Tese apresentada como requisito parcial para obtenção
do título de Doutor em Ciências da Comunicação,
pelo Programa de Pós- Graduação em Ciências
da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
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UNISINOS
Orientadora: Profa. Dra. Ana Paula da Rosa
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Resumo:
Esta tese investiga a circulação
do imaginário na midiatização a partir do caso
dos museus es-píritas. Pouco se fala sobre imagem no contexto
do espiritismo, mas uma iconicidade surge com a urgência de
preservar os simbolismos dessa religiosidade estabelecida há
pouco mais de 170 anos em uma sociedade transformada por processos
midiáticos.
Partindo de indícios sobre a musealização do
espiritismo, o objetivo é investigar como as práticas
museais espíritas elabo-ram uma relação de iconicidade
na midiatização. A presente pesquisa, de ordem qualitativa
e exploratória, se baseia na ideia de um estudo de caso midiatizado,
por meio do levantamento e visitação em um circuito
constituído por 27 museus espíritas, da realização
de 17 entrevistas em profundidade e da produção e coleta
de fotografias e imagens.
A análise se estrutura em duas partes, oferecendo uma cartografia
e um dinamograma sobre a experiência das imagens em circulação
a partir de museus espíritas, segundo suas possibilidades e
desafios na midiatização. Na primeira parte, elaboramos
uma cartografia das práticas, reconhecendo, em cada iniciativa,
as práticas museais midiatizadas, suas operações
e seus sintomas. Na segunda parte, buscamos nos guiar pelo anacronismo
das imagens para explorar a circulação do imaginário
por meio de um exercício metodológico com pranchas de
imagens.
É nossa intenção propor esse trabalho metodológico
na intersecção entre os estudos do imaginário
e da midiatização. Relacionando as práticas museais
e a iconicidade nelas expressa, proporemos que a midiatização
vem mobilizando uma espécie de virada icônica no espiritismo,
doutrina que, pela primeira vez, parece desenvolver um pensamento
sobre suas imagens.
O caso estudado tensiona as teorizações a respeito da
midiatização e do imaginário a partir da observação
empírica e dialoga, a partir das Ciências da Comunicação,
com a Museologia, a Pesquisa Social do Espiritismo e os Estudos do
Imaginário, contribuindo para a compreensão de interfaces
pouco exploradas.