Boiadeiro rei
> Casamento na Umbanda
No culto de Umbanda, Oxossi é o chefe da linha de caboclos. O
caboclo é a imagem do indígena nativo de nossa terra e
quando incorporado, presta caridade, dá passes, canta, dança
e anda de um lado para outro em lembranças aos tempos de aldeia.
Conhecedores de muitas ervas, os caboclos têm um papel muito importante:
os remédios de ervas e amacis, em que amacis são mistura
de ervas que maceradas servem para o fortalecimento do filho-de-santo.
Já os remédios de ervas são plantas ou ervas que
combinadas ou sozinhas servem para aliviar ou até mesmo curar
doenças. Nisso tudo os caboclos têm participação
muito especial e são encarados e interpretados pelo povo como
uma entidade que veio ajudar e aliviar as pessoas dos seus problemas.
CABOCLOS DE OGUM
Águia Branca, Águia Dourada,
Águia Solitária, Araribóia, Beira-Mar, Caboclo
da Mata, Caiçaras, Guaracy, Icaraí, Ipojucan, Itapoã,
Jaguarê, Rompe Aço, Rompe Ferro, Rompe Mato, Rompe Nuvem,
Sete Matas, Sete Ondas, Tabajara, Tamoio, Tupuruplata, Ubirajara, etc.
CABOCLOS DE XANGÔ
Araúna, Caboclo do Sol, Cajá,
Caramuru, Cobra Coral, Girassol, Goitacaz, Guará, Guaraná,
Janguar, Juparã, Mirim, Sete Cachoeiras, Sete Caminhos, Sete
Estrelas, Sete Luas, Sete Montanhas, Tupi, Treme Terra, Sultão
das Matas, Cachoeirinha, Urubatão, Urubatão da Guia, Ubiratan,
etc.
CABOCLOS DE OXOSSI
Arruda, Aimoré, Arapuí,
Boiadeiro, Caboclo da Lua, Caçador, Flecheiro, Folha Verde, Guarani,
Japiassú, Javarí, Paraguassu, Mata Virgem, Pena Azul,
Pena Branca, Pena Verde, Pena Dourada, Rei da Mata, Rompe Folha, Sete
Flechas, Serra Azul, Tupinambá, Tupaíba, Tupiara, Ubá,
Sete Encruzilhadas, Junco Verde, Tapuia, etc.
CABOCLOS DE OBALUAÊ
Arranca Toco, Acuré, Aimbiré, Bugre, Guiné,
Giramundo, Yucatan, Jupurí, Uiratan, Alho d'Água, Pedra
Branca, Pedra Preta, Laçador, Caboclo Roxo, Grajaúna,
Bacuí, Piraí, Surí, Serra Verde, Serra Negra, Tira
Teima, Folha Seca, Sete Águias, Tibiriçá, Viramundo,
Ventania, etc.
CABOCLAS DE IANSÃ
Bartira, Jussara, Jurema, Japotira, Maíra, Ivotice,
Valquíria, Raio de Luz, Palina, Poti, Talina, Potira, etc.
CABOCLAS DE YEMANJÁ
Diloé, Cabocla da Praia, Estrela d'Alva, Guaraciaba,
Janaína, Jandira, Jaci, Sete Ondas, Sol Nascente, etc.
CABOCLAS DE NANÃ
Assucena, Inaíra, Juçanã, Janira,
Juraci, Luana, Muiraquitan, Sumarajé, Xista, Paraguassú,
etc.
CABOCLAS DE OXUM
Iracema, Yara, Imaiá, Jaceguaia, Juruema,
Juruena, Araguaia, Estrela da Manhã, Tunuê, Mirini, etc.
"São os nossos amados Caboclos os legítimos representantes
da Umbanda, eles se dividem em diversas tribos, de diversos lugares
formando aldeias, eles vem de todos os lugares para nos trazer paz
e saúde. A morada dos caboclos é a mata, onde recebem
suas oferendas, sua cor é o verde transparente para as Caboclas
e verde leitoso para os Caboclos, gostam de todas as frutas, de milho,
do vinho tinto (para eles representa o sangue de Cristo), gostam de
tomar sumo de ervas e apreciam o coco com vinho e mel.
Existem falanges de caçadores, de guerreiros, de feiticeiros,
de justiceiros; são eles trabalhadores de Umbanda e chefes
de terreiros.
