Divaldo Franco, orador e médium espírita,
natural de Feira de Santana na Bahia, foi entrevistado tão
logo chegou em Santana do Livramento, na Fronteira da Paz, pela
emissora uruguaia Teve Diez, de Rivera. Com assuntos diversos,
Divaldo foi respondendo sobre as suas atividades na Doutrina Espírita
e a sua mediunidade, o estudo que realizou sobre a filosofia espírita
ao ser estimulado a estudar O Livro dos Espíritos. Nesta
grandiosa obra encontrou todas as respostas para os enigmas da
vida.
Brevemente se referiu às três revelações
divinas. Sobre as diversas homenagens que recebeu, destacou que
são o reconhecimento ao trabalho executado em prol do próximo.
O importante, frisou, é o que somos internamente e não
as honrarias exteriores, reconhecendo que são estímulos
às superações. O importante não é
no que se crê, mas o que se faz.
Allan Kardec, através das respostas obtidas nas obras
da codificação espírita, apresenta as soluções
morais para a humanidade. O valor real é o serviço
e não as honrarias, tendo em vista que o trabalho é
realizado em nome de Jesus. Na tarefa de auxílio aos necessitados
de toda ordem, os maiores empecilhos proveem das instituições
governamentais, sempre muito burocratizadas, porém, entende-as
como naturais. Com o trabalho justo e equilibrado e produzindo
bons frutos, a Doutrina Espírita, naturalmente, vem conquistando
espaço e confiança, abrindo portas pelos resultados
apresentados.
O grande problema é o próprio ser humano, que distanciando-se
de Deus, torna-se embrutecido, e a Doutrina Espírita ensina
ao homem viver cristãmente, sendo solidário e dedicado
ao bem. A crise se faz presente no mundo inteiro, a surpresa maior
se dá pelas ações das autoridades com poder
de decisão, e que podendo trabalhar para o bem comum, alguns
optam pelo autobeneficiamento, a qualquer custo.
Cada ser humano deve fazer a sua própria transformação
moral para melhor, e ao moralizar-se contribui para que a humanidade,
como um todo, se melhore e se moralize. Há momentos de
grandes dores morais em todo o planeta, e na evolução,
a humanidade passa por transição, e as mudanças,
naturalmente, causam transtornos temporariamente.
Desde 1965 nutre grande carinho pelo Uruguai, desenvolvendo vínculos
de muita ternura. Os vícios de toda ordem, as legalizações,
as práticas abortivas, procurando dar ao homem o direito
de matar, vão embrutecendo e traumatizando a criatura humana,
que voltando-se somente para si, desconsidera o direito de seu
próximo. São mentes aturdidas e degradadas moralmente.
Esse e um estado de consciência, e o sexo deve ser praticado
com responsabilidade.
Respondendo sobre as atividades da Mansão do Caminho,
Divaldo Franco salientou que já foram atendidos mais de
quarenta mil jovens, onde a educação e a criação
de bons hábitos é tarefa desenvolvida todos os dias.
Para multiplicar o êxito da Mansão do Caminho é
necessário servir, semear e aguardar com perseverança
o resultado positivo. Não é tarefa para poucos dias.
O Espiritismo é a segunda força social a serviço
da sociedade brasileira. Existem cerca de mil entidades voltadas
ao desenvolvimento moral, todas espíritas.
Como médium, Divaldo destacou que a atividade mediúnica
é da vida, a cada momento pode-se exercer a mediunidade,
pois que são forças vibracionais com vínculos
pela energia, pela afinidade e simpatia. A mediunidade é
uma faculdade orgânica. Quando se diz que não crê,
equivale dizer que não conhece, que não é
importante crer.
A produção psicográfica foi mais uma questão
abordada, e Divaldo relatou as etapas que lhe foram assinaladas
para cumprir com a tarefa, iniciando com poucas obras, aumentando-as
gradativamente. Sente-se reconhecido, e qualquer carinho é
um estímulo para o desenvolvimento da afetividade, asseverando
que se encontra muito feliz, principalmente por estar presente
na Fronteira da Paz.
Como mensagem final, salientou que cada ser humano pode fazer
opções. O cristão de optar por amar. O importante
é não ser inimigo de ninguém. Se podes amar,
dá ao outro o direito de ser como deseja.
Juan Danilo Rodríguez, médico de família
e psicólogo equatoriano da Capital Quito, e atualmente
residindo na Mansão do Caminho, discorreu sobre as diversas
atividades que ali são exercidas, os atendimentos aos jovens
e crianças, aos adultos em vulnerabilidade social, bem
como as suas atividades desenvolvidas em Quito, e os companheiros
que lá ficaram estão desempenhando a contento as
suas responsabilidades.
Com a sua transferência para Salvador, assumiu novas tarefas
e funções, estabelecendo rotinas novas, adaptando-se,
tudo facilitado pela presença e o auxílio dos amigos
de ideal espírita.
Fazer bem ao próximo, trabalhando a própria evolução,
melhorando-se todos os dias com ética, com base na família,
em um trabalho de autoconhecimento, em conjunto com a proposta
da imortalidade e da transcendência, contribuem para que
os indivíduos alcancem a felicidade, e porque aprendeu
tudo isso com Divaldo Franco, ele é um excelente professor.
