Espiritualidade e Sociedade





Pedro Paulo Amorim


>   Espiritismo, Covid-19 e Eutanásia

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Pedro Paulo Amorim
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Pedro Paulo Amorim - Doutor, Mestre e Licenciado em História pela Universidade Federal de Santa Catarina; Pesquisador da temática espírita e suas interfaces com a política, sociedade e cultura; Integrante do GP História: Religiosidade e Cultura CNPq/UFSC.

 

INTRODUÇÃO

Há quatro anos foi decretada pala Organização Mundial de Saúde (OMS) uma pandemia que praticamente parou o mundo, colocando povos e governos em estado de alerta, trazendo a tona novamente questões ligadas ao medo e à xenofobia, que atravessaram a história humana, deixando todos sobressaltados frente a milhões de mortos. Hoje mais uma vez voltam com grande força às manchetes nas redes sociais e nas mídias de forma geral, não só o aumento dos casos de COVID-19, mas também sobre o grande aumento dos casos de dengue, zika e chikungunya em nosso país.

Diante desse quadro preocupante onde milhares de pessoas morreram e ainda morrem em razão dessas doenças refletiremos como o Espiritismo encara as questões ligadas as pandemias e suas consequências. Assim, destacamos entre as muitas sequelas decorrentes da pandemia a eutanásia e suas implicações morais a luz do Espiritismo.

Segundo o historiador Jacques Le Goff o estudo das doenças pertence não só à história dos progressos científicos como também à história dos saberes e das práticas ligadas às estruturas sociais, às representações e também às mentalidades (Le Goff, 1991, p.7-8). Assim, podemos perceber a razão do grande interesse levantado pela pandemia do COVID-19 no âmbito das ciências e das religiões, especialmente quando a eutanásia passa a frequentar o imaginário da nossa sociedade como um todo.

A COVID-19

Podemos dizer que o coronavírus é um velho conhecido da comunidade científica mundial, uma vez que foi identificado na década de 1960, e sua variante mais agressiva o SARS-CoV foi responsável pelo aparecimento da síndrome respiratória aguda grave (SARS), na República Popular da China entre 2003 e 2004, onde 10% das pessoas infectadas por esse tipo do vírus em quase todos os continentes acabaram indo a óbito (BRUNA, 2021) (PESSOA, 2020). O MERS-CoV outra variável do coronavirus foi identificada pela primeira vez em humanos no ano de 2012 na Arábia Saudita, que, além dos sintomas respiratórios, apresentava uma forma grave de pneumonia e complicações renais. Posteriormente os casos foram se espalhando por outros países asiáticos e também na Europa, na África e nos Estados Unidos (BRUNA, 2021) (PESSOA, 2020).

No último dia do ano de 2019, a OMS foi alertada sobre inúmeros casos de pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei, na República Popular da China. Dessa vez, aparecia uma nova cepa do coronavírus que não havia sido identificada anteriormente em seres humanos. Em decorrência desses casos, uma semana depois, em 7 de janeiro de 2020, as autoridades chinesas confirmaram que haviam identificado um novo tipo do coronavírus.

A incidência do coronavírus é muito comum entre nós, sendo a segunda principal causa de resfriado comum (após rinovírus) e raramente causaram doenças mais graves em humanos do que o resfriado comum. Ao todo, sete coronavírus humanos (HCoVs) já foram identificados: HCoV-229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoV-HKU1, SARS-COV (que causa síndrome respiratória aguda grave), MERS-COV (que causa síndrome respiratória do Oriente Médio) e o, mais recente, novo coronavírus (que no início foi temporariamente nomeado 2019-nCoV e, em 11 de fevereiro de 2020, recebeu o nome de SARS-CoV-2). Esse novo coronavírus é responsável por causar a doença COVID-19 (OPAS - ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2024).

De acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) até o dia 9 de março de 2024 foram registrados 38.646.183 casos de COVID-19 no Brasil e 710.704 mortes devido à doença (CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE (CONASS), 2024). Já em relação ao planeta as estatísticas internacionais apontam um total de casos de 704.268.234 com um total de mortes de 7.006.304.

O ESPIRITISMO E AS PANDEMIAS

A Doutrina Espírita apresenta um posicionamento singular em ralação as grandes catástrofes que assolam a humanidade, tanto aquelas com origens naturais quanto as decorrentes de ações humanas. Em nossa pesquisa junto à documentação gerada por Kardec e pelo Movimento Espírita nunca é demais lembrarmos que os encaramos como documentos-monumento (LE GOFF, 1992) de suma importância para o estudo e análise do pensamento espírita ao longo de toda sua história.

A fim de refletirmos sobre esse posicionamento do Espiritismo, recorremos ao capítulo “VI – Da Lei da Destruição” de O Livro dos Espíritos na pergunta 728, onde Kardec afirma que: “Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar. Porque, o que chamais destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos” (KARDEC, 2013, p.335).  

A seguir Kardec argumenta na questão 737 que Deus usa aquilo que o codificador chamou de flagelos destruidores com o objetivo de acelerar o progresso da humanidade, visto que na interpretação espírita a destruição é necessária para a regeneração moral dos Espíritos, uma vez que em cada nova existência eles sobem mais um degrau na escala do aperfeiçoamento. Além disso, o progresso para o Espiritismo faz parte da condição humana, sendo impossível aos seres humanos obstá-lo de forma definitiva e também em razão desse progresso dar-se de modo lento e regular (KARDEC, 2013, p.353).

Como flagelos destruidores independentes das ações humanas, Kardec lista: a peste, a fome, as inundações, as intempéries fatais às produções da terra (KARDEC, 2013, p.339). Dos flagelos produzidos pelos homens Kardec cita as guerras fruto da predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual entre os seres humanos, uma vez que no estado de barbaria, os povos só conhecem a lei dos mais fortes (KARDEC, 2013, p.339).

Ainda em relação ao progresso da sociedade humana Kardec na questão 783 de O livro dos Espíritos (2013, p.353), afirma que quando a sociedade humana tenta no todo ou em parte obstar o progresso regular e lento de forma obstinada, Deus intervém na história sujeitando a humanidade a abalos físicos e morais capazes de a transformar. Assim sendo, as epidemias, guerras e grandes catástrofes naturais forçam a humanidade a tentar solucionar os vários problemas decorrentes desses eventos.

Na Revista Espírita de julho de 1867, Allan Kardec analisando algumas cartas enviadas por seus correspondentes descreveu a epidemia que assolava há dois anos as Ilhas Maurício, antiga colônia francesa. Um dos correspondentes da revista salientou que: “Para mim, vejo em tudo isto um desses flagelos anunciados, que devem retirar do mundo uma parte da geração presente, e destinados a operar uma renovação tornada necessária” (Kardec, 2019a, p.292). As lideranças espíritas de hoje percebem a pandemia da COVID-19 da mesma forma, tendo por objetivo acelerar a renovação moral dos habitantes da Terra.

Em outubro de 1868, no artigo assinado pelo Espírito Clélie Duplantier, encontramos uma percepção diferenciada do papel de uma epidemia em relação ao desenvolvimento da sociedade humana atuando em uma região restrita da Terra:

Uma epidemia universal teria semeado o pânico na Humanidade inteira e por muito tempo detido a marcha de todo progresso; uma epidemia restrita, atacando sucessivamente e sob múltiplas formas, cada centro de civilização, produzirá os mesmos efeitos salutares e regeneradores, mas deixará intactos os meios de ação de que a Ciência pode dispor. Os que morrem são feridos de impotência; mas os que vêem a morte à sua porta buscam novos meios de a combater. O perigo torna inventivo; [...] (Kardec, 2019b, p.446).

