Assim o tempo passou, e todos esqueceram de tamanha
brutalidade, tanta dor esquecida na terra; mas no alto, o Senhor do
Universo, ainda prova aqueles que outrora, participaram destes atos
insanos. E por causa desta dor, que agora a preta trabalha nas tendas,
e passa adiante as mensagens de seus fios e irmãos, que viveram
naquela época.
É muito bom, é gratificante poder
falar para todos, mostrar como era doloroso, como as coisas eram difíceis.
Ah! Se tudo fosse como hoje, tudo tão simples, talvez não
tivesse tantos ensinamentos para passar para vós micês.
Hoje todos sabem tudo, fazem tudo; mais na hora que a corda acocha,
todos caem fora, e deixa só os negos no forgo.
Eu mesma, Maria de Angola, já presenciei fios, que fazia e acontecia;
mas quando se precisava provar, que preto, era preto em terra; aí
cadê preto? Preto já estava pra lá de Aruanda.
Hoje todos sabem apenas julgar. É raro os que tentam entender
as razões, que o Criador usou para fazer, com que aquele espírito
seguisse esse caminho árduo e tortuoso.
"Nós não
temos o direito de julgá-los, e sim o de ajudá-los".
Por isso é que o mestre
Jesus tanto falava aos pecadores e aos impuros.
- "Aquele que não
tiver pecados, que atire a primeira pedra'.
Espero que os ensinamentos desta
Preta possam ajudá-los há serem um pouco mais benevolentes,
com seus irmãos. E que ao tentar coordena-los, não julgar.
E antes de qualquer reação, que meus filhos possam erguer
esta bandeira branca de paz, que é a nossa Umbanda. E que através
dela, possam acolher a todos os que necessitarem desse amparo.
E que através de cada tenda, através das engiras, possam
encaminhar a todos a um grau de evolução.
E que, com nossos simples passes, possamos mostrar a grandeza desses
ensinamentos, e a maravilha que se faz nas mentes dos imperfeitos com
tão simples cânticos.
Se olhassem do ângulo que é o nosso, com certeza, nos aplaudiriam.
- "Como é bela e
formosa essa religião".
Que não proíbe,
não sufoca com tantas regras. Não cobra o que não
se tem. Apenas auxilia, ilumina a quem vem a procura de uma luz nas
trevas da ignorância.
Essa é a verdadeira intenção e direção
da nossa religião. Tão nova e com tantos adeptos.
Tentaram tirar ela do mapa, mas não conseguiram. E foi através
dos negros, que ela ganhou mais força. Foi através dos
batuques dos pretos, que ela ganhou força, e cresceu até
chegar onde estamos. "Com quase um milhão de adeptos".
É excepcional ver a diferença de 2.500 anos atrás.
Olhar e retroceder no tempo, e ver como os espíritos amadureceram;
como evoluímos, como modificamos a face da terra.
De uma província com apenas dois médiuns de incorporação,
hoje chegamos a 2.000. E a tendência e crescer e atingir a meta
de meio milhão de adeptos.
Com a espiritualidade, a caridade, o amor ao próximo, como objetivo
maior. A mansidão e a benevolência para com todos; independente
de raça, cor, e posição social. Assim como o mestre
Jesus nos disse: "De carinho, amor, amparo e devoção
com humildade, de coração puro".
Que assim verão que beleza de planeta.
"Ao invés de tirar dê; ao invés de julgar,
ajude; ao invés de criticar, corrija; ao invés de desprezar,
auxilie". E assim será um espelho de minha pessoa. Em bondade
e benevolência.
É meus filhos, sábios são os ensinamentos desse
mestre. Que não foi senão, um homem a pregar em meio as
multidões; a falar desse amor, desse campo, onde entram todos
em um só grau de evolução.
Mas o que fizeram?" O renegaram e o expulsaram de suas vidas.
Massacraram "seu coração de "Pai", e o
condenaram, sem ao menos deixar "Ele" se defender." JULGARAM
E O "CONDENARAM."
Mais nem assim "Ele" nos acusou, disse apenas que: "não
sabiam o que estavam fazendo".
Texto tirado do livro psicografado de Mãe Maria de Angola.
Escrito em 05/2006.
Nanã a senhora da terra.
A vida naquela época, era diferente, era muito
remota; e que nossos sonhos, eram apenas o preparo de uma área
de terra.
Essa era a cabecinha de uma menina, quase mulher que se transformara
em homem para poder ser ela mesma. E não, ser um objeto de uso
do sexo oposto.
Se todas as mulheres fossem assim, agissem dessa maneira, não
existiam tantas atrocidades contra a mulher.
Mas desde remotas eras que as mulheres são submissas aos homens,
e agüentam tudo para tê-los ao seu lado. Quando na verdade,
elas não precisam disso; desse ser nas suas vidas para que sejam
fortes ou realizadas.
Nós somos fortes, somos o pai e a mãe da "fortaleza";
e mesmo sozinhas, nós comandamos um batalhão todo sem
fraquejar, sem vacilar em nossas opiniões...
Mas nem todas têm uma força maior para não se deixar
ser manipulada; e deixam seus parceiros, fazerem delas "bagaço".
Coisa que não era necessário.
Hoje, depois de muitos milênios, nós ainda padecemos por
causa dessa submissão.
E é por isso, que devemos lutar para sermos fortes, e nos tornarmos
"guerreiras vencedoras", ao invés de "mulheres
fracassadas".
Mesmo que para isso, nós precisemos nos transverter de um outro
ser... E até mesmo de um homem, para que sejamos vencedoras...
Mesmo que, para conseguir esse objetivo, precisarmos ser um homem...
Mas que sejamos vencedoras, e não, mulheres fracassadas.
E hoje, eu tive a permissão de escrever, de falar em nome das
muitas mulheres que há na face da terra; e que não conseguem
ser elas mesmas, e que vivem em função de um outro ser...
Mesmo que seja uma outra mulher; um filho; um amigo de trabalho; um
chefe, ou seja, lá quem for. Mas que depois de ler essas linhas,
que se torne; que ponha para fora a fortaleza que existe em cada uma;
e que caminhe, a partir de agora com a cabeça erguida para lutar
por seus objetivos; mesmo que seja sozinha; sem a companhia de quem
quer que seja.
- Ah! Meu Senhor, quanto tempo eu esperei por essa oportunidade; quanto
tempo eu passei com tudo isso engasgado em minha alma. Para apenas só
chegar ás inúmeras Searas desse mundão, e apenas
incorporar minhas auxiliares...
Ou vocês pensam que a mediunidade é só e unicamente
o dom da escrita? Da incorporação?
Não, caros filhos. O dom da escrita é apenas uma das menores
pontes para se chegar ao mais fabuloso dom de um ser; de um ser ainda
encarnado.
por Margaret Souza
Texto tirado do Manuscrito psicografado em 07/04/07.