Assim como os Preto-velhos, possuem grande elevação
espiritual, e trabalham "incorporados" a seus médiuns
na Umbanda, dando passes e consultas, em busca de sua elevação
espiritual.
Estão sempre em busca de uma missão, de vencer mais
uma demanda, de ajudar mais um irmão de fé. São
de pouco falar, mais de muito agir, pensam muito antes de tomar uma
decisão, por esse motivo eles são conselheiros e responsáveis.
Os Caboclos, de acordo, com planos pré-estabelecidos na Espiritualidade
Maior, chegam até nós com alta e sublime missão
de desempenhar tarefa da mais alta importância, por serem espíritos
muito adiantados, esclarecidos e caridosos. Espíritos que foram
médicos na Terra, cientistas, sábios, professores, enfim,
pertenceram a diversas classes sociais, os Caboclos vêm auxiliar
na caridade do dia a dia aos nossos irmãos enfermos, quer espiritualmente,
quer materialmente. Por essas razões, na maior parte dos casos,
os Caboclos são escolhidos por Oxalá para serem os Guias-Chefes dos médiuns,
ou melhor, representar o Orixá de cabeça do médium
Umbandista (em alguns casos os Pretos Velhos assumem esse papel).
Na Umbanda não existe demanda de um Caboclo para Caboclo, a
demanda poderá existir de um Caboclo, entidade de luz, para
com um "kiumba" ou até mesmo contra um Exu, de pouca
luz espiritual.
A denominação "caboclo", embora comumente
designe o mestiço de branco com índio, tem, na Umbanda,
significado um pouco diferente. Caboclos são as almas de todos
os índios antes e depois do descobrimento e da miscigenação.
Constituem o braço forte da Umbanda, muito utilizados nas sessões
de desenvolvimento mediúnico, curas (através de ervas
e simpatias), desobsessões, solução de problemas
psíquicos e materiais, demandas materiais e espirituais e uma
série de outros serviços e atividades executados nas
tendas.
Os caboclos não trabalham somente nos terreiros como alguns
pensam. Eles prestam serviços também ao Kardecismo,
nas chamadas sessões de "mesa branca". No panorama
espiritual rente à Terra predominam espíritos ociosos,
atrasados, desordeiros, semelhantes aos nossos marginais encarnados.
Estes ainda respeitam a força. Os índios, que são
fortíssimos, mas de almas simples, generosas e serviçais,
são utilizados pelos espíritos de luz para resguardarem
a sua tarefa da agressão e da bagunça. São também
utilizados pelos guias, nos casos de desobsessão pois, pegam
o obsessor contumaz, impertinente e teimoso, "amarrando-o"
em sua tremenda força magnética e levando-o para outra
região.
Os caboclos são espíritos de muita luz que assumem a
forma de "índios", prestando uma homenagem à
esse povo que foi massacrado pelos colonizadores. São exímios
caçadores e tem profundo conhecimento das ervas e seus princípios
ativos, e muitas vezes, suas receitas produzem curas inesperadas.
Como foram primitivos conhecem bem tudo que vem da terra, assim caboclos
são os melhores guias para ensinar a importância das
ervas e dos alimentos vindos da terra, além de sua utilização.
Usam em seus trabalhos ervas que são passadas para banhos de
limpeza e chás para a parte física, ajudam na vida material
com trabalhos de magia positiva, que limpam a nossa aura e proporcionam
uma energia e força que irá nos auxiliar para que consigamos
o objetivo que desejamos, não existem trabalhos de magia que
concedam empregos e favores, isso não é verdade. O trabalho
que eles desenvolvem é o de encorajar o nosso espírito
e prepará-lo para que nós consigamos o nosso objetivo.
A magia praticada pelos espíritos de caboclos e pretos velhos
é sempre positiva, não existe na Umbanda trabalho de
magia negativa, ao contrário, a Umbanda trabalha para desfazer
a magia negativa.
Os caboclos de Umbanda são entidades simples e através
da sua simplicidade passam credibilidade e confiança a todos
que os procuram, nos seus trabalhos de magia costumam usar pemba,
velas, essências, flores, ervas, frutas e charutos.
