Reportagem do Jornal Folha de São Paulo
acompanhou uma sessão de cirurgias espirituais no IMA (Instituto
de Medicina do Além), em Franca.
Para assistir no Youtube: - https://youtu.be/BhZrdxLKrZg
IMA - Instituto Medicina do Além
O IMA teve sua origem quando um espírita nordestino
de nome Bemvindo Melo, que quando encarnado, Presidente da União
Espírita e da Federação Espírita do Estado
do Ceará - FEEC, dirigiu-se, por força de sua posição
no meio espírita e ao seu precário estado de saúde
até a cidade de Franca, município de São Paulo,
divisa com o Triângulo Mineiro e as cidades de Santa Maria (onde
foi criado o primeiro Centro Espírita no Brasil que contou com
a presença em suas primeiras reuniões do cearense Dr.
Adolpho Bezerra de Menezes, o Médico do Pobres), Sacramento (cidade
do nosso amado Eurípedes Barsanulfo), Uberaba e São Leopoldo
(cidade que contou com a presença física de Chico Xavier).
(texto completo no link).
Reportagem do jornal Folha de São Paulo
sobre João Berbel:
ROGÉRIO PAGNAN
enviado especial da Folha de S.Paulo a Franca
31/10/2005
Com um cabo de bisturi sem corte, o vendedor de couro
João Berbel, 50, redesenha silenciosamente a geografia da peregrinação
espírita no Brasil e coloca Franca como um dos principais destinos
das pessoas que buscam um tratamento espiritual.
Com o instrumento são feitas as cirurgias espirituais
que atraem ao IMA (Instituto de Medicina do Além) cerca de 4.000
pessoas por semana. A média é superior ao número
de fiéis que procuravam Uberaba (MG) até 2002, terra do
médium Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier (1910-2002),
que atraía entre mil e 1.500 seguidores por semana.
Para o presidente do IMA (Grupo de Assistência
Espiritual Paz, Amor e Caridade, nome oficial), Adilson Salomão,
65, muitas das pessoas que buscam o tratamento em Franca são
as mesmas que buscavam a cura em Chico. "O povo está desesperado,
quer se agarrar em alguma coisa", disse.
As cirurgias realizadas pelo médium de Franca
começaram em 1996, em sua própria casa, no Parque dos
Pinhais. Foram cinco pessoas, entre elas a sogra, os primeiros pacientes.
"Numa quarta-feira havia cinco pessoas lá em casa. Aí
nós curamos uma mulher que tinha problema gravíssimo de
coração, mas, como mulher é muito fofoqueira, ela
esparramou para todo mundo e no outro dia tinha 50. E na outra semana
tinha 500 pessoas na porta de casa", relembra Berbel, que diz incorporar
o médico Ismael Alonso y Alonso, morto em 1964, para as cirurgias.
Com a proliferação de fiéis que
ainda continua, a direção do instituto estuda ampliar
o horário de atendimento --hoje restrito às quartas, quintas
e sábados-- e constrói um hospital com 208 leitos em três
pavimentos. No prédio, que deve estar concluído no final
de 2006, os pacientes vão receber tratamentos da medicina convencional
e da espiritual simultaneamente.
De acordo com o relações públicas
do instituto Marcos Afonso de Almeida, 42, a intenção
é construir também um complexo para tratamento fisioterápico,
centro odontológico e uma escola para atender crianças
carentes.
A estimativa de gasto total é de R$ 2 milhões,
recursos provenientes da doações e da venda dos 105 títulos
de livros escritos pelo próprio Berbel pela psicofonia (o médium
diz ouvir a comunicação dos espíritos).
Todas as cirurgias são gratuitas, assim como
os remédios para o tratamento. São doados de 160 mil a
170 mil frascos por ano, também de acordo com o relações
públicas.
Além dos fiéis, o IMA também despertou
a atenção dos conselhos ligados à saúde,
do CRM (Conselho Regional de Medicina) e do CRF (Conselho Regional de
Farmácia), que realizaram inspeções no local neste
mês.
O conselho médico informou que a fiscalização
não encontrou irregularidades no local porque não há
"atos médicos" nem o exercício ilegal da profissão:
"só questões religiosas". Para o CRM, pode haver
o uso indevido da nomenclatura "hospital", "mas nada
que seja da alçada do conselho".
O coordenador do CRF de Franca, Wilson Rigoni da Silva,
39, disse que o IMA foi multado em R$ 900 porque não tinha um
farmacêutico responsável pela manipulação
dos remédios. Para ele, há a necessidade de um profissional
responsável mesmo com o uso apenas de produtos fitoterápicos
(feitos com plantas). "Temos que aceitar que um leigo faça
o serviço de um farmacêutico?", questionou.