Ainda no mês de outubro de 1868 através das reflexões de Kardec podemos identificar como o Espiritismo encarava as razões que levam ao surgimento e extinção dos flagelos destruidores:

A ilha entra no período de convalescença; pode haver algumas pequenas recrudescências, mas tenho razões para crer que a epidemia irá, de agora em diante, diminuindo até a completa extinção dos sintomas que a caracterizam.

Mas qual será a sua influência sobre os habitantes de Maurício que tiverem sobrevivido ao desastre? Que conseqüências deduzirão das manifestações de toda natureza, de que foram testemunhas involuntárias?

[...] 

Mas qual será a sua influência sobre os habitantes de Maurício que tiverem sobrevivido ao desastre? Que conseqüências deduzirão das manifestações de toda natureza, de que foram testemunhas involuntárias? seus habitantes. Os flagelos são os instrumentos de que se serve o grande cirurgião do Universo para extirpar, do mundo, destinado a marchar para frente, os elementos gangrenados que nele provocam desordens incompatíveis como o seu novo estado. Cada órgão, ou melhor dizendo, cada região será, sucessivamente, dissecada por flagelos de diversas naturezas. Aqui, a epidemia sob todas as suas formas; ali, a guerra, a fome. [...] (Kardec, 2019b, p. 448-449).

Três anos antes na Revista Espírita de novembro 1865 Kardec apresentou longo artigo denominado “O Espiritismo e o Cólera”, onde cita a carta de um leitor de Constantinopla, onde ocorrera mais de 70 mil mortes, referindo-se ao período de 1845 a 1860 quando ocorreu a terceira onda pandêmica de cólera. No artigo Kardec defendia a influência moral e material exercida pelo Espiritismo no combate e na prevenção da daquela epidemia ocorrida na cidade de Constantinopla, principalmente quanto ao cuidado:

O melhor preservativo consiste nas precauções de higiene sabiamente recomendadas em todas as instruções dadas a respeito; passam pela limpeza, pelo afastamento de toda causa de insalubridade e dos focos de infecção, e pela abstenção de todos os excessos (Kardec, 2019c, p.452).

Somando-se a isso Kardec apontou a influência salutar do Espiritismo ao afastar o medo da morte em razão de sua crença da imortalidade da alma associada à reencarnação, dessa maneira proporcionando uma força moral capaz de preservar o ser humano de muitas doenças, porquanto essa força repercutiria no corpo físico, inclusive no sistema imunológico (Kardec, 2019c, p.452).

Como afirmamos anteriormente, da mesma maneira que os líderes espíritas da segunda metade do século XIX e início do século XX, as lideranças atuais encaram as relações entre os denominados flagelos destruidores que assolam a Terra periodicamente e o desenvolvimento da sociedade humana. Atestamos isso na Quadrilogia Transição Planetária (2) onde todos os livros versam, sob a ótica espírita, a respeito da transformação pela qual passa o nosso planeta rumo a um estágio civilizatório superior quando não mais existirão guerras, epidemias e outros grandes tormentos com causas naturais ou não, denominados pela Doutrina Espírita como “Mundo de Regeneração”. Nesses livros, o atualmente mais celebrado líder espírita, Divaldo Pereira Franco através do espírito Manoel Philomeno de Miranda, discorre sobre a ideia que de tempos em tempos, a humanidade se vê submetida à ação de flagelos destruidores. Flagelos estes incontroláveis causados pela natureza atuando como quadros devastadores, assim como a pandemia que vivenciamos ainda hoje, uma vez que o vírus é fruto da ação deletéria da coletividade humana, agindo como instrumentos de transformação e renovação ética e moral da humanidade, controlados pelos espíritos superiores a mando de Deus.

- 2 - Quadrilogia iniciada em 2010 composta pelos seguintes livros: Transição Planetária (2010), Amanhecer de uma Nova Era (2012), Perturbações espirituais (2015) e No rumo do mundo de regeneração (2020). Todos lançados pela Editora LEAL.

