26/03/2018
Ministério da Saúde anuncia
aromaterapia, florais e bioenergética entre 10 novos procedimentos
no SUS
Conselho Federal de Medicina questiona adoção de novas
terapias alternativas e diz que elas 'não têm base na
medicina e são sem evidências'.

Por Alba Valéria Mendonça, G1 Rio
O Ministério da Saúde anunciou, na manhã
desta segunda-feira (12), a inclusão de dez novas Práticas
Integrativas e Complementares (PICS) para pacientes do Sistema Único
de Saúde (SUS). Os tratamentos utilizam recursos terapêuticos,
baseados em conhecimentos tradicionais, voltados para curar e prevenir
doenças, como depressão e hipertensão. Com as
novas atividades, ao todo, o SUS passa a ofertar
29 procedimentos à população.
Segundo o ministro Ricardo Barros há doze anos o ministério
contemplava somente cinco práticas.
"É prioridade não deixar que o
país adoeça. Agora, o Brasil passa a contar com 29 práticas
integrativas pelo SUS. Somos líderes na oferta dessa prática
com 9350 estabelecimentos em 3173 municípios. Essas práticas
são uma prevenção para que pessoas não
fiquem doentes, não precisem de internação ou
cirurgia, o que custa muito para o SUS. Vamos retomar nossas origens
e dar valor à medicina tradicional milenar”, destacou
Barros.
A informação foi divulgada durante a abertura do 1º
Congresso Internacional de Práticas Integrativas e Saúde
Pública (INTERCONGREPICS), realizada no Rio de Janeiro, no
Riocentro.
Quanto ao atual problema com a importação de medicamentos
para doenças graves e raras - alguns suspensos desde outubro
de 2017– Barros disse que tem de respeitar o que determina a
Justiça. “O que há é que existe uma ampla
concorrência entre laboratórios que estão em disputas
judiciais. É uma disputa entre eles e o ministério não
pode intervir. Estamos com os recursos consolidados, mas enquanto
não termina essa disputa judicial, não podemos cancelar
ou fazer novas licitações. Há necessidades, mas
temos de agir no tempo da justiça”, disse Barros.
Confira cada uma das dez
novas práticas:
- Apiterapia – método
que utiliza produtos produzidos pelas abelhas nas colmeias como a
apitoxina, geléia real, pólen, própolis, mel
e outros.
- Aromaterapia – uso de concentrados
voláteis extraídos de vegetais, os óleos essenciais
promovem bem estar e saúde.
- Bioenergética – visão
diagnóstica aliada à compreensão do sofrimento/adoecimento,
adota a psicoterapia corporal e exercícios terapêuticos.
Ajuda a liberar as tensões do corpo e facilita a expressão
de sentimentos.
- Constelação familiar
– técnica de representação espacial das
relações familiares que permite identificar bloqueios
emocionais de gerações ou membros da família.
- Cromoterapia – utiliza as
cores nos tratamentos das doenças com o objetivo de harmonizar
o corpo.
- Geoterapia – uso da argila
com água que pode ser aplicada no corpo. Usado em ferimentos,
cicatrização, lesões, doenças osteomusuculares.
- Hipnoterapia – conjunto de
técnicas que pelo relaxamento, concentração induz
a pessoa a alcançar um estado de consciência aumentado
que permite alterar comportamentos indesejados.
- Imposição de mãos
– cura pela imposição das mãos próximo
ao corpo da pessoa para transferência de energia para o paciente.
Promove bem estar, diminui estresse e ansiedade.
- Ozonioterapia – mistura dos
gases oxigênio e ozônio por diversas vias de administração
com finalidade terapêutica e promove melhoria de diversas doenças.
Usado na odontologia, neurologia e oncologia.
- Terapia de Florais – uso
de essências florais que modifica certos estados vibratórios.
Auxilia no equilíbrio e harmonização do indivíduo.
CFM questiona
O Conselho Federal de Medicina (CFM) informou que
as práticas alternativas ou integrativas, como as aprovadas
nesta segunda pelo ministério, "não têm base
na medicina e são sem evidências". Segundo o presidente
da entidade, Carlos Vital, os médicos só podem atuar
"com procedimentos terapêuticos que têm reconhecimento
científico".
"Nós não temos nenhuma prática
alternativa que seja reconhecida pelo CFM. Há uma especialidade
médica, a acupuntura, que é feita de maneira completamente
diferente do que está colocado no SUS como uma prática
integrativa. A prática da acupuntura como especialidade médica
é feita com base em evidências científicas",
disse Vital.
Segundo o CFM, essas práticas dentro do SUS
"oneram o sistema e não deveriam estar incorporadas".
O presidente da unidade chama a aplicação de verbas
para a área de terapias alternativas de "desperdício".
Ministro cita Temer e é vaiado
O ministro foi vaiado e quase não conseguiu
dar prosseguimento a seu discurso quando citou o nome do presidente
Temer. Ele foi vaiado e ouviu gritos de “Fora Temer”.
Ele finalizou seu discurso lembrando que a prioridade do ministério
é buscar a informatização do SUS e depois a sua
regionalização.
"Esse é o nosso desafio, ter conhecimento
finque acontece no sistema e integrá-lo. Hoje o SUS só
ocupa 60% dos leitos do país. Precisamos otimizar os serviços
e valorizar os recursos humanos no SUS", disse o ministro.
Em 2006, quando foi criada a Política Nacional
de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) eram ofertados
apenas cinco procedimentos. Após 10 anos, em 2017, foram incorporadas
14 atividades, chegando as 19 práticas disponíveis atualmente
à população.
Veja abaixo a lista dos procedimentos que o SUS
já oferece:
- ayurveda
- homeopatia
- medicina tradicional chinesa
- medicina antroposófica
- plantas medicinais/fitoterapia
- arteterapia, biodança
- dança circular
- meditação
- musicoterapia
- naturopatia
- osteopatia
- quiropraxia
- reflexoterapia
- reiki
- shantala
- terapia comunitária integrativa
- termalismo social/crenoterapia e yoga
As terapias estão presentes em 9.350 estabelecimentos
em 3.173 municípios, sendo que 88% são oferecidas na
Atenção Básica.
Em 2017, foram registrados 1,4 milhão de atendimentos
individuais em práticas integrativas e complementares. Atualmente,
a acupuntura é a mais difundida com 707 mil atendimentos e
277 mil consultas individuais.
Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/ministerio-da-saude-anuncia-10-novos-procedimentos-para-o-sus.ghtml
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