Espiritualidade e Sociedade





William Jacob

>   Aprendendo com a dor

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William Jacob
>   Aprendendo com a dor

 

 

A dor é um grande mistério para muitos que ignoram a existência do espírito imortal e suas múltiplas existências. Deixa de ser um enigma na medida em quem se estuda e compreende a imensidão da vida, que antecede o berço e sucede o túmulo.

Ao estudar a doutrina dos espíritos podemos afirmar que a origem da dor, seja ela física ou emocional pode ter sua causa numa existência anterior, na atual, ou até mesmo ser uma consequência do tipo de mundo que habitamos, muito material e por isso mesmo sujeito a constantes transformações.

Se sabemos ou não qual o motivo exato de determinada dor, o importante é saber que Deus, sendo a Inteligência Suprema do Universo não erra, nunca errou e jamais errará, e sendo Deus soberanamente bom, percebemos que de todo mal nasce um bem maior.

Acusam os espíritas de gostar de sofrer, o que é um erro. O adepto sincero e conhecedor do ensino dos espíritos compreende porque sofre, e diante disso encontra forças suficientes para superar ou suportar os problemas sem se queixar e se revoltar. Léon Denis, o Apóstolo do Espiritismo, nos convida à resignação na fantástica obra O Problema do Ser e do Destino:

“Aprende a sofrer! Não te digo: procura a dor. Mas quando ela se apresentar, inevitável, em teu caminho, acolhe-a como uma amiga, aprende a conhecê-la, a apreciar sua beleza austera, a captar seus secretos ensinamentos. Estuda sua obra oculta; em vez de te revoltares contra ela ou, de ficares abatido, inerte e acovardado sob a ação dela, associa tua vontade, teu pensamento, ao objetivo que ela se propõe; procura extrair de sua passagem por tua vida todo o ganho que ela possa oferecer a teu espírito e a teu coração”.

Não precisamos sair por aí provocando novas dores, mas quando elas chegarem – e chegarão – tenhamos a paciência de extrair delas o ensino nem sempre escancarado aos nossos olhos, caso contrário continuaremos num ciclo em que a dor permanecerá ou voltará mais tarde até que assimilemos o que ela quer nos ensinar. Podemos exemplificar tal situação quando há um divórcio que não deixa lições aos envolvidos, e, aquele que não aprendeu nada com o antigo relacionamento, ou que apenas transfere ao ex-cônjuge a responsabilidade do fracasso matrimonial, encontrará na nova companhia defeitos semelhantes às da anterior, e dirá “são todos(as) iguais, só mudam de endereço”, na verdade isso é simplesmente a lei de atração em exercício, onde a criatura atrai situações e pessoas que lhe possibilitem aprendizados necessários para sua evolução.

Daí nasce uma dúvida. Precisamos atrair todas as dores e situações infelizes para nossa vida? Não, pois podemos aprender com a dor que o outro atravessa. Se uma pessoa fracassa na sua vida financeira por gastar mais do que ganha, não preciso fazer o mesmo para aprender que devo gastar o que ganho, ou se possível menos a fim de ter uma reserva para imprevistos. Ou seja, a dor sempre pode ensinar, mas pra isso é preciso ter uma sensibilidade e uma vontade de aplicar a mudança de comportamento, evitando dores e fazendo um caminho menos áspero.

Há um provérbio chinês que diz “Quando não compreendemos a dor, ela nos dilacera. Quando entendemos sua finalidade, ela nos aperfeiçoa”. É um pensamento muito alinhado com o ensino espírita, que nos diz que o papel do sofrimento e da dor é sempre o progresso do ser.

Ou focamos na dor e adoecemos, ou nos fixamos no aprendizado e nos fortalecemos, a escolha é individual, mas não ignoremos o auxílio do Alto, sempre pronto a nos encorajar na melhor opção.

 

 

 

Fonte: https://celd.xyz/wp-content/uploads/06-Revista_CELD_Junho-2017.pdf

 

 

 

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