Resumo:
As pesquisas que relacionam saúde
e espiritualidade são fundamentalmente importantes para integrar
o cuidado com a dimensão espiritual de maneira ética
e coerente. Este artigo busca destacar, por meio de um estudo de caso,
a experiência da espiritualidade não religiosa de uma
paciente em cuidados paliativos. Para isso, utilizamos uma abordagem
qualitativa, combinando pesquisa bibliográfica e entrevista
individual, para identificar em que medida o cotidiano e a experiência
de uma única pessoa se alinham com as teorias previamente estabelecidas
sobre desinstitucionalização, pessoas sem religião
e espiritualidade não religiosa. Além de explorar como
o cultivo da qualidade humana e da qualidade humana profunda nos termos
de Marià Corbí pode colaborar positivamente no trato
com pacientes que se autodeclaram sem religião, observamos
que, mesmo sem pertencer a uma instituição, a paciente
vivencia uma espiritualidade não religiosa, manifestando crenças
que pertenciam à sua instituição de origem, da
qual se desinstitucionalizou, o que a caracteriza como sem religião
com crença. A história de vida evidencia a importância
de considerar a dimensão espiritual de forma individualizada,
respeitando sua trajetória, independentemente de pertencer
ou não a uma denominação religiosa. Sendo assim,
fica claro a necessidade de se ter profissionais preparados para oferecer
e promover um cuidado mais humano e respeitoso.
* Fabiana Faria Franco
- Doutoranda em Ciências da Religião pela Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais. Bolsista FAPEMIG
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