 

A COVID-19 A EUTANÁSIA E O SUICÍDIO ASSISTIDO

Em razão do elevado número de mortes causadas pelo coronavírus, associadas ao isolamento social e ainda aliadas aos inúmeros relatos diários em todos os meios de comunicação sobre a dor e o estado de grande desespero e sofrimento por parte daqueles acometidos pela doença, entubados, com falta de ar chegando a óbito ou não, dando causa também a grande dor aos familiares e amigos, tudo isso contribuiu sobremaneira para o grande impulso nos debates a respeito da legalização da eutanásia e também sobre ortotanásia, distanásia e mistanásia. Essas discussões, que há muito têm grandes repercussões em nossa sociedade, ganharam destaque no cenário da Pandemia da COVID-19.

A título de exemplo, lembramos o caso da Nova Zelândia à época declarada como modelo mundial a ser seguido no combate a COVID-19 devido às medidas adotadas no enfrentamento à pandemia. Em rápida pesquisa as evidências apontam que a Nova Zelândia foi distinguida como um caso de grande sucesso na resposta à pandemia da COVID-19, sendo um dos países com menor número de óbitos pela doença em todo o mundo. Sucesso esse fruto de uma organização do sistema de saúde local com rápida ação interna, elevada capacidade de testagem para a doença, rastreamento dos contatos entre as pessoas, o que evitou com grande sucesso o colapso do sistema de saúde em 2020 e 2021 (OLIVEIRA; CHAVES, 2023, p.3582).

Em razão de a Nova Zelândia ser encarada como paradigma na luta contra a pandemia, destacamos como inusitada a legalização da eutanásia, da morte assistida, para os doentes acometidos de COVID-19 em estado terminal (NEW ZEALAND, 2022).

No Brasil em virtude da grande facilidade e rapidez com que ocorria a contaminação, no auge da pandemia, levando um grande número de pessoas simultaneamente aos hospitais, necessitadas concomitantemente de intervenção médica intensiva e de internamento nos hospitais, favoreceram ao colapso do sistema de saúde e consequentemente aumentando de forma expressiva o número de mortos. Também a título de exemplo, podemos citar a crise do sistema hospitalar verificada em janeiro de 2021 na cidade de Manaus no Estado do Amazonas, onde faltaram balões de oxigênio e aparelhos de ventilação mecânica nas unidades hospitalares, o que levou os médicos a precisaram sedar pacientes que se encontravam em intenso sofrimento respiratório, gerou grande discussão e confusão entre os conceitos de sedação paliativa e eutanásia (BBC - BRASIL, 2021) (BRASÍLIA, 2023), como veremos mais abaixo.

O vocábulo eutanásia tem origem no grego, e podemos traduzi-lo como "boa morte" ou "morte apropriada". Sua origem é atribuída a Francis Bacon, no ano de 1623, no livro "Historia vitae et mortis", como sendo o "tratamento adequado as doenças incuráveis" (GOLDIM, 2004). De uma maneira bastante simplificada podemos definir a eutanásia como uma forma de apresar a morte de um paciente comprovadamente em estado terminal, com características incuráveis, de uma maneira que não cause dor nem sofrimento a ele, conduta considerada ilegal e antiética em nosso país. Já a ortotanásia é a decisão de retirar, sem causar sofrimento, equipamento ou medicações que servem para prolongar a vida de um doente terminal sem esperança (LOPES, 2014). Ela é encarada como a humanização da morte, sem abreviá-la e nem prolongá-la desproporcionalmente (CAMPOS, 2012).

Em oposição à ortotanásia encontra-se a distanásia, que é exercida quando se prolonga a vida de um paciente incurável, através de meios artificiais desproporcionais, sem perspectiva de cura ou melhora (LOPES, 2014). A distanásia também é conhecida como tratamento fútil ou obstinação terapêutica (CAMPOS, 2012).

