Houve tempo em que não existiam seres vivos na Terra; logo, eles
tiveram um começo. Cada espécie foi aparecendo à
medida que o globo adquiria as condições necessárias
à sua existência.
a) Formação dos seres vivos
A Terra continha os germes dos seres vivos, "que aguardavam o momento
favorável para se desenvolverem. Os princípios orgânicos
congregaram-se, desde que cessou a actuação da força
que os mantinha afastados, e formaram os germes de todos os seres vivos.
Estes germes permaneceram em estado latente de inércia, como
a crisálida e as sementes das plantas, até ao momento
propício ao surto de cada espécie. Os seres de cada uma
destas reuniram-se, então, e multiplicaram-se."
Os elementos orgânicos, antes da formação
da Terra, achavam-se em estado fluídico no espaço, no
meio dos espíritos, ou em outros planetas, à espera da
criação da Terra para começarem existência
nova em novo globo.
A espécie humana encontrava-se entre os elementos
orgânicos contidos no globo terrestre, e veio a seu tempo. Foi
o que deu lugar a que se dissesse que o homem se formou do limo da terra.
Quanto à época do aparecimento do homem
e dos seres vivos na Terra todos os cálculos humanos são
quiméricos.
"O princípio das coisas está nos
segredos de Deus. Entretanto, pode dizer-se que os homens, uma vez espalhados
na Terra, absorveram em si mesmos os elementos necessários à
sua própria formação, para os transmitir segundo
as leis da reprodução. O mesmo se deu com as diferentes
espécies de seres vivos."
O homem surgiu em muitos pontos do globo, e em várias
épocas, o que também constitui uma das causas da diversidade
das raças, além dos factores do clima, da vida e dos costumes.
Mais tarde, dispersando-se os homens por climas diferentes e aliando-se
os de uma aos de outras raças, novos tipos se formaram.
Emmanuel, no seu livro "A Caminho da Luz",
revela que "as formas de todos os reinos da natureza terrestre
foram estudadas e previstas" sob a orientação sábia
do Cristo, que coordenava o trabalho de numerosas assembleias de operários
espirituais. Acrescenta ele: "Os fluidos da vida foram manipulados,
de modo a se adaptarem às condições físicas
do planeta, encenando-se as construções celulares segundo
as possibilidades do ambiente terrestre, tudo obedecendo a um plano
preestabelecido (...) Uma camada de matéria gelatinosa envolvera
o orbe terreno nos seus mais íntimos contornos. Essa matéria,
amorfa e viscosa, era o celeiro sagrado das sementes da vida. O protoplasma
foi o embrião de todas as organizações do globo
terrestre, e, se essa matéria, sem forma definida, cobria a crosta
solidificada do planeta, em breve a condensação da massa
dava origem ao surgimento do núcleo, iniciando-se as primeiras
manifestações dos seres vivos. Os primeiros habitantes
da Terra, no plano material, são as células albuminóides,
as amebas e todas as organizações unicelulares, isoladas
e livres, que se multiplicam prodigiosamente na temperatura tépida
dos oceanos."
b) Princípio vital
Os seres orgânicos são os que têm em si uma fonte
de actividade íntima, que lhes dá a vida. Nessa classe
estão os homens, os animais e as plantas.
Seres inorgânicos são todos os que carecem
de vitalidade, de movimentos próprios e que se formam apenas
pela agregação da matéria. Tais são os minerais,
a água, o ar, etc.
A força que une os elementos da matéria
nos corpos orgânicos e inorgânicos é a mesma. A matéria
que compõe esses corpos também é a mesma, porém,
nos corpos orgânicos está animalizada, pela sua união
com o princípio vital.
A vida é um efeito devido à acção
de um agente sobre a matéria que é o princípio
vital. Esse agente, sem a matéria, não é a vida,
do mesmo modo que a matéria não pode viver sem esse agente.
Ele dá vida a todos os seres que o absorvem e assimilam.
"Combinando-se sem o princípio vital, o
oxigénio, o hidrogénio, o azoto e o carbono unicamente
teriam formado um mineral ou corpo inorgânico; o princípio
vital, modificando a constituição molecular desse corpo,
dá-lhe propriedades especiais. Em lugar de uma molécula
mineral, tem-se uma molécula de matéria orgânica."
O princípio vital tem por fonte o fluido universal.
É o que chamamos fluido magnético, ou fluido eléctrico
animalizado. É o intermediário, o elo existente entre
o espírito e a matéria. Ele é um só para
todos os seres vivos, mas modificado segundo as espécies. É
ele que lhes dá movimento e actividade e os distingue da matéria
inerte, porquanto o movimento da matéria não é
vida. Esse movimento ela o recebe, não o dá.
A actividade do princípio vital é alimentada
durante a vida pela acção do funcionamento dos órgãos,
do mesmo modo que o calor, pelo movimento de rotação de
uma roda. Cessada aquela acção, por motivo da morte, o
princípio vital extingue-se, como o calor, quando a roda deixa
de girar. Mas o efeito produzido por esse princípio sobre o estado
molecular do corpo subsiste, mesmo depois dele extinto, como a carbonização
da matéria subsiste à extinção do calor.
A causa da morte dos seres orgânicos é
o elemento dos órgãos. Morto o ser orgânico, os
elementos que o compõem sofrem novas combinações,
de que resultam novos seres, os quais haurem na fonte universal do princípio
da vida e da actividade, absorvem-no e assimilam-no, para novamente
o restituírem a essa fonte, quando deixarem de existir.
Os órgãos se impregnam, por assim dizer,
desse fluido vital e esse fluido dá a todas as partes do organismo
uma actividade que os põe em comunicação entre
si, nos casos de certas lesões, e normaliza as funções
momentaneamente perturbadas. Mas, quando os elementos essenciais ao
funcionamento dos órgãos estão destruídos,
ou muito profundamente alterados, o fluido vital se torna impotente
para lhes transmitir o movimento da vida, e o ser morre.
A quantidade de fluido vital não é absoluta
em todos os seres orgânicos. Varia segundo as espécies
e não é constante, quer em cada indivíduo quer
nos indivíduos de uma espécie. Alguns acham-se, por assim
dizer, saturados desse fluido, enquanto outros possuem-no em quantidades
apenas suficientes. Daí, alguns terem uma vida mais activa, mais
tenaz e, de certa forma, superabundante.
A quantidade de fluido vital esgota-se. Pode tornar-se
insuficiente para a conservação da vida se não
for renovada, pela absorção e assimilação
das substâncias que o contêm.
O fluido vital transmite-se de um indivíduo para
outro. Aquele que o tiver em maior porção pode dá-lo
a quem o tenha a menos, e em certos casos prolongar a vida prestes a
extinguir-se.
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