Quase sempre os caboclos vêm na irradiação do
Orixá masculino da coroa do médium e as caboclas vêm
na irradiação do Orixá feminino da coroa do médium;
mas, eles(as) podem vir também na Irradiação
do seu próprio Orixá de quando encarnados e até
mesmo na irradiação do povo do Oriente.
Muitos já ouviram falar que os Caboclos quando se despedem
do terreiro, onde atuam incorporados em seus médiuns, dizem
que vão para a cidade de Jurema. Outros falam subir para o
Humaitá, e assim por diante.
Sabemos, no entanto, que os Caboclos não voltam para as florestas
como ordinariamente voltam os que lá habitam.
No espaço, onde se situam as esferas vibratórias, vivem
os Caboclos agrupados, segundo a faixa vibracional de atuação,
junto a psico-esfera da Terra. São verdadeiras cidades onde
se cumpre o mandato que Oxalá assim determinou, colaborando
com a humanidade.
É para as cidades espirituais que os Caboclos responsáveis
pelos diversos terreiros levam os médiuns, dirigentes e demais
trabalhadores, para aprenderem um pouco mais sobre a Umbanda.
Estas moradas possuem grandes núcleos de trabalhos diversos,
onde o Caboclo faz sua evolução, contrariando o que
muitos encarnados pensam (que Caboclo tudo pode, tudo sabe e tudo
faz).
Os Orixás, que são emanações do pensamento
do Deus-Pai, que está além da personalidade humana que
lhe queiram dar as culturas terrenas, fazem descer a mais pura energia-matéria
ser trabalhada pelos Caboclos no espaço-tempo das esferas que
compreendem a Terra, morada provisória de alguns espíritos
em evolução.
Lá, na morada de luz dos Caboclos, existem outros espíritos
aprendendo o manejo das energias, das forças que estabelecerão
um padrão vibratório de equilíbrio para os consulentes
que vêm às tendas de caridade em busca de um conforto
espiritual.
Estas "aldeias" se locomovem entre as esferas, ora estão
em zonas próximas às trevas, socorrendo espíritos
dementados, ora estão sobre algumas cidades do plano visível,
etéreas, ou sobre o que resta de florestas preservadas pelo
Homem. De lá extraem, com a ajuda dos Elementais, os remédios
para a cura dos males do corpo."
Quando Incorporados, fumam charutos ou cigarrilhas e, em algumas casas,
costumam usar durante as giras, penachos, arcos e flechas, lanças,
etc...
Falam de forma rústica lembrando sua forma primitiva de ser,
dessa forma mostram através de suas danças muita beleza,
própria dessa linha.
Seus "brados", que fazem parte de uma linguagem comum entre
eles, representam quase uma "senha" entre eles. Cumprimentos
e despedidas são feitas usando esses sons.
Costumamos dizer que as diferenças entre eles estão nos
lugares que eles dizem pertencer. Dando como origem ou habitat natural,
assim podemos ter:
Caboclos Da Mata - Esses viveram mais próximos
da civilização ou tiveram contato com elas.
Caboclos Da Mata Virgem - Esses viveram mais interiorizados nas matas,
sem nenhum contato com outros povos.
Assim vários caboclos se acoplam dentro
dessa divisão.
Torna-se de grande importância conhecermos esses detalhes para
compreendermos porque alguns falam mais explicados que outros. Mais
ainda existe as particularidades de cada um, que permitem diferenciarmos
um dos outros.
A primeira é a "especialidade" de cada um, são
elas: curandeiros, rezadeiros, guerreiros, os que cultivavam a terra
(agricultores), parteiras, entre outros.
A segunda é diferença criada pela irradiação
que os rege. É o Orixá para quem eles trabalham.
Quando falamos na personalidade de um caboclo ou de qualquer outro guia,
estamos nos referindo a sua forma de trabalho.
A "personalidade" de um caboclo se dá pela junção
de sua "origem", "especialidade" e irradiação
que o rege.
E é nessa "personalidade" que centramos nossos estudos.
Assim como os Pretos Velhos, eles podem dar passe, consulta ou participarem
de descarrego, contudo sua prática da caridade se dá principalmente
com a manipulação (preparo de remédios feitos com
ervas, emplastos, compressas e banhos em geral).
Esses guias por conhecerem bem a terra, acreditam muito no valor terapêutico
das ervas e de tudo que vem da terra, por isso as usam mais que qualquer
outro guia.
