31/07/2007
Elsa Rossi:
“Para mim, a Doutrina Espírita
é um grande canteiro que tem sementes sob toda a terra que
o jardineiro, amoroso, faz o trabalho de regar”
A
milhares de quilômetros de sua terra natal, a paranaense Elsa
Rossi fala do Espiritismo como se estivesse cantarolando uma bela canção,
recheada de notas escritas com muito amor e carinho. Diretora do Departamento
de Unificação para os Países da Europa, da Coordenadoria
Europa do Conselho Espírita Internacional, Elsa, que hoje vive
em Londres trabalhando na divulgação da Doutrina Espírita,
conta à revista O Consolador um
pouco de sua vida, seu envolvimento com o Espiritismo, além de
registrar aqui sua visão com relação a algumas
obras e assuntos relacionados à Doutrina codificada por Allan
Kardec.
Por meio de palavras que nos revelam uma história
de amor e dedicação, Elsa reforça, a todo momento,
a importância do Espiritismo em sua vida. Como destacamos no título
da matéria, para ela “a Doutrina Espírita é
um grande canteiro que tem sementes sob toda a terra que o jardineiro,
amoroso, faz o trabalho de regar”. Ela acredita que somos
jardineiros do Senhor Jesus, o grande semeador de luz. “O
nosso exemplo de vida cotidiano é que mostra quanto espíritas
somos, o que fazemos para diminuir as nossas inclinações
ou tendências. A nossa Doutrina de amor me dá o sustento
nas minhas amizades”, salienta.
É com frases de carinho e otimismo como essas que Elsa Rossi
nos concedeu uma entrevista exclusiva que marca o início de uma
série de matérias que serão produzidas também
com outros grandes nomes envolvidos na divulgação do Espiritismo.
O Consolador: Elsa, onde
você nasceu?
Elsa: Nasci em Ribeirão do Pinhal,
no Paraná.
O Consolador: Em que cidade
reside e por que se mudou para o atual domicílio?
Elsa: Moro em Londres, Inglaterra (UK).
Mudei-me para a Inglaterra para trabalhar na divulgação
da Doutrina Espírita.
O Consolador: Qual a sua
formação?
Elsa: Fiz o curso superior em Belas
Artes pela Faculdade Belas Artes de São Paulo, SP.
O Consolador: Que cargos
ou funções você já exerceu no movimento espírita?
Elsa: Diretora do Departamento de Assistência
Social Espírita da Federação Espírita do
Paraná; presidente da Fundação Hildebrando de Araújo
da Federação Espírita do Paraná; vice-diretora
da Creche Josefina Rocha, também da Federação Espírita
do Paraná.
O Consolador: Em que setor
do movimento espírita você atualmente trabalha?
Elsa: Atuo na direção
do Departamento de Unificação para os Países da
Europa da Coordenadoria Europa do Conselho Espírita Internacional;
Editora dos dois Boletins do Conselho Espírita Internacional,
disponibilizados nos sites: www.spiritist.org e www.spiritismo.org.
Atualmente no movimento espírita do Reino Unido, sou secretária
da British Union of Spiritist Societies (BUSS).
O Consolador: Quando você
teve o primeiro contato com o Espiritismo?
Elsa: O primeiro contato se deu aos
15 anos de idade, mas não aceitei a idéia. Depois, aos
24 anos, quando nasceu minha terceira filha, tive de aceitar a mediunidade
de vidência, que explodiu, e eu não entendia o que acontecia,
porque via e ouvia os mortos. Só então foi que aceitei
ir para uma casa espírita, em Londrina e, com o senhor Rubens
Denizard dos Santos, iniciei juntamente com meu esposo, Luis Rossi,
já desencarnado, o estudo do livro “O Consolador”.
Desde então, nunca mais parei de ir ao centro espírita.
O Consolador: Qual foi
a reação de sua família diante de sua adesão
à Doutrina Espírita?
Elsa: Meu esposo já era espírita,
era eu que não aceitava. Mas isso se deu há 32 anos. A
reação, portanto, foi ótima.
O Consolador: Dos três
aspectos do Espiritismo – Científico, Filosófico
e Religioso – qual é o que mais a atrai?
Elsa: Os três. Não tenho
uma preferência exata e definida, mas pelo trabalho que fazemos
aqui podemos notar que temos mais facilidade no meio nativo do país
pela parte científica, filosófica.