A Mistanásia (do grego “mis”, distanciamento, infeliz e “thanatos”, morte), também denominada de eutanásia social refere-se à morte miserável, fora e antes da hora, por omissão, por negligência, por incompetência ou insuficiência na assistência à saúde, isto é, devido à má gestão da saúde pública e de omissão dos responsáveis (CONSTANTINO, 2020).

Existem dois elementos básicos na caracterização da eutanásia: a intenção e o efeito da ação. A intenção de realizar a eutanásia pode gerar uma ação (eutanásia ativa) ou uma omissão, isto é, a não realização de uma ação que teria indicação terapêutica naquela circunstância (eutanásia passiva). Desde o ponto de vista da ética, ou seja, da justificativa da ação, não há diferença entre ambas (GOLDIM, 2004).

A confusão a qual nos referimos anteriormente entre os conceitos de sedação paliativa e eutanásia, ficou bem evidente durante a crise fomentada pela pandemia da Covid-19, principalmente durante a crise de Manaus. Quando um paciente encontra-se em situação de grande sofrimento apresentando sintomas graves onde as terapêuticas possíveis não surtem efeito, é lícito, ético e técnico oferecer a sedação paliativa, com o objetivo de trazer alívio ao adormecer e reduzir a consciência do doente. Realizada de forma correta e cuidadosa, o médico busca conforto para o seu paciente, embora também seja uma conduta cercada de riscos, principalmente pela gravidade do quadro da doença. Ainda que exista risco de morte, a sedação paliativa não pode ser confundida com a eutanásia, uma prática proibida em nosso país (BRASÍLIA, 2023).


A BIOÉTICA

O termo Bioética surgiu pela primeira vez no ano de 1927 utilizado pelo teólogo alemão Fritz Jahr (GOLDIM, 2006), compreendendo as obrigações de caráter ético dos seres humanos, refletindo as apreensões das ciências em relação à vida e morte (BARCHIFONTAINE; TRINDADE, 2019). Bioética pode hoje ser encarada como uma área específica do conhecimento, detentora de um corpo conceitual e doutrinário em franco desenvolvimento. Ela pode ser considerada como a atuação da ética nas e (das) ciências da vida, da saúde e do meio ambiente. Possuindo como caraterísticas marcantes a multi e transdisciplinaridade, que a predispõe a grande participação de outras áreas do conhecimento além da ética, como também a incorporação da visão ética de um ramo do conhecimento ou outro e vice-versa.

A Bioética pode ser caracterizada pela participação obrigatória de todos os atores e agentes sociais que por um motivo ou outro possam estar envolvidos na questão ética em evidência no momento. Desse modo, podemos citar o caso da relação entre médico e paciente, onde não é suficiente apenas as reflexões dos médicos, mas sendo fundamental a interferência de outros setores da sociedade, como também dos pacientes (HOSSNE; ALBUQUERQUE; GOLDIM,2007, pp.146-147).

A Bioética devido ao seu vasto campo de atuação é caracterizada por diferentes aspectos, que de alguma forma se apresentam como definidores de suas abordagens principais como nos apresenta José Roberto Pereira Santos a seguir:

