Vitor Ronaldo
Costa
> As Estações receptoras de preces nos planos
espirituais
Cada prece, tanto
quanto cada emissão de força, se caracteriza por
determinado potencial de frequência e todos estamos cercados
por Inteligências capazes de sintonizar com o nosso apelo,
à maneira de estações receptoras".
(1)
A prece, em essência, é
um ato de adoração a Deus, um intercâmbio mental
sutil e devotado, que se desenvolve entre o ser humano e a divindade.
De acordo com os postulados espíritas, os seres Inteligentes,
em sua totalidade, encontram-se subordinados à Lei de Adoração,
- princípio moral capaz de suscitar a mais simples e espontânea
das manifestações de religiosidade da alma humana: a
oração.
Todas as religiões exaltam o valor e a importância da
prece, forma pela qual a criatura tenta se comunicar com Deus, visando
glorificá-Lo, agradecer uma graça recebida, solicitar
algo para si próprio ou alguém necessitado.
Mas na prática, a oração é endereçada
aos seres espirituais que ocupam posições intermediárias
entre os fiéis encarnados e o Pai Celestial. Assim sendo, cada
indivíduo, de acordo com a própria fé, projeta
as suas rogativas a esta ou aquela "entidade" na esperança
de ser atendido. Os católicos suplicam aos santos, os espíritas
imploram a Bezerra de Menezes e outros benfeitores reconhecidos. Mas,
quem seriam tais seres, senão os espíritos venturosos,
que se destacaram no campo do bem, quando encarnados, e que permanecem
vivos na lembrança dos fiéis vinculados aos inúmeros
credos existentes.
Pois bem, André Luiz, o respeitado repórter do mundo
maior, comentando as repercussões espirituais da oração,
nos lembra significativo raciocínio de um de seus mais queridos
instrutores espirituais, o Ministro Clarêncio: "Em
nome de Deus, as criaturas tanto quanto possível atendem às
criaturas". (2)
Ora, o intercâmbio com os desencarnados se processa através
do pensamento, de sorte que, qualquer ideação concebida
pela mente se projeta na dimensão extrafísica e atinge
os planos mais ou menos eterizados de acordo com a potência
com que foi emitida. No caso, a oração bem-feita segue
fortalecida na fé e na esperança de que Deus nos ouvirá
e que, de alguma forma, nos auxiliará. Em verdade, toda súplica
que se evola em forma de oração tem um destino final:
Deus.
No âmbito terreno a comunidade cristã costuma apelar
em suas rogativas à Maria de Nazaré e ao Mestre Jesus.
São inúmeras as denominações atribuídas
à mãezinha de Jesus, entre elas, Nossa Senhora da Conceição,
do Carmo, de Aparecida, de Lourdes, de Fátima e assim por diante,
dependendo dos costumes e tradições locais. O mesmo
acontece em relação ao Mestre, por exemplo: Nosso Senhor
do Bonfim, Bom Jesus da Lapa, Senhor dos Passos e outros mais. De
qualquer forma, independentemente dos rótulos atribuídos
ao Nazareno e à Maria, as petições dos devotos
são acolhidas pelos espíritos encarregados
deste mister e providenciadas de acordo com certos critérios.
Além dos nomes citados, lembramos uma série de personagens
históricos do Catolicismo, bastante gratos à comunidade
encarnada. Aí incluem-se os "santos" e alguns sacerdotes
e freiras, que se destacaram no âmbito da beneficência
indistinta. São espíritos bondosos situados em posições
intermediárias da hierarquia evolutiva, porém alvos
de "promessas" aflitivas e orações piedosas.
Já no contexto espírita, o mais solicitado pelos fiéis,
certamente, seja o espírito de Bezerra de Menezes, benfeitor
que quando encarnado celebrizou-se como o médico dos pobres.
