13/03/2014
Hospitais testam estimulação
elétrica contra depressão
por Cláudia Collucci e Monique Oliveira
Folha de São Paulo
Santa Casa e Hospital do Coração
avaliam técnica não invasiva que ativa nervo no rosto
com aparelho portátil. Outros estudos verificam a eficácia
do tratamento contra a dependência do crack e a fibromialgia.
_________
Dois grandes hospitais de São Paulo estão testando a estimulação
elétrica de um nervo localizado no rosto para o tratamento da
depressão, da fibromialgia e da dependência de crack. O
procedimento experimental é indolor e não invasivo.
Na técnica, dois eletrodos conectados a um marca-passo
são colocados na testa do paciente, região do nervo trigêmeo,
que passa pela mandíbula, pelo maxilar e pela região próxima
aos olhos.
Os eletrodos, então, enviam ondas elétricas
até as áreas do sistema nervoso central que regulam o
comportamento. Os neurônios reagem ao estímulo e voltam
a funcionar em níveis normais.
No HCor (Hospital do Coração), o procedimento
está sendo testado em 14 pacientes com depressão moderada
e nos próximos meses mais 70 serão recrutados.
"Esse estímulo altera o fluxo sanguíneo e os impulsos
neuronais com benefícios visíveis", diz Antônio
De Salles, coordenador do Núcleo de Neurociência e Neurocirurgia
do HCor.
Já na Santa Casa, os testes com a estimulação
do nervo trigêmeo incluem, além da depressão, a
fibromialgia, doença caracterizada por dores em todo o corpo,
e a dependência do crack.
Lá, a técnica foi aplicada em dez pacientes
com depressão severa que não respondiam mais a medicamentos.
Foi o caso da funcionária pública Ivone Pereira Lopes,
55.
Após o tratamento experimental com eletroestimulação
durante duas semanas, parou de usar remédios, não sente
mais dores pelo corpo nem sinais da depressão.
A fase de manutenção da terapia, a partir
deste mês, será mais inovadora: após receber orientações,
os pacientes farão em casa a eletroestimulação
com aparelhos portáteis cedidos pelo hospital.
Segundo Pedro Shiozawa, coordenador do Laboratório
de Neuroestimulação Clínica, ligado à Santa
Casa, todos os pacientes do estudo se recuperaram da depressão
após o tratamento.
CONTRA A FISSURA
Como a técnica deu bons resultados nos casos
de depressão e transtorno da ansiedade, pesquisadores da Santa
Casa decidiram usar o tratamento em usuários de crack, especificamente
para controlar a vontade incontrolável de consumir a droga.
Com os eletrodos instalados, o usuário é
colocado para assistir a um vídeo com imagens da droga que, normalmente,
provocam fissura. Segundo os primeiros relatos, com as ondas elétricas,
o desejo pela droga não aparece.
Shiozawa ressalta que não se trata de cura,
e sim de uma ferramenta para ajudar os usuários que ainda precisa
ser testada em mais pessoas antes de ser proposta como alternativa de
tratamento.
Entre as técnicas de neuroestimulação,
apenas a magnética transcraniana foi aprovada pelo Conselho Federal
de Medicina para depressão uni e bipolar, alucinações
auditivas em esquizofrenia e planejamento de neurocirurgia. Para De
Salles, a terapia ainda é pouco usada, devido à dificuldade
de acesso e ao desconhecimento.
Sua principal vantagem, afirma, é apresentar
menos efeitos colaterais que os medicamentos.
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saudeciencia/155955-hospitais-testam-estimulacao-eletrica-contra-depressao.shtml
_________
Centro de estudos no HC amplia uso da técnica
O IPq (Instituto de Psiquiatria do Hospital
das Clínicas da USP), centro pioneiro em estudos e tratamentos
com neuroestimulação no Brasil, acaba de reformular seu
setor de estimulação magnética transcraniana.
O espaço agora terá também a estimulação
transcraniana por corrente contínua e ficará sob a direção
do psiquiatra André Brunoni.
A estimulação magnética usa uma
bobina para gerar campos magnéticos que penetram cerca de 3 cm
no cérebro, atingindo a região a ser tratada. Os estudos
feitos no HC, com direção do psiquiatra Marco Marcolin,
serviram de base para a aprovação da técnica em
2012 pelo Conselho Federal de Medicina.
O instituto também realiza estudos com estimulação
magnética profunda. Nesse caso, os impulsos atingem até
9 cm de profundidade.
Já a estimulação por corrente
contínua utiliza um aparelho movido à bateria ligado a
dois eletrodos fixados ao couro cabeludo, o que cria um circuito que
atravessa o cérebro e muda como os neurônios se comunicam.
Os aparelhos são portáteis e mais baratos do que os usados
na estimulação magnética.
Brunoni agora deve conduzir um estudo para testar a eficácia
do procedimento em comparação com o uso de um antidepressivo.
(MO)
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saudeciencia/155956-centro-de-estudos-no-hc-amplia-uso-da-tecnica.shtml
__________________
EUA aprovam faixa contra
enxaqueca
A FDA (agência que regulamenta remédios e equipamentos
médicos nos EUA) aprovou ontem uma faixa com eletrodos que pode
ser usada em casa para aliviar crises de enxaqueca. A técnica
se baseia na estimulação nervosa elétrica transcutânea,
já consagrada para o tratamento de vários tipos de dor.
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saudeciencia/155953-eua-aprovam-faixa-contra-enxaqueca.shtml
>>> clique aqui para acessar a página principal
de Notícias
>>>
clique aqui para voltar a página inicial do site
>>>
clique para ir direto para a primeira página de Artigos, Teses e Publicações