Emmanuel
/ Chico Xavier
> Carga Erótica
Pelo Espírito
Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Do livro "Vida e Sexo", Emmanuel (Espírito), Francisco
C. Xavier (psicografia)
Dois sistemas se defrontam: o dos
ascetas, que tem por base o aniquilamento do corpo, e o dos materialistas,
que se baseia no rebaixamento da alma. Duas violências quase
tão insensatas uma quanto a outra. Ao lado desses dois grandes
partidos, formiga a numerosa tribo dos indiferentes que, sem convicção
e sem paixão, são mornos no amar e econômicos
no gozar. Onde, então, a sabedoria? Onde, então, a ciência
de viver?
Em parte alguma; e o grande problema
ficaria sem solução, se o Espiritismo não viesse
em auxílio dos pesquisadores, demonstrando-lhes as relações
que existem entre o corpo e a alma e dizendo-lhes que, por serem necessários
uma ao outro, importa cuidar de ambos. Amai, pois, a vossa alma, porém,
cuidai igualmente do vosso corpo, instrumento daquela. Desatender
às necessidades que a própria Natureza indica, é
desatender a lei de Deus. Não castigueis o corpo pelas faltas
que o vosso livre arbítrio o induziu a cometer e pelas quais
é ele tão responsável quanto o cavalo, mal dirigido,
pelos acidentes que causa. Sereis, porventura, mais perfeitos se,
martirizando o corpo, não vos tornardes menos egoístas,
nem menos orgulhosos e mais caritativos para com o vosso próximo?
Não, a perfeição
não está nisso, está toda nas formas por que
fizerdes passar o vosso Espírito
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – Cap.
XVII, Item 11
O instinto sexual, exprimindo amor
em expansão incessante, nasce nas profundezas da vida, orientando
os processos da evolução. Toda criatura consciente traz
consigo, devidamente estratificada, a herança incomensurável
das experiências sexuais, vividas nos reinos inferiores da Natureza.
De existência a existência, de lição em
lição e de passo em passo, por séculos de séculos,
na esfera animal, a individualidade, erguida à razão,
surpreende em si mesma todo um mundo de impulsos genésicos
por educar e ajustar às leis superiores que governam a vida.
A princípio, exposto aos lances adversos das aventuras poligâmicas,
o homem avança, de ensinamento a ensinamento, para a sua própria
instalação na monogamia, reconhecendo a necessidade
de segurança e equilíbrio, em matéria de amor;
no entanto, ainda aí, é impelido naturalmente a carregar
o fardo dos estímulos sexuais, muita vez destrambelhados, que
lhe enxameiam no sentimento, reclamando educação e sublimação.
Depreende-se disso que toda criatura na Terra transporta em si mesma
determinada taxa de carga erótica, de que, em verdade, não
se libertará unicamente ao preço de palavras e votos
brilhantes, mas à custa de experiência e trabalho, de
vez que instintos e paixões são energias e estados inerentes
à alma de cada um, que as leis da Criação não
destroem e sim auxiliam cada pessoa a transformar e elevar, no rumo
da perfeição. Fácil entender, portanto, que do
erotismo, como fator de magnetismo sexual humano, na romagem terrestre,
seja em se tratando de Espíritos encarnados ou desencarnados
na Comunidade Planetária, não partilham tão somente
as inteligências que já se angelizaram, em minoria absoluta
no Plano Físico, e aqueles irmãos da Humanidade provisoriamente
internados nas celas da idiotia, por força de lides expiatórias
abraçadas ou requisitadas por eles próprios, antes do
berço terreno. Os Espíritos sublimados se atraem uns
aos outros por laços de amor considerado divino, por enquanto
inabordáveis a nós outros, seres em laboriosa escalada
evolutiva e que compartilhamos das tendências e aspirações,
dificuldades e provas do gênero humano. E os companheiros temporariamente
bloqueados por cérebros deficientes e obtusos atravessam períodos
mais ou menos longos de silêncio emocionados, destinados a reparações
e reajustes, quase sempre solicitados por eles mesmos – repetimos
–, já que se sentenciam a entraves e inibições,
no campo de exteriorização da mente, através
dos quais refazem atitudes e recondicionam impulsos afetivos em preciosas
tomadas e retomadas de consciência. À vista do exposto,
é fácil reconhecer que toda criatura humana, sempre
nascida ou renascida sob o patrocínio do sexo, carreia consigo
determinada carga de impulsos eróticos, que a própria
criatura aprende, gradativamente, a orientar para o bem e a valorizar
para a vida. Diante do sexo, não nos achamos, de nenhum modo,
à frente de um despenhadeiro para as trevas, mas perante a
fonte viva das energias em que a Sabedoria do Universo situou o laboratório
das formas físicas e a usina dos estímulos espirituais
mais intensos para a execução das tarefas que esposamos,
em regime de colaboração mútua, visando ao rendimento
do progresso e do aperfeiçoamento entre os homens.
Cada homem e cada mulher que ainda
não se angelizou ou que não se encontre em processo
de bloqueio das possibilidades criativas, no corpo ou na alma, traz,
evidentemente, maior ou menor percentagem de anseios sexuais, a se
expressarem por sede de apoio afetivo, e é claramente, nas
lavras da experiência, errando e acertando e tornando a errar
para acertar com mais segurança, que cada um de nós
– os filhos de Deus em evolução na Terra –
conseguirá sublimar os sentimentos que nos são próprios,
de modo a erguer-nos em definitivo para a conquista da felicidade
celeste e do Amor Universal.
Fonte:
Do livro "Vida e Sexo", Emmanuel (Espírito), Francisco
C. Xavier (psicografia)
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