O Consolador: Que autores
espíritas mais lhe agradam?
Elsa: André Luiz, Emmanuel,
Joanna de Ângelis, Yvonne do Amaral Pereira etc. Nossa! são
tantos...
O Consolador: Que livros
espíritas você considera de leitura indispensável
aos confrades neófitos?
Elsa: “O Livro dos Espíritos”,
sem sombra de dúvida, mais o “Nosso Lar”, “Há
2000 Anos”, “Renúncia”, “Paulo e Estêvão”.
E por viver na Europa agora, a trilogia de Yvonne do Amaral Pereira:
“O Cavaleiro de Numiers”, “O Drama da Bretanha”
e “Nas Voragens do Pecado”, que são indispensáveis.
Eles deveriam estar disponíveis em vários idiomas, assim
como as obras da coleção “No Mundo Espiritual”
de André Luiz.
O Consolador: Se você
fosse passar alguns anos num lugar remoto, com acesso restrito às
atividades e trabalhos espíritas, que livros pertinentes à
Doutrina Espírita você levaria?
Elsa: “Pão Nosso”,
“Caminho, Verdade e Vida”, “Fonte Viva”, “Vinha
de Luz”, todos de Emmanuel, e as obras da codificação.
O Consolador: As divergências
doutrinárias em nosso meio reduzem-se a poucos assuntos. Um deles
diz respeito ao chamado Espiritismo laico. Para você, o Espiritismo
é uma religião?
Elsa: No livro “O que é
o Espiritismo”, Allan Kardec afirma no preâmbulo: “O
Espiritismo é ao mesmo tempo uma ciência de observação
e uma doutrina filosófica. Como ciência prática,
ele consiste nas relações que se podem estabelecer com
os Espíritos; como filosofia, ele compreende todas as conseqüências
morais que decorrem dessas relações”. “O Espiritismo
sendo independente de toda forma de culto, não prescreve nenhum
deles, e não se ocupa de dogmas particulares, não é
uma religião especial, porque não tem nem seus sacerdotes
e nem seus templos.” “Eis porque sem ser, em si mesmo, uma
religião, ele leva essencialmente às idéias religiosas,
as desenvolve naqueles que não as têm e as fortifica naqueles
em que elas são hesitantes.”
O Consolador: Outro tema
que suscita geralmente debates acalorados, diz respeito à obra
publicada na França por J. B. Roustaing. Qual é sua apreciação
dessa obra?
Elsa: Desconheço a obra, não
a li.
O Consolador: O terceiro
assunto em que a prática espírita às vezes diverge
está relacionado com os chamados passes padronizados, propostos
na obra de Edgard Armond. Embora saibamos que no Paraná a opção
já definida pela Federação seja tão-somente
a imposição das mãos tal como recomenda J. Herculano
Pires, qual é sua opinião a respeito?
Elsa: Concordo com o nosso Paraná,
que é o que utilizamos aqui, pela simplicidade e alcance do trabalho.
O Consolador: Como você
vê a discussão em torno do aborto? No seu modo de ver as
coisas, os espíritas deveriam ser mais ousados na defesa da vida
como tem feito a Igreja?
Elsa: Vejo, por meio da mídia,
que se faz algo no Brasil e recentemente soubemos do encontro realizado
em torno do tema, com debates, onde esteve presente a doutora Marlene
Nobre e outros.
O Consolador: A eutanásia,
como sabemos, é uma prática que não tem o apoio
da Doutrina Espírita. Kardec e outros autores, como Joanna de
Ângelis, já se posicionaram sobre esse tema. Surgiu, no
entanto, ultimamente a idéia de ortotanásia, defendida
até mesmo por médicos espíritas. Qual a sua opinião
a respeito?
Elsa: Veja bem, não sou da área
acadêmica e é um risco falar sobre algo que desconhecemos
e de que só ouvimos falar. Mas penso, quando o Espírito
precisa partir, é uma tristeza saber que as máquinas prendem-no
no corpo, muitas vezes sendo observado por videntes esse desconforto
do Espírito. Um corpo sem vida, suportado por máquinas,
em doença terminal, cujo repouso esta sendo negado ao Espírito,
requer mais consideração, estudos aprofundados e muita
orientação pelo benfeitores. Um dia o meio laico entenderá
isso também.
