e, mesmo assim, não paralisar e nem desanimar de viver diante
de tais dificuldades.
E, essas pessoas, mesmo que sem intenção, acabam se
tornando referências para nós, que, apesar de termos
problemas relativamente menores, queixamos mais e deixamos de fazer
algo de bom para a vida e para o próximo.
O fato é que, se esperarmos a ausência de problemas para
nos disponibilizarmos ao trabalho no bem, certamente, desencarnaremos
sem fazer nada. Estamos num mundo de provas e expiações,
e as dores são uma constante na vida de todo encarnado, não
existe um único indivíduo que esteja imune às
provações.
A proposta de Léon Denis, que nos convida a sermos exemplos
aos outros, exige de nós um olhar mais ampliado, entendendo
que somos observados não apenas pelos encarnados, mas também
pelos que habitam o outro plano.
Neste ponto importa saber que, do mesmo modo que gostaríamos
de ver os entes queridos bem, equilibrados e fazendo algo de bom no
mundo dos espíritos, eles também esperam isso de nós.
Muitos anseiam uma notícia do Além contendo informações
dos seres amados, e, dificilmente, alguém quer uma notícia
ruim, de que eles estejam paralisados, sofrendo e se lamentando de
tudo e de todos, mas, assim como nós, eles também querem
boas informações dos familiares deixados para trás.
A diferença é que, para sabermos algo em relação
a eles, dependemos de uma série de fatores, a começar
por conseguir um médium com tal capacidade, confiável
e que seja um bom instrumento na mão dos espíritos,
e, em seguida, vêm as questões espirituais, como por
exemplo, se o espírito tem condição de se comunicar,
se tem autorização dos benfeitores, e outros pormenores
que facilitam ou dificultam o recebimento de uma mensagem.
Essas dificuldades são diminuídas quando se trata da
comunicação que parte da Terra em direção
ao mundo espiritual, já que podemos, pelo pensamento, enviar
“cartas” ao Além, dizer aos nossos familiares que
lá habitam, como estamos, da saudade que sentimos e da certeza
da fé no reencontro no tempo correto e determinado no livro
da vida de cada um.
Cuidemos de nós, sejamos resignados, e, assim, faremos um bem
não apenas a nós mesmos, mas também aos outros,
estejam estes visíveis ou invisíveis.
Fonte: Revista
CELD de Estudos Espíritas
> https://celd.xyz/wp-content/uploads/01-Revista_CELD_Janeiro-2018.pdf
* * *
topo
|