Desenvolveram com isso um conhecimento químico muito grande para
fazer remédios naturais.
Caboclos De Oxum
Geralmente são suaves e costumam rodar, a incorporação
acontece principalmente através do chacra cardíaco. Trabalham
mais para ajuda de doenças psíquicas, como: depressão,
desânimo entre outras. Dão bastante passe tanto de dispersão
quanto de energização. Aconselham muito, tendem a dar
consultas que façam pensar; Seus passes quase sempre são
de alívio emocional.
Caboclos De Ogum
Sua incorporação é mais rápida e mais compactada
ao chão, não rodam. Consultas diretas, geralmente gostam
de trabalhos de ajuda profissional. Seus passes são na maioria
das vezes para doar força física, para dar ânimo.
Caboclos De Yemanjá
Incorporam de forma suave, porém mais rápidos do que os
de Oxum, rodam muito, chegando a deixar o médium tonto. Trabalham
geralmente para desmanchar trabalhos, com passes, limpeza espiritual,
conduzindo essa energia para o mar.
Caboclos De Xangô
São guias de incorporações rápidas e contidas,
geralmente arriando o médium no chão. Trabalham para:
emprego; causas na justiça; imóvel e realização
profissional. Dão também muito passe de dispersão.
São diretos para falar.
Caboclos De Nanã
Assim como os Pretos Velhos são mais raros, mas geralmente trabalham
aconselhando, mostrando o karma e como ter resignação.
Dão passes onde levam eguns que estão próximos.
Sua incorporação igualmente é contida, pouco dançam.
Caboclos De Iansã
São rápidos e deslocam muito o médium. São
diretos para falar e rápidos também, muitas das vezes
pegam a pessoa de surpresa. Geralmente trabalham para empregos e assuntos
de prosperidade, pois Iansã tem grande ligação
com Xangô. No entanto sua maior função é
o passe de dispersão (descarrego). Podem ainda trabalhar para
várias finalidades, dependendo da necessidade.
Caboclos De Oxalá
Quase não trabalham dando consultas, geralmente dão passe
de energização. São "compactados" para
incorporar e se mantém localizado em um ponto do terreiro sem
deslocar-se muito. Sua principal função é dirigir
e instruir os demais Caboclos.
Caboclos De Oxossi
São os que mais se locomovem, são rápidos e dançam
muito. Trabalham com banhos e defumadores, não possuem trabalhos
definidos, podem trabalhar para diversas finalidades. Esses caboclos
geralmente são chefes de linha.
Caboclos De Obaluaê
São espíritos dos antigos "pajés" das
tribos indígenas. Raramente trabalham incorporados, e quando
o fazem, escolhem médiuns que tenham Obaluaiê como primeiro
Orixá. Sua incorporação parece um Preto Velho,
em algumas casas locomovem-se apoiados em cajados. Movimentam-se pouco.
Fazem trabalhos de magia, para vários fins.
ASSOBIOS E BRADOS
Quem nunca viu caboclos assobiarem ou darem aqueles brados maravilhosos,
que parecem despertar alguma coisa em nós?
Muitos pensam que são apenas uma repetição dos
chamados que davam nas matas, para se comunicarem com os companheiros
de tribo, quando ainda vivos. Mas não é só isso.
Os assobios traduzem sons básicos das forcas da natureza. Estes
sons precipitam assim como o estalar dos dedos, um impulso no corpo
Astral do médium para direcioná-lo corretamente, afim
de liberá-lo de certas cargas que se agregam, tais como larvas
astrais, etc.
Os assobios, assim como os brados, assemelham-se à mantras; cada
entidade emite um som de acordo com seu trabalho, para ajustar condições
especificas que facilitem a incorporação, ou para liberarem
certos bloqueios nos consulentes ou nos médiuns.
O ESTALAR DE DEDOS
Por que as entidades estalam os dedos, quando
incorporadas?
Esta é uma das coisas que vemos e geralmente não nos
perguntamos, talvez por parecer algo de importância mínima.
Nossa mãos possuem uma quantidade enorme de terminais nervosos,
que se comunicam com cada um dos chacras de nosso corpo.
O estalo dos dedos se dá sobre o Monte de Vênus (parte
gordinha da mão) e dentre as funções conhecidas
pelas entidades, está a retomada de rotação e
freqüência do corpo astral; e a descarga de energias negativas.
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