  • Modelo sociobiológico: [...] os adeptos desse modelo entendem que os princípios e valores éticos devem acompanhar os costumes de um grupo social em uma determinada época. Para ele, a cultura e a história são prioritárias da formação dos valores. Defendem a tolerância da pluralidade dos costumes e comportamentos. Se aceita pela sociedade a prática do aborto ou a eutanásia passam a ter legitimidade. O valor da vida humana passa a ser temporal e dependente dos costumes sociais e do comportamento da coletividade;
  • Modelo subjetivista ou liberal radical: as normas e valores nascem do próprio sujeito. Ele, o Homem, é que decide pelo que é certo ou errado, o bem ou o mal, verdadeiro ou falso em relação às questões morais. Nesse modelo prevalece o princípio da autonomia do sujeito enfatizando a liberdade radical. A decisão é um ato individual e deve ser respeitada. [...] O sujeito que não tem autonomia própria (embrião, feto, pessoas com deficiência mental, dementes, pacientes em coma) fica prejudicado, pois para ele não tem uma norma social que o proteja. Aborto, eutanásia, suicídio assistido são práticas aceitas.
  • Modelo pragmático-utilitarista: [...] A decisão sobre valões usa o critério da utilidade social do indivíduo. Isso está firmado em uma noção que a vida deve ser direcionada pera: maximizar o prazer, minimizar a dor, expandir os limites das liberdades pessoais. Nesse sentido, pessoa é o ser que tem capacidade de sentir e viver o prazer. Sobrepõe-se o conceito de qualidade de vida em detrimento da dignidade da vida [...].
  • Modelo Personalista: [...] Tem por base a pessoa humana. A pessoa é uma unidade, um todo (unitotalidade), constituída de corpo e espírito. O valor da pessoa independe da normalidade física, pois a dignidade humana não deixa de existir porque a vida física não se manifesta de forma plena. O conceito de pessoa subentende todo ser humano vivo, do zigoto ao velho, mesmo que não tenha possibilidade de exercer toda a sua potencialidade (feto malformado), ou que venha a perdê-la (pacientes dementes ou em coma). [...] (SANTOS, 2024).


A AME E A FEB

A Associação Médico-Espírita do Brasil (AME-Brasil) completará no dia 17 de junho de 2024, 29 anos de atividades. Fundada na cidade de São Paulo durante a realização do Mednesp-95 - 3o Congresso Nacional de Médicos Espíritas – organizado e efetivado pela Associação Médico-Espírita de São Paulo (AME-SP) (AME-BRASIL, 2023). A AME Internacional, por sua vez, foi fundada quatro anos mais tarde em 5 de junho de 1999 (NOBRE, 2014).

A AME-Brasil é parte integrante do Conselho Nacional das Entidades Espíritas Especializadas da Federação Espírita Brasileira (CNE-FEB) (3), órgão de apoio e orientação técnica da FEB, com funções de orientação, coordenação e integração das entidades afiliadas a esse conselho (CONSELHO FEDERATIVO NACIONAL, 2014), este conselho teve sua criação aprovada em 24/02/2014 pelo (então) presidente da FEB Antonio Cesar Perri de Carvalho (2014). Segundo resolução da FEB, entende-se por Entidade Espírita Especializada de Âmbito Nacional aquela que possua atuação em caráter nacional, dentro de sua área de especialização, em concordância com os princípios da Doutrina Espírita, vinculada ao Movimento Espírita Brasileiro por intermédio do CNE-FEB (CARVALHO, 2014).

- 3 - O CNE-FEB é composto Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo – ABRADE; Associação Brasileira dos Magistrados Espíritas – ABRAME; Associação Brasileira de Artistas Espíritas – ABRARTE; Associação Médico-Espírita do Brasil – AME-Brasil; Associação Brasileira de Psicólogos Espíritas – ABRAPE; Associação Jurídico-Espírita do Brasil – AJE; Cruzada dos Militares Espíritas – CME Instituto de Cultura
Espírita do Brasil – ICEB.

As Entidades Espíritas Especializadas de Âmbito Nacional podem tomar acento nas reuniões do Conselho Federativo Nacional (CFN) – órgão com funções deliberativas, normativas, orientadoras, coordenadoras e supervisoras da FEB – como órgão de apoio técnico ao Movimento Espírita Brasileiro, na condição de observadores, sem direito a voto (CARVALHO, 2014).

A AME-Brasil tem como intuito institucional, conforme encontramos declarada no seu sítio na internet:

A AME-Brasil tem como finalidade o estudo da Doutrina Espírita e de sua fenomenologia, tendo em vista suas relações, integração e aplicação nos campos da filosofia, da religião e da Ciência, em particular da Medicina, procurando fundamentá-la através da criação e realização de estudos e experiências orientadas nessa direção.
[...]
A AME-Brasil deve ainda difundir e preservar o movimento médico-espírita junto a outras classes profissionais liberais e ao público em geral e promover eventos culturais e cientí?cos que levem ao desenvolvimento de seu trabalho (AME-BRASIL, 2024).

