Não vemos a verdade, conforme
afirmou Jesus Cristo, porque nossa mente trabalha sem estar ligada
aos nossos sentidos e emoções mais profundos.
As ilusões nos impedem que
realmente tenhamos os olhos de ver, e porque não buscamos a
verdade projetamos nos outros o que não podemos aceitar como
nosso.
Tentamos nos livrar de nossos próprios
sentimentos atribuindo-os a outras pessoas. Adão disse a Deus:
"eu não pequei, a culpa foi da mulher que me tentou".
Eva se desculpa perante o Criador: "toda a discórdia ocorrida
cabe à maldita serpente".
Assim somos todos nós. Quando
desconhecemos os traços de nossa personalidade, condenamos
fortemente e responsabilizamos os outros por aquilo que não
podemos admitir em nós próprios.
Nossa visão sobre as coisas
pode enganar-nos, pode estar disforme sob determinados pontos de vista,
pois em realidade ela se forjou entre nossas convicções
mais profundas, sobre aquilo que nós convencionamos chamar
de certo e errado, isto é, verdadeiro ou falso.
Na infância, por exemplo, se
fomos repreendidos duramente por demonstrarmos raiva, se fomos colocados
em situações vexatórias por aparentarmos medo,
ou se fomos ridicularizados por manifestarmos afeto e carinho, acabamos
aprendendo a reprimir essas emoções por serem consideradas
feias, erradas e pecaminosas por adultos insensíveis e recriminadores.
Porém, não damos conta
de que, ao adotarmos essa postura repressora, tornamo-nos criaturas
inseguras e fracas e, a partir daí, começamos a não
confiar mais em nós mesmos.
Se a nossa verdade não é
admitida honestamente, como podemos nos aproximar da Verdade Maior?.
Sentir medo ou raiva, quando houver
necessidades autênticas, seja para transpor algum obstáculo,
seja para vencer barreiras naturais, é perfeitamente compreensível,
porque a energia da raiva é um importante "fator de defesa",
e o medo é um prudente mediador em face de "situações
perigosas".
Para que possamos encontrar a Verdade,
à qual se referia Jesus, é preciso aceitar a nossa verdade,
exercitando o "sentir" quanto às nossas emoções,
e adequá-las corretamente na vida. A sugestão feliz
é o equilíbrio e a integração de nossas
energias íntimas, e nunca a repressão e o entorpecimento,
nem tampouco a entrega incondicional simplesmente.
O que é a Verdade? Disse o
Mestre: "Vim ao mundo para dar testemunho da Verdade; todo aquele
que é da Verdade ouve a minha voz".
Cremos no que vemos, mas muitas vezes
os órgãos dos sentidos nos enganam. .
Vejamos alguns exemplos:
A Terra parece parada; o arco-íris nada mais é do que
raios de sol atravessando gotículas d'água; e certas
estrelas que vislumbramos nos céus já não existem,
contudo, devido às distâncias enormes a serem percorridas,
as suas luzes continuam aportando na atmosfera de nosso planeta, dando-nos
a falsa impressão de vida real.
Cremos no que nos disseram, e, embora
não sejam situações vivenciadas ou experimentadas
por nós, aceitamos como sendo "verdades absolutas",
quando de fato eram "conceitos relativos".
Maneiras erradas de se ver a sexualidade,
a religião, o casamento, as raças e as profissões
distanciam-nos cada vez mais da realidade das situações
e das criaturas com as quais convivemos.
Procuremos sintonizar-nos com os olhos
espirituais, pois nossa percepção intuitiva é
ampla e precisa que a visão física.
Abramos as comportas de nossa alma,
para que captemos as inspirações divinas que deliberam
a vida em toda parte. Somente assim estaremos mais perto de conhecer
a Verdade à qual se referia o Mestre Jesus.