Espiritualidade e Sociedade





William Jacob

>   Acomodação não é resignação

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William Jacob
>   Acomodação não é resignação

 

 

A Doutrina Espírita nos convida à resignação diante das adversidades, ou seja, aceitar sem revolta aquilo que não podemos modificar. Como escreveu Léon Denis no seu livro Depois da Morte:

“Lutar contra a adversidade é um dever; abandonar-se, deixar-se levar pela preguiça, suportar sem reagir aos males da vida seria uma covardia. As dificuldades que temos a vencer exercem e desenvolvem nossa inteligência. Todavia, quando nossos esforços tornam-se supérfluos, quando o inevitável ergue-se, chega a hora de apelar para a resignação.”

Muita gente, sob o argumento de que está sendo resignado, não busca ajuda e cai na zona de acomodação.

Certa feita, presenciei uma cena que me chamou a atenção, dois amigos conversavam, quando um deles resolveu mostrar um vídeo do seu celular ao outro, que diz, “afaste um pouco o aparelho porque não enxergo de perto”, ao passo que o primeiro indaga o porquê do amigo nunca ter visto o amigo usando óculos, e tem como resposta a frase que me impactou, “é que me acostumei desse jeito”.

Seria muito bom se essa fala fosse um caso isolado, mas não é, de diferentes maneiras observamos indivíduos que se acomodam em situações em que seria melhor empregar energia, atenção e atitude em benefício de uma vida mais equilibrada e feliz.

Há quem se acomode numa relação conjugal violenta, outros se acostumam em empregos sem o mínimo de dignidade, e também existem aqueles que, diante de uma doença facilmente curável, abrem mão de tratamentos convencionais e espirituais.

As causas para tais comportamentos são várias, dentre elas o medo da mudança, ignorância, educação recebida pelos pais, dentre outros. Reclamar de sua situação para a pessoa certa e na dose correta, muitas vezes pode ser de grande valia. Porque muitos são aqueles que não se abrem em relação ao que sentem e fecham portas para auxílios que seriam importantes no processo de cura ou alívio.

Outros reclamam demais, pedem ajuda a quem não pode ajudar, e, se a pessoa oferece alguma sugestão de melhora, o “reclamão” logo coloca inúmeras dificuldades de execução, porque na verdade ele não quer melhorar, mas simplesmente se expor, despertar a piedade alheia que lhe coloca na situação de “coitado” e, com isso, ter suas carências afetivas atendidas. Isso tem sido muito comum em postagens nas redes sociais, em que a pessoa publica que está doente, machucada ou com problemas na vida, logo a publicação ganha maior repercussão que o normal e aquilo traz uma satisfação interior que, aliada à vaidade, pode causar uma espécie de vício em expor seus mínimos problemas como meio de se manter no centro das atenções, mas sem necessariamente estar tratando do seu problema.

Existem várias instituições e pessoas dispostas a auxiliar quem busca uma ajuda verdadeira, dentre elas o centro espírita, que através das terapias aplicadas pode aliviar as dores, mas que, se bem orientado, jamais deve perder de vista a educação do espírito imortal, que antecede o berço e sobrevive além-túmulo, para que, este, aprendendo o sentido da vida, possa então, amar cada vez mais, e, com isso, adoecer cada vez menos. Num mundo de provas e expiações, ser resignado é uma virtude que nos conduzirá cada vez mais “para a frente e para o Alto”, portanto, avancemos.

 

 

 

Fonte: Revista CELD de Estudos Espíritas
> https://celd.xyz/wp-content/uploads/12-Revista_CELD_Dezembro_2017.pdf

 

 

 

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