Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia
de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Religião dos Espíritos— Emmanuel - cap. 46
Reunião pública de 26 de Junho de 1959
de “O Livro dos Espíritos”
A cada momento, o Criador concede
a todas as criaturas a bênção do trabalho, como
serviço edificante, para que aprendam a criar o bem que lhes
cria luminoso caminho para a glória na Criação.
Não permitas, portanto, que
o repouso excessivo te anule a divina oportunidade.
Assim como o relaxamento é
ferrugem na enxada, a benefício do joio que te prejudica a
seara, o tempo vazio é flagelo na alma, em favor das energias
perniciosas que devastam a vida.
Não há corrosivo da
ociosidade que possa resistir aos antídotos da ação.
Não acredites, desse modo,
no poder absoluto das circunstâncias adversas, a se mostrarem,
constantes, nos eventos da marcha.
Se a injúria te persegue, trabalha
servindo, e o sarcasmo far-se-á reconhecimento.
Se a calúnia te apedreja, trabalha
servindo, e a ofensa converter-se-á em louvor.
Se a mágoa te alanceia, trabalha
servindo, e a dor erguer-se-á por utilidade.
Se o obstáculo te aborrece,
trabalha servindo, e o embaraço surgirá por lição.
No trabalho em que possas fazer o
melhor para os outros, encontrarás a quitação
do passado, as realizações do presente e os créditos
do futuro. E é ainda por ele que conquistarás o respeito
dos que te cercam, a riqueza da experiência, a láurea
da cultura, o tesouro da simpatia, a solução para o
tédio e o socorro a toda dificuldade.
Importa anotar, porém, que
há trabalho nas faixas superiores e inferiores do mundo.
Movimento que aprisiona e atividade
que liberta, atração para o abismo e impulso para o
Céu…
O egoísmo trabalha para si
mesmo.
A vaidade trabalha para a ilusão.
A usura trabalha para o azinhavre.
O vício trabalha para o lodo.
A indisciplina trabalha para a desordem.
O pessimismo trabalha para o desânimo.
A rebeldia trabalha para a violência.
A cólera trabalha para a loucura.
A crueldade trabalha para a queda.
O crime trabalha para a morte.
Todas essas monstruosidades do campo
moral representam fruto amargo e venenoso de audiências da alma
com a inteligência das trevas, no palácio deserto das
horas perdidas.
Todavia, o trabalho dos que trabalham
servindo chama-se humildade e benevolência, esperança
e otimismo, perdão e desinteresse, bondade e tolerância,
caridade e amor, e, somente através dele, o Espírito
caminha, na senda de ascensão, em harmonia com as leis de Deus.