Realmente o CUEE é mesmo um "certificado"...
Querendo nós ou não... Mesmo ironizando ou debochando...
É mesmo um "certificado".
Vou fazer uma comparação, para ficar
mais fácil e sairmos de algum desconforto gerado pela má
interpretação do que vêm a ser o CUEE, e as
obras sem esse método. :-)
Você conhece o certificado de qualidade dos
cafés, não é? Aqueles que vêm na embalagem
e nos dão garantia de que o café é de qualidade,
certo?
O sujeito que quer abrir uma fábrica de café,
ele busca adequar sua produção aos moldes ideais de
qualidade, normas elaboradas por quem entende de café e de
qualidade de vida, para a segurança e bem estar do consumidor,
dessa forma ele consegue o selo. O que não passar, vende,
mas só pros que não se importam de ser enganados,
já sabem que pode ter ali mais serragem que café,
e mesmo assim querem comprar, problema é deles.
Tem também os cafés moídos
na hora, não tem? Não possuem selo de qualidade, mas,
no entanto são mais puros que os industrializados, que possuem
a certificação, não é?
Se não tivessem esse selo de qualidade nos
cafés, como saberíamos qual o café bom e qual
o café ruim?
Tínhamos que entender do sabor do café
e prová-los para saber diferenciar, não é?
Kardec deixou uma norma de qualidade pras produções
mediúnicas, isso é bem claro. A obra que não
tiver esse “certificado” deve ser provada para ver se
tem muita serragem entre o café. Isso, em absoluto, não
quer dizer que ela não possa ser como o café moído
na hora... Pode não ter nenhuma serragem, mas para sabermos
temos que provar e conhecer café. E isso não seria
necessário caso tivesse o selo, certo? Qualquer leigo em
café poderia ter segurança de estar tomando um bom
café, não é mesmo?
Algumas obras... Tem sim um pouco de serragem entre
o café... Mas nada que o impeça de ser chamado de
café...
Porque a maioria de seu conteúdo está
sob a visão da Doutrina. Tem muito mais café de serragem,
e são obras espíritas, sim, apesar de não terem
CUEE.
Existem obras que são tão puras, que
poderiam mesmo ter o "selo", como se tivessem um CUEE
por tabela.
Agora... E o problema está aí... Quando
algo novo surge... O médium que não passa a informação
pela norma de Kardec, não pode dizer que sua obra é
espírita, pois para que aquela informação seja
aceita como doutrinária, ela não precisa estar igual
ao que está nas obras básicas, ela precisa passar
pelo método chamado CUEE.
É dessa forma que poderemos renovar a doutrina,
e poderemos adicionar novas informações à codificação.
Sem fazer isso, não tem jeito... Pois seria
muita leviandade e acarretaria em muitos riscos para a Doutrina,
que perderia de imediato a característica de Ciência.
Deixava de ser Espiritismo, para ser mais uma doutrina de fé
cega.
O método de Kardec visa justamente
o diferencial que a Doutrina trás sobre todas as demais...
a fé raciocinada. Pois ele nos dá a segurança
científica necessária da Universalidade das opiniões.
Uma coisa é você acreditar pessoalmente,
outra é você acreditar doutrinariamente. Isto faz muita
diferença. Um cientista pode acreditar que existe vida em
outros planetas (a maioria), mas isso ainda não é
oficial, pois ainda não conseguiram provar, e sem provar
que a maioria sabe que é verdade, continua sendo opinião
dos cientistas e de quem mais quiser acreditar, mas não pode
entrar na ciência oficial, pois estas têm normas a serem
seguidas, que foram criadas para nossa segurança e bem-estar.
A Doutrina Espírita é também
ciência, sua força está aí...
E ela tem essa norma, que não pode ser deixada de lado, pois
ela é uma segurança para nossa fé raciocinada.
Quando ele diz que não podemos adotar uma
opinião pessoal, mesmo que do mais nobre espírito,
como opinião doutrinária, ele diz que fazer isso seria
tirar da Doutrina Espírita a sua força... Que está
justamente na parte que une a ciência à religiosidade.
O CUEE é o método científico
da produção mediúnica.
O médium que não quiser fazer CUEE
para suas produções mediúnicas, não
pode publicar sob o nome do Espiritismo, as novas informações
que surjam. Isso que o Chico fazia, a Ivone, o Divaldo, etc.
As obras desses médiuns não tiveram
CUEE, mas estão sob a Doutrina, no papel de comentá-la,
analisá-la, nos ajudando a refletir sobre o que os Espíritos
trouxeram.
Não são obras "complementares",
não completam a Doutrina Espírita (essas só
as que tivessem CUEE para as novas informações que
iriam completar as que já têm).
O que elas fazem é dissecar, analisar a Doutrina
Espírita, dar vários ângulos (o ângulo
de visão de André Luiz, de Emmanuel, de Joanna, etc),
nos ajudar a compreender melhor a DE, nos dar consolo, nos dar lições,
roteiros, mas tudo sob a visão já existente.
Alguma coisa passou, pois estes não nasceram
sabendo tudo sobre Doutrina, foram produzindo e estudando Doutrina
Espírita ao mesmo tempo.
Portanto amigo, cabe à disciplina dos médiuns
em fazer CUEE, a renovação da Doutrina, e Kardec sempre
disse que tínhamos que deixar a Doutrina Espírita
tet-a-tec com a ciência... Se isso não acontece e estamos
estagnados (eu pessoalmente acredito que ainda estamos mastigando
a primeira garfada, não estagnados... E que quando engolirmos,
é que vamos poder colocar outra garfada na boca), foi porque
os médiuns não andam fazendo o dever de casa que nosso
Codificador deixou para eles fazerem.
E aí, nós leitores, estudiosos, expositores,
evangelizadores, etc, etc, etc, temos que fazer o que já
estamos fazendo: Estudar muito as obras básicas, analisar
tudo, e esperar a ciência para provar as novas informações
que devem ficar na geladeira...
Infelizmente, pela falta do CUEE, as novas informações
devem aguardar a ciência, em vez de andar ao lado dela, que
era o ideal de Kardec.
Pessoalmente, relutei muito em entender o CUEE...
Achava que as pessoas estavam implicando, que eram fundamentalistas,
que estavam com inveja de Emmanuel, fugindo da reforma íntima,
e mais um monte de coisas... Quando entendi que tais obras mediúnicas
têm o mesmo valor de sempre, já que o papel delas não
era "complementar" (isso foi erro NOSSO, em dar essa denominação
a elas) a Doutrina Espírita e sim analisá-la, explicá-la,
entendi que nem Chico, nem Divaldo e etc, não estavam fazendo
mal... Pois o papel deles era trazer as opiniões dos Espíritos
sobre a nova Doutrina que surgiu.
Trazer a ótica filosófica de Emmanuel,
a ótica científica de André Luiz, a ótica
psicológica da Joanna e do Hammed, a ótica espírita
de Manoel Philomeno, a ótica poética de Maria Dolores,
a ótica crônica de Irmão X, etc.
Tenho certeza que se eles tivessem que trazer complementos
à Doutrina Espírita, Emmanuel e Joanna, comprovadamente
espíritos superiores, sempre presentes, os teriam "obrigado"
à fazer CUEE.
Por isso, acredito eu, pessoalmente, que a complementação
da Doutrina Espírita ainda não chegou, e que os médiuns
que trazem tais novidades sem passá-las pelo CUEE que estão
sendo indisciplinados e provados. E nós, seremos irresponsáveis
em acreditar com a fé cega, porque a força da Doutrina
Espírita está na fé raciocinada!