08/06/2014
QUANDO OS ESPÍRITAS SE ENCONTRAM COM A SOCIEDADE
O movimento espírita de Juiz de Fora realizou neste último
sábado (de maio de 2014) o 9º.
Fórum Espírita. Seiscentas pessoas, aproximadamente,
acomodaram-se confortavelmente no salão do Clube Tupi, para debater
com três conferencistas sobre o tema morte.
> publicada pelo Professor Jáder Sampaio
em seu blog
"Espiritismo Comentado"

A entrada, em uma grande antessala, onde também
foram servidos os coffee-breaks chamava a atenção
pelo clima de reencontro e alegria. Pessoas das mais diferentes casas
espíritas da cidade participaram da organização
e muitas pessoas de fora, beneficiaram-se do evento.

Uma exposição de fotos das casas espíritas
da cidade compôs um grande painel, onde alguns participantes paravam
para identificar as sua ou trocar lembranças com outros interessados.
Fui apresentado a uma simpática pesquisadora
que chegou recentemente da Alemanha, e que fez parte da equipe que investigou
o funcionamento cerebral de médiuns pintores, com neuroimagem.
Vi a juventude e a seriedade da colega, e recordei-me de quando era
mais jovem, tentando provocar os médicos espíritas da
época a estudarem com eletroencefalografia o transe mediúnico.
À época eles julgavam a técnica pouco produtiva,
mas o avanço da tecnologia, aliado à coragem acadêmica,
nos presentearam com novos horizontes para a investigação
da mediunidade e do espírito.

A palestra da manhã, feita pelo Dr.
Alexander Moreira-Almeida, médico psiquiatra, apresentou
o método de Kardec para a pesquisa da vida após
a morte e as pesquisas que se fazem em nosso tempo de hoje.
Rica em citações e referências, abriu um universo
de leitura para quem deseja informar-se mais das tentativas do homem
retirar o véu que cobre o segredo da grande viagem. As perguntas
iniciaram-se ligadas ao tema, mas em pouco tempo o público dirigiu
questões para o psiquiatra, esquecendo-se do tema central do
fórum, mas procurando ouvir algo sobre suas dores e conflitos
íntimos.
À tarde, apresentamos um trabalho sobre o processo
de morrer e os relatos dos espíritos, colhidos pela mediunidade
dos colaboradores de Kardec, pelas pessoas que informaram Camille Flammarion
e pelos espíritos que continuam usando a psicografia hoje como
canal de comunicação entre dois mundos. Temas
diversos, como as mortes violentas, e dentre elas o suicídio,
foram tratadas e tocaram as pessoas. O caso de Daniela ilustrou bem
este tema nada fácil. Lembrei-me dos estudos que papai fazia
sobre o tema, décadas atrás e da curiosa desencarnação
de minha avó, que compartilhei com o público. Papai estaria
presente? Se estivesse sentiria um pouco de nostalgia dos tempos de
trabalho com o movimento espírita e lembrar-se-ia das muitas
vezes que estivemos juntos ao redor do tema da morte e do morrer.
As perguntas foram francas, diretas e algumas,
apesar do nosso apelo ao público, muito pessoais. Enquanto algumas
perguntas vinham direto do intelecto, outras vieram diretamente do coração
dolorido pela perda ou pelo sofrimento. Perceber o caráter consolador
do espiritismo é tocante. Agradeço à ajuda de dois
mundos pela inspiração das respostas. Sozinho não
conseguiria perceber o significado profundo das perguntas que chegavam
aos borbotões.

O professor Jáder Sampaio autografando seus
livros "O Observador e outras histórias"
e "Casos e descasos na casa espírita
Após a palestra dirigimo-nos a uma mesinha simpática,
para autografar os nossos "O observador e outras histórias"
e "Casos e descasos na casa espírita". Os interessados
formaram uma fila, sempre recebidos pela Julieta, nosso “anjo
da guarda”, para autógrafos. Rapidamente, nos abraçavam,
contavam suas histórias, trocavam impressões. Víamos
pessoas de diversos lugares, presentes por diversos motivos, interessados
em romper com o tabu, e algumas delas em lidar com as dores, as perdas
de seres muito queridos que as anteciparam na grande viagem.
A fila continuava mesmo com o final do intervalo, o que não
nos possibilitou assistir ao trabalho de Angélica Maia, sobre
“educação para a morte”. Impossível
deixar as pessoas que nos procuravam e que esperavam pacientemente sua
hora de colher o autógrafo e compartilhar alguma coisa.
Terminada a fila, outro compromisso. Uma entrevista para a tradicional
revista “O médium”, que tantas histórias e
reflexões trouxe ao movimento espírita ao longo de muitas
décadas. Há um projeto de voltar a imprimi-la. Seguiu-se
diálogo rico, com um jornalista bem informado e perspicaz. A
palestra da Angélica ficou mesmo para uma próxima oportunidade.

As pessoas encomendaram os DVDs do evento e pude abraçar ainda
uma família querida meio belorizontina e meio juiz-forana, que
participava entusiasmada da organização do evento. O fórum
será levado a outros, que não puderam estar presentes.

Perdoe o leitor por tantas observações pessoais, mas
penso que só assim poderia transmitir o sentido de um evento
tão trabalhoso como este, que envolve tantos trabalhadores voluntários
e participantes. Meses de organização se justificam, não
apenas pelo conhecimento que se veicula, mas pelo encontro, esta coisa
tão fora de moda, tão ofendida pela comunicação
rápida dos tablets e celulares.
Fonte:
http://espiritismocomentado.blogspot.com.br/2014/05/quando-os-espiritas-se-encontram-com.html
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