13/08/2012
Hominídeos de três espécies
conviveram na África, diz estudo. Novos fósseis sugerem
que humanos primitivos eram grupo diversificado no Quênia há
1,9 milhão de anos. Se ideia estiver correta, crescem chances
de que evolução humana tenha sido complexa, com linhagens
em paralelo
REINALDO JOSÉ LOPES
Folha de São Paulo
É um cenário que parece saído de
romances de fantasia, como "O Senhor dos Anéis": três
espécies distintas de seres inteligentes, cada uma delas com
aparência e cultura próprias, vivendo lado a lado por milênios.
Segundo uma nova pesquisa, é exatamente isso
o que aconteceu na África Oriental há 1,9 milhão
de anos, quando o gênero humano, o Homo, estava se estabelecendo.
Novos fósseis -fragmentos de um crânio
e mandíbulas-, descobertos em Koobi Fora, no Quênia, são
a base dessa hipótese, defendida em estudo na edição
de hoje da revista científica "Nature".
O grupo de Meave Leakey, do Instituto da Bacia Turkana,
em Nairóbi, analisou a anatomia desses cacos e concluiu que eles
se encaixariam com outro fóssil, o crânio conhecido como
KNM-ER 1470, achado nos anos 1970.
Para alguns, o KNM-ER 1470 representaria uma espécie
separada de hominídeo, o Homo rudolfensis, distinta de dois velhos
conhecidos dos paleoantropólogos, o Homo erectus e o Homo habilis.
Para outros, ele não passaria de uma variante
do H. habilis. Os novos fósseis parecem confirmar que o H. rudolfensis
pertencia a uma linhagem distinta -embora Leakey e seus colegas não
usem o nome. Querem mais estudos antes de dar esse passo.
Se eles estiverem corretos, cai por terra de vez uma
ideia que já estava sendo muito atacada: a de que teria havido
uma progressão linear de espécies de humanos primitivos
-H. habilis gerando H. erectus gerando H. sapiens- rumo ao homem moderno.
Em vez disso, prevaleceria o chamado modelo do arbusto:
vários "galhos" da linhagem humana evoluindo ao mesmo
tempo, cada um com suas próprias adaptações e estilos
de vida. Alguns teriam se extinguido, enquanto outros deixaram descendentes.
Esteban Sarmiento, primatologista da Fundação
Evolução Humana, em Nova York, diz que tem dúvidas
sobre as conclusões do estudo.
"No fundo, o principal argumento para associarem
esses fósseis ao KNM-ER 1470 é a idade deles, a comparação
morfológica não mostra isso."
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cienciasaude/59589-hominideos-de-tres-especies-conviveram-na-africa-diz-estudo.shtml
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