Atualmente, há redes de AME ´s espalhadas pelo país, a nível nacional, regional, estadual e municipal, contam com setenta e uma instituições e mais sete em faze de constituição, compostas não só por médicos, mas, por profissionais da área de saúde conforme nos revela a revista Saúde e Espiritualidade referente aos meses de maio a agosto de 2020 (OLIVEIRA, Carlos Roberto de, 2020).

Em relação à eutanásia, distanásia e morte natural a visão personalista em relação a bioética suporta o posicionamento da FEB, que se manifesta através das páginas da Revista Saúde e Espiritualidade de agosto e setembro de 2010:

1. Contrariamente a qualquer meio intencional que antecipe a morte natural do ser humano, seja pela eutanásia, ativa ou passiva, ou pelo suicídio assistido;
2. Contrariamente à distanásia, por entendermos tratar-se de um prolongamento inútil da vida, por obstinação terapêutica ou diagnóstica, através de meios artificiais que não trazem benefícios imediatos ao paciente, levando-o a uma morte agoniada, com muito sofrimento orgânico, psíquico e espiritual;
3. Favoravelmente à ocorrência da morte natural, a que se dá no tempo certo. Compete-nos respeitar a autonomia do paciente – suas crenças, medos, desejos e esperanças –, oferecendo-lhe apoio médico, psicológico, religioso e familiar, que lhe possibilite morrer sem dor, e viver, com dignidade, os seus últimos instantes de vida terrena. Compreendemos o processo de morrer como uma fase importante para o aperfeiçoamento do espírito, repleto de experiências enriquecedoras, tanto para o médico, quanto para o paciente, sobretudo, quando ambos têm os olhos voltados para a realidade da vida imortal (CAMPOS, 2010).

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em razão das grandes convulsões causadas na população mundial pelo advento da pandemia da COVID-19, a qual escancarou de forma impactante a grande fragilidade da vida humana e de nossa sociedade como um todo, tornou-se obrigatória a reavaliação de alguns dos nossos valores, hábitos e objetivos ligados principalmente às questões referentes à morte.

Também contribui para a relevância do tema o acelerado crescimento do número de casos da dengue com um novo surto em várias regiões do país nesse ano de 2024 atingindo a marca de 3.535.314 de casos, com 1.601 casos de óbitos confirmados por dengue e 2.601 óbitos em investigação com um coeficiente de incidência de 1.741,0 casos por cada 100 mil brasileiros em 2024 segundo os dados do painel de casos do Ministério da Saúde atualizado até o dia 19 de abril de 2024 (BRASIL, 2024).

Assim, pudemos verificar a relevância que o tema eutanásia ou morte assistida tomaram em todos os tipos de mídia e também nas conversas do dia a dia ajudando a banalizar as questões ligadas a morte que até bem pouco tempo antes era tratado como um tabu em nossa sociedade (RODRIGUES. 2014).

Para os adeptos do Espiritismo a crença na doutrina da reencarnação, isto é, aquela segundo a qual o ser humano possui muitas existências sucessivas, pode dar a eles grande consolo em ralação a morte, além disso, para o Espiritismo as epidemias, pandemias e os chamados flagelos destruidores que, de tempos em tempos, assolam a humanidade fazem parte das experiências necessárias a sua evolução como pudemos observar anteriormente.

Diante disso pudemos observar a atuação da AME-Brasil junto a FEB, como órgão de apoio e orientação técnica, com funções de orientação, coordenação e integração das entidades afiliadas a esse conselho em relação às questões ligadas a filosofia, religião e,sobretudo a medicina e a bioética, atuando dentro do Modelo Personalista com relação à bioética que tem por base a importância da pessoa humana.

