Resumo
Uma grande parte dos pós-graduandos
em ciências da religião no Brasil são nativos.
Alguns, inclusive, são fiéis de diferentes denominações
religiosas. Para eles, analisar os dogmas de sua própria
religião é um desafio. O texto analisa os problemas
resultantes do trabalho de campo na religião considerando
os embates do contato entre o pesquisador e o grupo avaliado.
As ciências humanas foram se distanciando de uma perspectiva
objetiva e reconhecem agora o papel da subjetividade. Na nossa área
específica, não só o investigador tem suas
próprias convicções religiosas, mas também
o grupo estudado tem sua própria opinião sobre a sua
religião, sobre a religião do outro, e também
sobre o que eles acham que poderia ser a religião a ser seguida
pelo cientista. Nossos nativos não são ingênuos
espectadores, nem são meras subjetividades; nem são
meros sujeitos passivos, destituídos de pensamento autônomo;
nem são projeções de nossas próprias
mentes.
Silas Guerriero
Antropólogo e Professor Associado
do Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências da
Religião da PUC-SP
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