Espiritualidade e Sociedade





Ignácio Bittencourt (espírito); Altivo Pamphiro (médium)

>   Perdoar é preciso

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Ignácio Bittencourt (espírito); Altivo Pamphiro (médium)
>   Perdoar é preciso

 

Entrevista com Ignácio Bittencourt
– através do médium Altivo Pamphiro.

 

 

 

 

 

 

 

Perdoar é preciso

Como a intransigência pode afetar a nossa saúde? Por que é necessário praticar a terapia do perdão? Quais os mecanismos envolvidos nesses processos?

Quando nos aproximamos de Deus, pelo conhecimento e aceitação da sua Lei, começamos a entrar em conflito conosco mesmos, porque passamos a entender que algo em nós precisa ser mudado. Entendemos que precisamos do perdão de Deus e como consequência, que nós também precisamos perdoar. Por isso, ficamos em conflito, dizemos que temos que perdoar, mas, o orgulho, a intransigência nos deixa em dificuldades, a não ser quando já temos isso resolvido dentro de nós.

Para o espírito a intransigência e a falta de capacidade de perdoar, causa o endurecimento moral, intransigência de raciocínio e criação de um foco de resistência orgânica. Quando temos essa intransigência, acionamos mecanismos de defesa, em que dizemos assim: vou me cercar para que ninguém me invada, que é a defesa de uma outra maneira. E se não tivermos essa capacidade de compreensão, atacamos os outros, exatamente como um soldado faria, para defender o seu território. Destruímos a sua honra para salvar a nossa.

E quando acionamos esse mecanismo de defesa, estamos mexendo no perispírito, no magnetismo, no fluido, ou seja, isso é físico, o moral está na intransigência, mas, estamos acionando dentro de nós alguns elementos químicos que vão fazer com que isso vá ampliando. Qualquer ato que tomemos, movimentados pela vontade, acionamos esse mecanismo. Só não acionamos esse mecanismo, quando agimos sem pensar, quando fazemos por fazer. A partir do momento que planejamos, já estamos movimentando essa força toda que possuímos dentro de nós. Enquanto não conseguirmos redirecionar nossas forças para uma outra direção, vamos defendê-las, ao invés de combatê-las.

Muitas pessoas chegam à casa espírita com raiva do mundo, com raiva de si mesmas, com ódio, sem perdoar. O passe de cura pode auxiliar-nos nesse momento, diluindo as fontes dessas energias. Quando pensamos, irradiamos forças que têm a características desses pensamentos. Com os passes os espíritos cortam as fontes de alimentação dessas forças, por isso dá certo. É claro, que só o passe não funciona, é necessário que ocorra também o processo de educação. Nesse tratamento há um complexo de energias nas quais a criatura vive envolta, resultantes das vibrações do ódio, da tristeza, da depressão e da inquietação. Os passes atuam diluindo essas energias que são produzidas pelos pensamentos da própria pessoa. A pessoa quando perdoa sente um bem-estar físico, por que ela joga no corpo dela elementos químicos que beneficiam todo esse processo. Ela tem o prazer da alegria, o prazer da felicidade, o prazer da leveza perispiritual. Quando perdoamos, costumamos dizer que parece que tiramos um peso de nossa consciência e isso é a expressão verbal que traduz a ação do pensamento de amor dissolvendo as energias densas do ódio, do rancor e de todos os sentimentos negativos envolvidos no processo.

“Os fluidos não possuem qualidades sui generis, mas as que adquirem no meio onde se elaboram; modificam-se pelos eflúvios desse meio, como o ar pelas exalações, a água pelos sais das camadas que atravessa. Conforme as circunstâncias, suas qualidades são, como as da água e do ar, temporárias ou permanentes, o que os torna muito especialmente apropriados à produção de tais ou tais efeitos. Também carecem de denominações particulares. Como os odores, eles são designados pelas suas propriedades, seus efeitos e tipos originais. Sob o ponto de vista moral, trazem o cunho dos sentimentos de ódio, de inveja, de ciúme, de orgulho, de egoísmo, de violência, de hipocrisia, de bondade, de benevolência, de amor, de caridade, de doçura, etc. Sob o aspecto físico, são excitantes, calmantes, penetrantes, adstringentes, irritantes, dulcificantes, soporíficos, narcóticos, tóxicos, reparadores, expulsivos; tornam-se força de transmissão, de propulsão, etc. O quadro dos fluidos seria, pois, o de todas as paixões, das virtudes e dos vícios da Humanidade e das propriedades da matéria, correspondentes aos efeitos que eles produzem.”

A Gênese – capítulo XIV – item 17 – “Qualidades dos Fluidos”. FEB.

Em geral, esses processos são do espírito e estão ligados a experiências passadas e são muito dolorosos, pois é necessário perdoar e nós temos toda essa dificuldade interior, pela falta do exercício do perdão.

Há uma dificuldade muito grande nesse processo, porque é muito difícil perdoarmos e continuar confiando naquele que nos causou um determinado dano, mas, isso faz parte do processo de evolução.

Isso é um processo de aprendizado, mas isso existe em todos nós. Quantos de nós temos desconfianças dos outros? É um processo que está sendo conquistado. Nós amamos, gostamos, mas desconfiamos. Existem dois processos: o perdão, que já é um grande processo e indica que o espírito está disposto a caminhar numa direção e o restabelecimento da confiança, que requer o concurso do tempo.

O caminho seria mostrar a validade desse tipo de comportamento, despertar nas pessoas a vontade de querer perdoar, mostrar a consequência positiva que isso traria para quem perdoa. Teria que ser todo um processo de esclarecimento. Falta aos centros espíritas de um modo geral, e isso é por conta da própria sociedade em que se vive, essa visão de que perdoar faz bem à saúde. As pessoas não fazem disso um exercício contínuo de saúde, eles acham que perdoar é só o momento em que há uma classificação severa de uma dor, de uma ofensa. Perdoar é um excelente remédio e faz muito bem à nossa saúde. Vamos praticar a terapia do perdão.

 

 

Fonte: Revista CELD de Estudos Espíritas
https://celd.xyz/wp-content/uploads/03-Revista_CELD_Marco-2018.pdf

 

 

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