Conferência Pública
Em memorável atividade doutrinária na fronteira
gaúcha, Divaldo Franco, recebido pelas lideranças
espíritas locais, regionais e estadual, contou com a participação
de líderes e espíritas uruguaios, bem como representantes
do poder público do executivo municipal. Após agradável
momento artístico, Juan Danilo Rodríguez se dirigiu
ao público presente, que apesar do intenso frio, lotou
o Ginásio Irajá. Destacou a alegria de estar presente
nesse encontro que propugna pela união e aclara conceitos
que libertam os indivíduos dos equívocos, construindo
uma nova era, onde os corações e as mentes abertas
promoverão os dias de felicidade, destacando a coerência
de Divaldo Franco.
Divaldo, enfatizando que a vida é composta de um suceder
de fatos, alguns destes são inesperados, provocando mudanças
de um momento para outro, repentinas, parecem conspirar contra
a felicidade. Desejando a felicidade, o indivíduo, sem
saber que a vida humana é dependente de muitos fatores
e que escapam ao controle, pode ser levado ao fracasso repentino.
Salientando esses fatos inusitados e que mudam a vida dos envolvidos,
Divaldo Franco narrou a história do Bispo Anglicano James
Pike, de São Francisco, Califórnia, nos Estados
Unidos da América e seu filho Jim, desencarnado, vítima
do uso de tóxicos, bem como os fatos mediúnicos
que envolveram os personagens. A história real, retirada
da autobiografia do Bispo e que se intitula The Other Side (O
Outro Lado), é impactante, demonstrando a ação
inesperada. Esta comovente história, narrada por Divaldo,
se encontra publicada em minúcias na obra Um Encontro com
Jesus, capítulo 26, uma compilação de Delcio
Carvalho. Vale a pena ler!
Com base na narrativa dos fatos que envolveram o Bispo Pike,
Divaldo discorreu sobre a majestade do pensamento Espírita,
o Consolador prometido por Jesus. O verbo iluminado do preclaro
orador destacou a importância do Espiritismo, uma base sólida
em que foi edificado, cujos pilares que o sustentam são:
1. Existência de Deus; 2. Imortalidade da alma; 3. Comunicabilidade
dos Espíritos; 4. Reencarnação; 5. Pluralidade
dos Mundos Habitados; e 6. O Evangelho de Jesus: notável
em seus princípios éticos e que a Humanidade jamais
teve a glória de conceber. Allan Kardec, através
da questão 625 de O Livro dos Espíritos, desejou
saber qual o ser mais perfeito que Deus ofereceu aos homens, para
lhe servir de modelo e guia, recebendo a seguinte resposta: Jesus.
Divaldo apresentou a interpretação da Doutrina
Espírita sobre a felicidade ao ensinar que o ser humano
deve aprender a ser feliz de acordo com as circunstâncias,
incorporando e vivendo a certeza da transitoriedade do seu corpo
físico e da sua imortalidade. Essa filosofia está
apregoada pelo pensamento de Allan Kardec: “A felicidade
depende das qualidades próprias do indivíduo e não
da situação material em que ele vive”.
Profundamente amoroso, o destacado orador enalteceu e incentivou
o hábito da oração. Os Espíritos familiares
não abandonam os seus. Os Espíritos benfazejos dirigem
os homens com diligência e amorosidade. A Doutrina Espírita
é Jesus de volta. Ele prometeu que não deixaria
o homem órfão, e, assim, cumpriu o prometido, enviar
um outro consolador, para que ficasse com o homem de forma permanente,
lembrando ensinamentos e apresentando novos. Destacando as Obras
Fundamentais do Espiritismo, o Semeador de Estrelas disse que
a Doutrina Espírita não possui salvadores, cada
uma é responsável por si mesmo.
As Obras Fundamentais se constituem em verdadeiros mananciais
de sabedoria, de luzes. Assim, deseje ao próximo o que
desejaria para si mesmo, é uma orientação
segura e clara com respeito à caridade, desenvolvendo a
coragem de ser honesto, vivendo com a consciência em paz,
frisando que a vida muda de um momento para outro e agradeça
a Deus por todas as ocorrências, boas ou más.
Finalizando com o Poema de Amélia Rodrigues, Meu Deus
e Meu Senhor, Divaldo Franco foi longamente aplaudido de pé,
recebendo a gratidão do público envolvido em bênçãos.
Divaldo é a luz que chega aos corações desejosos
de bênçãos.
A Prefeitura Municipal de Santana do Livramento decretou que
Divaldo Franco é hóspede oficial do município,
uma singela homenagem ao ilustre conferencista. O Secretário
Municipal de Desenvolvimento, representando o Executivo Municipal
entregou o Decreto ao homenageado.
A União Municipal Espírita de Santana do Livramento
presenteou-o com uma escultura, cópia do obelisco que assinala
o marco da Fronteira da Paz, unindo as duas cidades, Santana do
Livramento, no Brasil e Rivera, no Uruguai.
