Reproduzimos aqui o artigo intitulado
As provações, publicado na coluna dominical "Chico
Xavier pede licença" do jornal Diário de S. Paulo,
na década de 1970.
Ele apresenta
o poema Elevação, ditado a Chico Xavier pelo espírito
Maria Dolores, que J. Herculano Pires (utilizando-se do pseudônimo
Irmão Saulo) comenta por meio do seu texto A Dor e o Tempo.
“A página de nossa irmã e benfeitora espiritual
Maria Dolores foi recebida em nossa reunião pública.
Achava-se conosco distinto jornalista da Guanabara, interessado
em observar como se processava a psicografia. Ele mesmo guardou
o original a lápis, deixando a cópia em nossas mãos.
Esclareço ainda
que, na reunião mencionada, o tema trazido a estudo foi a
questão 738 de O livro dos espíritos, relativa às
provações que assediam a Humanidade.”
ELEVAÇÃO
Maria Dolores
Escuta, alma querida,
Aceita as aflições e as lágrimas da vida,
Por agentes de acesso à Esfera Superior...
Mágoa, queixa, revolta e rebeldia
Lembram muralhas sob a noite fria
Furtando o coração à luz do amor.
Se a prova te retalha a alma sincera,
Perdoa, faze o bem, trabalha e espera
Aprendendo da estrada em derredor...
Tudo o que vive e sonha, sofre e ama,
Dos astros do Infinito aos vermes sob a lama,
Dando-se à elevação do futuro melhor...
O Sol poente que nos ilumina
É um gigante em perpétua disciplina,
Varando lutas que desconhecemos,
Por mais se lhe arremesse lixo à face,
Brilha em silêncio como se explicasse
Que só o amor domina os Céus Supremos...
Corre a fonte da penha ao chão da serra,
Depois, ganhando o vale, faz da terra
Verdejante celeiro em garbos de jardim...
Pelo bem que constróis, de segundo a segundo,
Muitas vezes recolhe os detritos do mundo,
Mas beija lodo e pedra e canta mesmo assim!
O carvão na lareira acende a chama,
O tronco mutilado não reclama,
A estrada se aprimora aguentando tratores...
No trigo triturado o pão puro se asila,
Cria-se a porcelana em fogo sobre a argila,
O roseiral podado dá mais flores!...
Assim também, alma querida e boa,
Não recuses a dor que aperfeiçoa
Se nos espanca os sonhos, teus e meus,
Golpes, tribulações, angústias, tempestade
São recursos da vida erguendo a Humanidade
Para a bênção de Deus.
A DOR E O TEMPO
José Hercuano Pires / Irmão Saulo
As coisas naturais são constantes lições
de paciência ao nosso redor. Tudo no mundo nos ensina duas lições
fundamentais: a da evolução e a da imortalidade. Porque
tudo se desenvolve em direção ao futuro e tudo morre para
renascer. A ciência reconhece que nada se perde, tudo se transforma.
A filosofia, mesmo em suas correntes mais atuais e mais negativas, reconhece
a evolução geral e admite que o homem é um projeto,
ou seja, uma flecha que atravessa a existência em direção
a um alvo superior.
Se nos recusamos a entender as lições
que nos rodeiam e as que brotam do fundo de nós mesmos, é
porque, segundo explica a questão 738 de O livro dos espíritos:
“Durante a vida o homem relaciona tudo ao seu corpo.” Mas,
diz a mesma questão: “após a morte pensa de outra
maneira”. Apegados ao corpo, limitados pelas percepções
físicas, avaliamos a dor pela medida do tempo. Entretanto, os
espíritos nos lembram, nessa mesma questão: “Um
século do vosso mundo é um relâmpago na eternidade.”
Jesus nos ensinou, por isso, o desapego, advertindo:
“Quem se apega à sua vida perdê-la-á”.
Maria Dolores se comunica em poesia para nos tocar ao mesmo tempo o
sentimento e a razão. É a mesma técnica usada por
Jesus nas parábolas e na poesia do 'sermão do monte'.
A didática moderna confirma a eficiência desse método
que nos relaciona com as cosias naturais, que se serve do estímulo
do ambiente, da lição das coisas concretas para nos levar
à compreensão do sentido da vida.
A dor, ensinou Léon Denis, discípulo e
sucessor de Kardec, é uma lei de equilíbrio e educação.
A psicologia moderna comprova que aprendemos através de tentativas
frustradas, de ensaios sucessivos. É por meio dos erros que chegamos
ao acerto.
A sabedoria popular nos diz: “O que arde cura,
o que aperta segura.” As pessoas inquietas perguntam porque há
de ser assim, porque Deus não nos criou perfeitos e bons. Mas
Rousseau já ensinava que tudo sai perfeito das mãos do
Criador. A perfeição inclui também o livre-arbítrio,
pois só através dele chegamos à consciência
plena.
A dor de um minuto nos desperta para a felicidade sem
limites, como a ventania de um instante limpa a atmosfera por muitos
dias.
Fonte: http://www.fundacaoherculanopires.org.br/pedelicenca/provacoes
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