Através de seu periódico eletrônico “Revista Saúde e Espiritualidade (4)” a AME-Brasil vem desde o ano de 2010 manifestando-se de forma pública, buscando atingir um público mais amplo e de forma sistemática o posicionamento da FEB em relação aos diversos assuntos abordados pela bioética tais como: aborto, eutanásia, distanásia, ortotanásia, suicídio assistido etc.

- 4 - Inicialmente a revista eletrônica chamava-se “Saúde da Alma” ficando com essa denominação do número 00 até número 05 referente a janeiro, fevereiro e março de 2012, quando passou a denominar-se “Saúde e Espiritualidade”, permanecendo essa denominação até os dias de hoje.

A AME-Brasil através de nota técnica expedida em 18/08/2020 reafirmou o seu posicionamento em relação às questões examinadas pela bioética como: personalista, não-utilitarista, em favor da vida (AME-BRASIL, 2020). Deste modo, em razão da visão personalista a FEB reiterou o seu posicionamento, no qual advoga a dignidade ontológica do ser humano a partir do zigoto. Além disso, a FEB através dos seus órgãos administrativos e doutrinários coloca-se sucessivamente contrária a eutanásia e ao aborto e em defesa do que caracteriza como direitos do embrião.

 

REFERÊNCIAS

AME-BRASIL (São Paulo). Nota Técnica da Associação Médico-Espírita do Brasil sobre Violência Sexual, Gravidez na Adolescência e Puberdade e Aborto. 2020. Disponível: http://www.amebrasil.org.br/2018/sites/default/?les/NOTA%20TÉCNICA%20AMEBR%20?nal.pdf. Acesso 12 abr 2024.p.2.

AME-BRASIL (São Paulo). Histórico da AME-BRASIL. 2023. Disponível em: https://amebrasil.org.br/historico-da-ame-brasil/. Acesso em: 12 abr. 2024.

AME-BRASIL (São Paulo). Missão da AME BRASIL. 2024. Disponível em: https://amebrasil.org.br/missao-da-ame-brasil/. Acesso em: 12 abr. 2024.

BBC - BRASIL. Covid em Manaus: sem oxigênio, pacientes dependem de ventilação manual para sobreviver em manaus. 2021. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-55674229. Acesso em: 12 abr. 2024.

BARCHIFONTAINE, Christian de Paul de; TRINDADE, Marcos Aurélio. Bioética, saúde e realidade brasileira. Revista Bioética, [S.L.], v. 27, n. 3, p. 439-445, set. 2019. FapUNIFESP (SciELO). Disponível em: https://www.scielo.br/j/bioet/a/ZvSBP75 G4dywpTNjXbRzyRf/?lang=pt. Acesso em: 12 abr. 2024.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Atualização de Casos de Arboviroses: Dengue. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/aedes-aegypti/monitoramento-das-rboviroses. Acesso em: 19 abr. 2024.

BRASÍLIA. Fernanda Marques. Fiocruz - Brasília. Fala aê, pesquisadora: sedação paliativa, covid-19, ética e direito. 2023. Disponível em: https://www.?ocruzbrasilia.Fiocruz.br/fala-ae-pesquisadora-sedacao-paliativa-covid-19-etica-e-direito/. Acesso em: 12 abr. 2024.

BRUNA, Maria Helena Varella. SÍNDROME RESPIRATÓRIA DO ORIENTE MÉDIO (MERS). 2021. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e- sintomas/sindrome-respiratoria-do-oriente-medio-mers/. Acesso em: 12 abr. 2024.

CAMPOS, Giovana. AME-Brasil: 15 anos de ciência e espiritualidade. Saúde da Alma, São Paulo, v. 00, n. 00, p. 4-9, ago. 2010. Disponível em: https://amebrasil.org.br/revistas-saude-espiritualidade/. Acesso em: 12 abr. 2024.

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Fonte: https://www.editorafi.org/ebook/c029-historia-religiosidade

 



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