Quando os nobres começam a
se armar, a Igreja busca uma aproximação
entre estas duas partes tão importantes no status
quo medieval. Começa, então, a história
de uma ligação perigosa que vai trazer a
legitimação do poder pela força militar.
"[...] A Casa de Deus, que acreditam uma,
aqui embaixo está, pois dividida em três, sendo,
portanto, tripla: uns oram (orant), outros combatem (pugnant),
outros, enfim, trabalham (laborant). Estas três partes que
coexistem não suportam ser separadas [...]" (Adalberón,
bispo de Laon).
Foi dessa maneira, estabelecida nas famigeradas
Três Ordens, que o pensamento cristão concebeu, no
início do século XI, a sociedade medieval, na qual
cada um ocupava o seu devido lugar e executava aquilo que lhe
foi previamente designado por Deus, deixando implícito
que a aceitação da condição social
de cada um era um preceito religioso imprescindível para
a manutenção da paz e da harmonia, sendo essas as
condições ardorosamente desejadas e, se preciso,
ferozmente defendidas. Um mundo pacífico e ordeiro, capaz
de agradar a Deus em sua mansidão sempre foi o ideal buscado.
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