03/10/2015
1o. Movimento Você e a Paz da cidade de São
Paulo
por
Texto: Júlio Zacarchenco
Fotos: Jorge Moehlecke
No sábado, 26 de setembro de 2015, ocorreu o
1o. Movimento Você e a Paz da cidade de São Paulo. O evento,
que foi promovido pela Associação de Desenvolvimento Espiritual
Reencontro, teve lugar no Parque Sabesp "Jornalista Fiori Gigliotti",
na Mooca, zona leste da capital, e contou com a presença de cerca
de 2000 pessoas.

O Movimento Você e a Paz é uma atividade
sem caráter religioso ou político, idealizado e criado
por Divaldo Pereira Franco e mobilizado pelo ideal de uma vivência
pacífica entre as criaturas humanas. Foi iniciado em 1998, em
Salvador/BA, e hoje já se encontra em mais de 200 cidades brasileiras
e 15 países, de diferentes continentes.
A partir das 14 horas, foram realizadas diversas atividades com as crianças,
como piscina de bolinhas, cama elástica, pintura artística
facial, desenhos para colorir e outros. Às 16 horas, apresentaram-se
a Fanfarra infantil da obra social "Dom Bosco", de Itaquera,
o grupo folclórico indígena e a Orquestra de Cordas Laetare,
com a regência de Muriel Waldman.
A cerimônia foi oficialmente aberta às
17 horas, com a execução do Hino Nacional Brasileiro pela
Banda da Polícia Militar de São Paulo e, na sequência,
balões brancos, representando a paz, foram soltos por todos os
presentes, compondo um belo espetáculo de formas e movimentos
no céu do parque. Vale ressaltar que esses balões eram
de material biodegradável, não prejudicando, portanto,
o meio-ambiente.

O ator e diretor de teatro Odilon Wagner, na condição
de mestre de cerimônia do evento, convidou a Senhora Lu Alckmin,
representando o Excelentíssimo Governador do Estado de São
Paulo, o Senhor Geraldo Alckmin, a subir ao palco. Juntaram-se a ela
os palestrantes e líderes religiosos Alexandre Caldini, representando
o Espiritismo, Heródoto Barbeiro, representando o Budismo, Sheikh
Jihad Hassan Hammadeh, representando o Islamismo, Cônego José
Bizon, representando o Catolicismo, e o médium e orador espírita
Divaldo Pereira Franco, idealizador e criador do Movimento Você
e a Paz.
Convidado à palavra, Jonas Pinheiro, presidente do "Reencontro",
falou de sua imensa alegria pela realização desse movimento
na capital paulista e agradeceu, comovido, às centenas de voluntários,
parceiros, apoiadores e patrocinadores do evento. Jonas falou também
da inauguração do monumento "Você e a Paz"
na praça do Parque Sabesp e da "Cápsula do Tempo",
uma urna na qual serão depositadas mensagens e compromissos de
paz e que somente será aberta no ano 2045.

Na sequência, foram entregues os troféus "Você
e a Paz" pelas mãos de Divaldo Franco a diversas instituições,
empresas e pessoas contempladas nas categorias "Instituições
Que Realizam a Paz", "Empresas Que Viabilizam a Paz"
e "Personalidades Que Se Doam".
Para falar sobre a paz, foi chamado à tribuna o Cônego
José Bizon, representante do Catolicismo, que evocou as palavras
do salmo 133 para iniciar sua mensagem: "Oh! quão bom e
quão suave é que os irmãos vivam em união."
Ele destacou que é necessário que haja paz na Terra, mas
que isso deve começar no íntimo de cada ser humano. Afirmando
que a paz é uma proposta perfeitamente viável, esclareceu
que ela surge a partir da justiça bem realizada na sociedade.
Após, Alexandre Caldini, representante do Espiritismo, propôs
que a paz deve começar no cadinho do lar, onde os desafios da
convivência familiar nos exigem enormes cotas de renúncia,
equilíbrio, reflexão, tolerância e diálogo.
Foi também recordada a admoestação de Jesus "vigiai
e orai", a fim de que cuidemos especialmente de nossos pensamentos,
fonte geradora de todo bem e de todo mal. Caldini falou do perdão
e da gentileza como recursos fomentadores da paz interior.

Então, foi a vez do Sheikh Jihad Hassan Hammadeh,
representante do Islamismo, apresentar a sua mensagem sobre a paz. A
sua saudação inicial foi recomendando a paz de Deus a
todos. Conforme esclareceu, o Islamismo prega que um dos atributos da
divindade é a própria paz e que todo devoto de Deus deve,
portanto, buscar viver retamente, cumprindo com os seus deveres, respeitando
o seu próximo, sendo profundamente correto e justo. Concluiu
suas reflexões afirmando que a paz é o fruto que se colhe
da longa semeadura e do cultivo da justiça entre os homens.
Na sequência, Heródoto Barbeiro, representante do Budismo,
falou sobre a proposta do príncipe Sidarta Gautama, o Buda, a
respeito da paz. O Budismo, segundo ele, é a religião
da prática e tem como um de seus princípios fundamentais
"ahimsa", isto é, a não-violência, ou,
a paz. Para alcançar-se a paz, seria necessário trilhar
o denominado caminho do meio, que quer dizer o caminho do equilíbrio.
A meditação, a viagem interior, a busca da espiritualidade
verdadeira seriam meios indispensáveis para a conquista da autoiluminação
e, por via de consequência, da paz interior.

