A dificuldade em discorrer sobre
o tema proposto já se evidencia a partir da grande complexidade
em se definir ou caracterizar o que chamamos de VIDA. À
primeira vista, tem-se a impressão que distinguir um ser
vivo de um não-vivo é uma questão de simples
definição: um organismo vivo é tão
somente um sistema capaz de assegurar sua própria conservação
- se manter e se reproduzir –condições básicas
para assegurar sua continuidade pois, grosso modo, parecem ser
os critérios científicos válidos para marcar
essa diferenciação.
Mas, se formos investigar determinados
microrganismos como bactérias e fungos, mesmo através
dos mais potentes microscópios, notamos a ausência
aparente de movimento e reprodução; contudo, eles
se movimentam e se reproduzem como qualquer outro ser vivo. Na
mesma linha de raciocínio temos os vírus, organismos
ainda menores que comportam em seu íntimo uma estranha
ambiguidade: situam-se entre a fronteira do vivo e do não-vivo,
uma vez que estão “inertes” e manifestam atividade
apenas se encontrarem condições ideais dentro de
um outro organismo, ou seja: precisam de estruturas já
organizadas biologicamente para se reproduzirem. Portanto, não
é tão simples assim definir o que chamamos de VIDA,
enquanto estado de atividade inerente apenas aos seres orgânicos.
Estes fatos apenas engrossam o
rol das nossas indagações quando nos propomos a
analisar as circunstâncias que favoreceram a lenta transformação
da matéria passiva em matéria animada. Em “O
Livro dos Espíritos”, questão nº 7 temos:
Podemos
encontrar a causa primária da formação
das coisas nas propriedades íntimas da matéria?
- Mas, então, qual teria sido a causa dessas propriedades?
Sempre é preciso uma causa primária
(1)