Nem todas as horas são adequadas
ao rumo da ternura na esfera das conversações leais.
A palestra de esclarecimento reclama,
por vezes, a energia serena em afirmativas sem indecisão; entretanto,
é indispensável grande cuidado no que concerne aos comentários
posteriores.
A maledicência espera a sinceridade
para turvar-lhe as águas e inutilizar-lhe esforços justos.
O mal não merece a coroa das
observações sérias. Atribuir-lhe grande importância
nas atividades verbais é dilatar-lhe a esfera de ação.
Por isso mesmo, o conselho de Tiago reveste-se de santificada sabedoria.
Quando surja o problema de solução
difícil, entre um e outro aprendiz, é razoável
procurem a companhia do Mestre, solucionando-o à claridade
da sua luz, mas que nunca se instalem na sombra, a distância
um do outro, para comentários maliciosos da situação,
agravando a dor das feridas abertas.
“Falar mal”, na legítima
significação, será render homenagem aos instintos
inferiores e renunciar ao título de cooperador de Deus para
ser crítico de suas obras.
Como observamos, a maledicência
é um tóxico sutil que pode conduzir o discípulo
a imensos disparates.
Quem sorva semelhante veneno é,
acima de tudo, servo da tolice, mas sabemos, igualmente, que muitos
desses tolos estão a um passo de grandes desventuras íntimas.