Michio Kaku em seu livro Hiperespaço, apresenta a
interessante e divertida estória do cientista e da pulga, para
falar dos equívocos da ciência: um cientista treinou
uma pulga para pular toda vez que uma sirene fosse tocada. Com a ajuda
de um microscópio, ele anestesiou uma das perninhas da pulga
e tocou a sirene. A pulga pulou. O cientista anestesiou, então,
outra perninha e tocou a sirene. A pulga novamente pulou. Ele repetiu
o processo anestesiando perninha por perninha, tocando a sirene e
verificando, sucessivamente, o pulo da pulga. Porém, após
anestesiar a última perninha, a pulga não mais pulou
não importando quantas vezes ou com que intensidade a sirene
era tocada. O cientista, então, proferiu solenemente sua conclusão:
as pulgas ouvem pelas pernas!
Pode parecer muita ingenuidade alguém concluir que uma
pulga ouve pelas pernas já que se conhece bem a fisiologia
da pulga. Mas, além da história da Ciência conter
vários exemplos desse tipo de conclusão, perante novos
e inexplorados fenômenos, é comum que equívocos
desse tipo ocorram. A estória do cientista e da pulga
serve de alerta para nós espíritas
questionarmos sempre as novidades
que surgem no meio espírita, mesmo aquelas feitas em nome da
Ciência. Elas podem estar mais erradas do que dizer que as pulgas
ouvem pelas pernas...
Aqui, desejamos destacar a sensatez e seriedade de Kardec perante
novos fenômenos em que mesas giravam, batiam e respondiam questões.
Longe de apresentar conclusões apressadas ou formular explicações
com base em teorias vigentes à época, Kardec adota a
postura científica séria de observar
extensamente esses fenômenos antes de propor explicações.
Já críticos e materialistas agiram da mesma forma que
o cientista da pulga: apressadamente propuseram teorias e explicações
para os fenômenos espíritas como alucinação,
fluido magnético, reflexo do pensamento, superexcitação
cerebral, estado sonambúlico, estalido de músculo,
quando não usaram de má fé para considerar que
tudo não passava de simulação e fraude. Essas
teorias poderiam até explicar alguns fenômenos isolados,
mas eram incapazes de explicar o conjunto extenso de fenômenos
que só a observação cuidadosa e atenta era capaz
de perceber. Com firmeza e seriedade, Kardec não se deixou
levar por essas *conclusões apressadas* e após bastante
observação e reflexão, apresentou à Humanidade
uma doutrina consistente, que envolve aspectos não somente
científicos, mas filosóficos e religiosos.
Recomendamos a leitura da resposta dada por Kardec ao cético
em O Que é o Espiritismo, questão sob
o título “Origem das Ideias Espíritas Modernas”,
da qual, por falta de espaço, reproduzimos apenas o comentário
final: “Tal é, em poucas palavras, cavalheiro, a
história do Espiritismo: bem vedes, e reconhecereis ainda melhor
quando o tiverdes estudado a fundo, que tudo nele é
o resultado da observação e não de um sistema
preconcebido.” (Grifos
em negrito do autor).