Todavia, outros espíritos são costumeiramente invocados
pelas criaturas portadoras de enfermidades, carências afetivas
e necessidades materiais. Às vezes, trata-se de familiares
queridos que já partiram ou de figuras celebrizadas em pequenas
comunidades, de tal sorte que, os seus túmulos convertem-se
em santuários da fé.
A bem da verdade, nenhum pedido feito em forma de oração
perde-se na infinitude cósmica. Cada rogativa, de uma forma
ou de outra, atinge o objetivo pretendido. "A prece,
qualquer que ela seja, é ação provocando a reação
que lhe corresponde. Conforme a sua natureza, paira na região
em que foi emitida ou eleva-se mais, ou menos, recebendo a resposta
imediata ou remota, segundo as finalidades a que se destina."(3)
Se porventura, um determinado espírito não estiver em
condições de ajudar, não significa que as súplicas
sejam desperdiçadas, pois as mesmas sofrem um processo de refração
e vão ao encontro das equipes astrais incumbidas
de recolher, selecionar pedidos e providenciar de acordo com as necessidades
e os méritos particulares de cada um. Tais acontecimentos se
devem à excelsa misericórdia divina, pois o Pai, que
é todo amor e bondade, permite aos desencarnados esclarecidos
integrarem determinadas falanges de trabalhadores do bem, na qualidade
de estações receptoras de preces. Dessa
forma, todos aqueles que ainda mourejam na retaguarda da jornada recebem
as mesmas atenções da divindade sendo atendidos de acordo
com a fé mobilizada e a pureza de intenções demonstrada.
Diariamente, curas não explicadas pela Medicina e atribuídas
à fé são contabilizadas pela população
terrena, prova do reconhecimento da ação invisível
em resposta às promessas e rogativas sinceras. Por outro lado,
se um determinado objetivo não é alcançado de
pronto pelo fiel, ele não deixa de se beneficiar com a paciência
e a coragem que lhes são infundidas, diante das expiações
e provações costumeiras.
Os enfermos hospitalizados também são favorecidos com
as preces e irradiações à distância, fato
aliás, constatado mais recentemente por equipes
médicas interessadas em avaliarem o poder da prece na reparação
da saúde. Para nós espíritas, o fato não
se constitui uma surpresa, haja vista, aqui no Brasil a existência
de imensa legião de devotados servidores espirituais que auxiliam
aos enfermos de todos os matizes em nome do Dr. Bezerra de Menezes.
O importante é que se retenha na memória a informação
do instrutor Alexandre grafada na obra "Missionários da
Luz": "A criatura que ora, mobilizando as próprias
forças, realiza trabalhos de inexprimível significação.
Semelhante estado psíquico descortina forças ignoradas,
revela a nossa origem divina e coloca-nos em contacto com as fontes
superiores" (grifo nosso). (4)
Em decorrência da constante interação vibratória
entre os "vivos" e os "mortos", os espíritas,
por conhecimento de causa, sustentam a certeza de que as súplicas
dos que creem e esperam, sempre suscitam reações dadivosas
daqueles que habitam o lado de lá da vida. Portanto, não
é por acaso que os mensageiros da Providência sejam comparados
a verdadeiras estações receptoras de preces.
Por isso, o Mestre Jesus afirma de forma peremptória: "O
que quer que seja que pedirdes na prece, crede que o obtereis, e vos
será concedido." (Lucas,
X, 7 e 8)
Não esquecer, todavia, que a nossa posição deve
ser de humildade, confiança irrestrita, sinceridade de propósitos
e aceitação incondicional do tipo de
auxílio que melhor se adapte aos nossos sofrimentos morais
e necessidades materiais.
Referências
bibliográficas:
1. André Luiz & Fco. C. Xavier.
"Entre a Terra e o Céu", pg.10, 13ª edição.
(FEB)
2. Idem, pg. 9
3. Ibidem, pg. 10
4. André Luiz & Fco.C.Xavier. "Missionários da
Luz", pg.66, 22ª edição (FEB)
Fonte:
Revista Internacional de Espiritismo - julho de
2002
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