Esta tese objetiva pesquisar, a partir
do Evangelho de Lucas, a situação política e
socioeconômica do povo da época do primeiro século.
Trata-se de abordar as situações que afetavam a vida
das pessoas empobrecidas, marginalizadas e desprezadas no contexto
de uma sociedade dominada pelo Império Romano, que controlava
a economia vigente da época. Compreende-se que o Evangelho
de Lucas narra a história vivenciada das comunidades cristãs
originárias com seus valores éticos e espirituais a
respeito do Reino de Deus e o estilo de vida adotado pelas comunidades
cristãs, frente ao sistema patriarcal de dominação
romana. Destacam-se os conflitos que existiam na época de Jesus
e da escrita do Evangelho de Lucas.
Dentro desse cenário, no qual
prevalecia a força dos poderosos, em detrimento dos fragilizados
e empobrecidos, o caminho escolhido por Jesus foi entre os fracos,
vis e desprezados e todos que pretendiam mudar de vida. A práxis
libertadora de Jesus confrontou a elite judaica e o Império
Romano, propondo a libertação ideológica da opressão
imposta que oprimia e escravizava as pessoas por meio de elevadíssima
carga tributária e pela força armada do exército
romano, que destruíam inúmeras vidas com requinte de
crueldade. Analisa as perícopes que narram a história
da viúva de Naim (7,11-17) a parábola do bom samaritano
(10,25-37) e a narrativa de Zaqueu (19,1-10), analisadas pelos elementos
éticos e socioeconômicos que nelas estão presentes.
Nesse contexto, percebe-se que a espiritualidade e ética de
Jesus são situadas em Deus Pai, por meio da oração,
de onde se origina a compaixão e misericórdia que se
estendem às pessoas necessitadas. Portanto, defende-se que
a ação de Jesus é capaz de reverter processos
de morte em processos de vida e pode contribuir para uma vivência
em sociedade com mais dignidade e justiça social também
para os dias atuais.
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