Para o encerramento desse evento, o médium e
orador espírita Divaldo Pereira Franco foi convidado à
palavra. Ele iniciou sua mensagem discorrendo sobre o "Manifesto
2000", proposto pela UNESCO. No ano 2000, aquela organização
internacional elaborou um estudo profundo com especialistas a respeito
de como poderia ser alcançada a paz no mundo. A conclusão
foi a de que esse desiderato poderia ser conquistado sem grandes dificuldades,
desde que os governos de todas as nações comprometessem-se
a seguir os itens incluídos no manifesto. Curiosamente, todos
os seus itens, de alguma forma, derivavam de ensinamentos ou recomendações
das diversas religiões do planeta, versando sobre a ternura,
a afetividade, o amor, a compreensão, a tolerância. Os
seis itens seriam: preservar a paz, onde quer que ela se encontre; rejeitar
a violência; ser generoso e tolerante; procurar ouvir para compreender;
respeitar a natureza; e, finalmente, redescobrir a solidariedade. Divaldo
recordou também que no mesmo ano 2000, na cidade de Nova Iorque,
nos EUA, foi realizado o Primeiro Encontro Mundial de Líderes
Religiosos, promovido pela Organização das Nações
Unidas. Esse encontro contou com a participação de mais
de mil líderes das principais religiões do globo, que
ali discutiram os mais graves problemas da Humanidade, como a violência,
a miséria, as guerras, o meio-ambiente, compondo-se, ao final,
uma declaração mundial de paz, com os principais itens
e recomendações desse conclave, que foi destinada aos
governos de todos os países, a fim de que seguissem tais sugestões
como medida de promoção da paz na Terra.
Para a compreensão da questão da violência, nas
suas variadas expressões, Divaldo fez uma análise antropossociopsicológica
da criatura humana, fundamentado nos estudos do psicólogo americano
Dr. John B. Watson, que concluiu que as três primeiras emoções
sentidas e desenvolvidas pelo homem foram, nesta ordem, o medo, a ira
e o amor. Nesse sentido, apenas mais recentemente teríamos começado
a experimentar, a sentir e a desenvolver o amor, sendo-nos mais comuns
as manifestações do medo e da ira, esta última
desdobrada em ódio, raiva, rancor, agressividade, violência.
O médium espírita também apresentou uma narrativa
sobre o holocausto contida nos livros "Perdão Radical",
de autoria de Brian Zahnd, e "Os Girassóis", de Simon
Wiesenthal, para falar sobre o perdão radical como um grande
passo para a conquista da paz interior, esclarecendo que o perdão
nada tem a ver com o esquecimento da ofensa, mas sim com a atitude positiva
de não revidar o mal com outro mal. Divaldo explicou que o perdão
das faltas alheias pode mais facilmente ser logrado se o ser humano
atender ao apelo terapêutico de Jesus, quando anunciou que deveríamos
amar ao próximo como a si mesmo. O autoamor conduz o indivíduo
à compreensão de suas próprias limitações,
de sua fragilidade e de seu potencial evolutivo, tornando-o mais tolerante
e paciente consigo mesmo, e como consequência disso, o auto-perdão
lhe surgiria mais naturalmente. E, ao reconhecer que é um ser
humano frágil e com profundos conflitos e dificuldades de superação
de sua inferioridade moral, passaria a olhar o seu próximo com
um olhar mais tolerante também, mais amoroso, facultando-lhe
isso o exercício do perdão aos outros com maior facilidade.
Concluindo a sua mensagem, Divaldo afirmou que a origem de todos os
tipos de crise que o planeta está vivendo é a crise ético-moral
dos seres humanos e que, por essa razão, é indispensável
que promovamos a educação moral de nós mesmos,
nas bases propostas no Evangelho de Jesus, a fim de que possamos vencer
as nossas más paixões e pacificar o nosso mundo interior,
dulcificando a alma e vivendo em paz, servindo e amando a todas as criaturas.
Com a declamação dos lindos e profundos versos do Poema
da Gratidão, de Amélia Rodrigues, o 1o. Movimento Você
e a Paz de São Paulo foi encerrado em clima de emoção
, alegria e , claro, muita paz nos corações, deixando
a certeza de que um mundo melhor e pacífico é possível
e começa dentro de cada um de nós.

Num grande coro de mais de 2000 vozes, a música
tema do Movimento , "Paz pela Paz", de Nando Cordel, ecoou
pelo parque, enviando a mensagem de paz de São Paulo para o mundo.
Texto: Júlio Zacarchenco
Fotos: Jorge Moehlecke
Fonte: http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/SETEMBRO/28-09-2015.htm
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