19/04/2012
‘Arte não
é simplesmente para ser vista, apresentada ou exibida,
mas para ser vivida de forma consciente e refletida’

João Romário Fernandes
Filho é natural de Fortaleza (CE). Bacharel em Comunicação
Social pela Universidade Federal do Ceará, atuou como repórter,
produtor, editor e apresentador de TV. Atualmente cursa pós-graduação
em Ensino de Astronomia e ministra cursos de astronomia no interior
do Ceará. Já atuou em vários grupos espíritas
de arte no Ceará e em Minas Gerais. É evangelizador no
Lar Espírita Chico Xavier, em Fortaleza, integra a Coordenação
de Artes da Federação Espírita do Estado do Ceará.
É associado da ABRARTE desde dezembro de 2007, exercendo atualmente
o cargo de membro do Conselho Doutrinário.
1. Como você começou seu trabalho
com arte espírita?
Meu vínculo com a Arte Espírita começou no dia
em que pisei pela primeira vez numa casa espírita. Após
ter lido boa parte de O Livro dos Espíritos, aceitei o convite
de um grande amigo para ir finalmente à mocidade espírita.
Quando cheguei lá, a oficina de teatro acontecia antes do estudo,
de forma que participei da atividade teatral antes mesmo da mocidade
propriamente dita. Desde então, eu tinha catorze anos, nunca
mais me afastei da arte espírita.
2. Como você define a arte espírita?
Entendo que a arte espírita é aquela que brota espontânea
da alma que vive, pensa e sente como Espírito em trânsito
educativo nesta Escola dirigida pelo Cristo. Como a maioria de nós,
espíritas, ainda estamos aprendendo a viver em consonância
com o que sabemos, entendo que a arte espírita é um processo
em construção, cuja plenitude será proporcional
ao estado de nossa própria realização espiritual.
3. Você já trabalhou com música, com teatro,
e agora está indo pelo caminho da arte-educação.
Poderia falar um pouco sobre essas experiências?
Comecei no Arte em Cena, a oficina de teatro da Mocidade Espírita
Paulo e Estevão (MEPE), que mencionei no início. Pouco
mais de três anos depois fui chamado para substituir um ator numa
peça do Grupo LEMA e acabei permanecendo lá por seis anos.
Paralelamente, crescia a paixão pela música. Integrei
a oficina de música da MEPE, o Girassol, depois colaborei com
o Grupo AME, na parte de produção e também com
intervenções poéticas em shows, criei com outros
amigos o Espírito de Arte que atuou de 2006 a 2011, integrei
o Coral Eurípedes Barsanulfo, em Belo Horizonte (MG), e recentemente
estive à frente, com minha esposa, do Coral Iluminarte, no Centro
Espírita Boa Nova, em Crateús (CE). Este último
trabalho já faz parte do nosso foco atual, que é o de
integrar a arte às atividades da casa espírita em todas
as áreas, como ESDE, ATE, Mediúnica, Trabalho Social,
Palestras, Passe etc.
4. Como você vê a arte na casa espírita?
Como um recurso tão valoroso quanto subutilizado. A maioria
das casas que se servem dela de alguma forma - e elas nem são
ainda a maioria das casas do nosso país - se limitam a usar músicas
instrumentais para harmonização de palestras, mediúnica
e passe. É pouco mais do que nada, diante das inumeráveis
possibilidades de uso da Arte a serviço da renovação
íntima de cada Espírito que bate à porta da casa
espírita. Aliás, somos bastante prestos na disposição
para acolher, atender e orientar os Espíritos desencarnados que
chegam às mediúnicas, mas e com os encarnados, o que fazemos?
Frequentemente nos limitamos à transmissão de conhecimento
doutrinário... Se o foco fosse o mesmo, se tanto uns quanto outros
fossem igualmente tratados como os seres espirituais portadores de necessidades
e dificuldades que são, o uso da arte seria quase que um imperativo
para que fosse possível ajudar esses Espíritos a se descobrirem,
se reconhecerem e a encontrarem ânimo para o enfrentamento das
próprias lutas. Eis o papel da Arte na casa espírita!
5. Como você vê a proposta educacional de Eurípedes
Barsanulfo, da arte na evangelização dos Espíritos?
A proposta de Eurípedes é a de uma arte que sirva à
expansão, à expressão e à sensibilização
daquele que a experimenta. Arte não para ser simplesmente vista,
apresentada ou exibida, mas para ser vivida de forma consciente e refletida
por todos os Espíritos. É nisso que acredito e é
o ideal que me norteia os passos na tarefa da Arte Espírita hoje.
Procuro, em todas as oportunidades que encontro, estimular aqueles que
participam de trabalhos sob minha responsabilidade a se compreenderem
melhor, como seres espirituais que são, por intermédio
da Arte. No último ano, em Crateús e em Fortaleza, tivemos
excelentes experiências nesse campo, fundamentadas na Evangelização
de Espíritos, que é a aplicação contemporânea
da proposta pedagógica do Missionário Sacramentano.
6. Você está na comissão organizadora local
do 1º Encontro Nacional de Arte Espírita, promovido pela
Abrarte, e que vai se realizar em Fortaleza, no próximo mês
de junho. Como está sendo para o movimento espírita local
a experiência de organizar esse encontro de âmbito nacional?
A experiência está sendo muito rica. Foi necessário
promover uma série de eventos desde julho do ano passado para
que conseguíssemos arrecadar os recursos necessários pra
cobrir os custos do Encontro. Diante disso, optamos por desenvolver
ações que garantissem o dinheiro movimentando a Arte Espírita
em Fortaleza e Região Metropolitana. Assim, acabamos por conseguir
reunir muitos grupos e trabalhadores da Arte Espírita daqui em
torno da proposta do Encontro ao longo dos últimos meses. Deve
ser difícil encontrar algum artista espírita por aqui
hoje que não saiba da existência da Abrarte e do movimento
nacional de arte espírita. A coroação desse processo
veio nos últimos dias 6 e 7 de abril, quando cerca de 350 pessoas
estiveram presentes às apresentações musicais de
Tim e Vanessa em Fortaleza, se permitindo sensibilizar por esse trabalho
que traduz o Evangelho em Poesia e Canção, ao mesmo tempo
em que contribuíam para terminarmos de cobrir a parte mais importante
dos custos do Encontro Nacional.
Fonte: Informativo
virtual da Abrarte - 13 DE ABRIL DE 2012 - Nº 325 - ANO 7
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