Dissertação apresentada
como exigência parcial para obtenção
do título de Mestre em Ciências da Religião
à Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo, sob orientação do
Prof. Dr. Frank Usarski.
PUC-SP
2001
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RESUMO
A tendência à banalização da morte
e do morrer tem crescido muito. O mundo secularizado trouxe grandes
avanços para a humanidade mas, como consequência,
uma dura realidade se revela: não há lugar para
as expressões de sofrimento, dor e morte. Esta realidade
já é visível nos grandes centros urbanos,
onde os ritos e espaços que possibilitam a integração
e a reflexão sobre a morte, são pouco valorizados.
Entrar em contato com a morte nos obriga a encontrar um outro
sentido para a vida, mas também nos leva a buscar o da
morte.
Partindo da compreensão sobre morte e luto no desenvolvimento
humano, baseada em autores como Carl Gustav Jung, John Bowlby,
Colin Parkes, foi possível perceber que o tema pedia uma
ampliação para abordá-lo. A sociologia do
conhecimento de Peter Berger e Thomas Luckmann, a antropologia
da morte de Edgar Morin, as contribuições do historiador
Phillipe Àries auxiliaram em uma visão mais completa
deste ser humano diante da consciência de sua mortalidade.
O objetivo desta dissertação é demonstrar
a importância do espaço religioso, especificamente
o espiritismo, como continente à elaboração
do luto e às questões sobre a finitude humana. O
espiritismo, por acreditar em uma vida após a morte, entende
que é possível comunicar-se com os espíritos
dos mortos. A prática da psicografia, analisada neste trabalho,
acaba sendo um meio facilitador nesta elaboração
e acaba por criar um espaço de acolhimento deste enlutado
e de suas questões.
Finalizando, foram escutados 17 enlutados que contam sobre sua
experiência de perda, fundamentando a importância
de nos abrirmos para questão, do sentido de ser humano.
Este trabalho pretende contribuir para a compreensão da
religiosidade como pertencente a psique humana e como a existência
do indivíduo é permeada por crenças, símbolos
e atitudes religiosas que permitem integrar a morte em sua história
mas, principalmente, resgatar e valorizar a vida.
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