“Na minha vida, a Doutrina Espírita está
em primeiro lugar. Chegou-me de mansinho, com o nascimento de minha
filha Giovana, isso há 32 anos”
O Consolador: O movimento
espírita em nosso país lhe agrada ou falta algo nele que
favoreça uma melhor divulgação da Doutrina?
Elsa: Agrada-me muito o nosso movimento
espírita no Brasil, mesmo porque é nele que tenho vindo
buscar recursos energéticos e muitos aprendizados para poder
dar conta da tarefa que nos cabe aqui fora. Contudo, eu diria que está
existindo desperdício de tempo de alguns caros companheiros que
ingenuamente entram em polêmicas desnecessárias. Costumo
utilizar a frase já tão conhecida de todos: “O movimento
espírita será o que dele fizermos, a Doutrina Espírita...
ela é”! Portanto, concentrando-nos com sabedoria no Evangelho
de Jesus aplicando-o em nossas vidas diárias, seja onde for e
a hora que for, estaremos no caminho sempre certo e, com certeza, erraremos
menos. Nosso caminho de cristãos é o Mestre, é
Jesus.
O Consolador: Como você
vê o nível da criminalidade e da violência que parece
aumentar em todo o mundo e como nós, espíritas, podemos
cooperar para que essa situação seja revertida?
Elsa: Começando pelo começo,
tendo paz interior para poder refletir no que fazer de melhor e como
agir em determinadas situações. Se não podemos
mudar o mundo, em um momento, usemos nossos momentos para modificar
o que está mais próximo de nós através de
exemplos. Pelas nossas atitudes, podemos conquistar os adolescentes
nas ruas, e na rua mesmo com ele conversar, levar uma camiseta “massa”,
um boné “bacana”, depois convidar para ir à
evangelização assistir a uma peça de teatro juvenil,
depois biscoito, etc. Agora, se só criticarmos e não fizemos
absolutamente nada, penso que nem devemos reclamar de nada mesmo.
O Consolador: A preparação
do advento do mundo de regeneração em nosso planeta já
deu, como sabemos, seus primeiros passos. Daqui a quantos anos você
acredita que a Terra deixará de ser um mundo de provas e expiações,
passando plenamente à condição de um mundo de regeneração,
em que, segundo Santo Agostinho, a palavra “amor” estará
escrita em todas as frontes e uma equidade perfeita regulará
as relações sociais?
Elsa: Penso que milênios ainda
temos para nos libertarmos do mal que ainda está enraizado na
humanidade, para que a palavra amor seja a norma de conduta de todos...
O Consolador: Em face dos
problemas que a sociedade terrena está enfrentando, qual deve
ser a prioridade dos que dirigem atualmente o movimento espírita
no Brasil e no mundo?
Elsa: A prioridade no Brasil é
diferente dos demais países. Cada país tem a sua história
cultural, passada de pai a filho. As guerras religiosas deixaram um
rombo na crença em Deus, e, por isso, muitos têm ojeriza
de falar em religião. Cada país, com sua cultura própria,
tem uma realidade e uma necessidade diferentes. Com mais de nove anos
vivendo aqui no Reino Unido, experienciando as mais diversas situações
com amigos ingleses, somente agora que desperto para perceber que é
mais fácil um inglês aceitar “O Livro dos Espíritos”
do que “O Evangelho segundo o Espiritismo”. Mas, depois
de um certo tempo lendo “O Livro dos Espíritos”,
pela sua coerência, ele aceita o Evangelho do mesmo autor, Allan
Kardec. Isso para começar. Portanto, não dá para
trazer o Movimento Espírita que se faz no Brasil para colocar
dentro de outras culturas, sem ter de fazer um ajuste na forma, de modo
a criar condições para que o terreno se fertilize.
Spiritist Group of Brighton
www.spirity.com/uk
Spiritist Group of Brighton
Reunioes no predio dos Quakers Friends House
Sala numero 2
Endereco - Ship Street - Brighton
Estudos basicos - quartas Feiras - 6.15 to 7.40
O Livro dos Espiritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo & Passes
Endereco para correspondencia
178 Clark Street
E1 3NS - London
Telefones: 01273 583 090 - 020 8654 1280
Celular: 07950181581
e-mail: spiritbrighton@gmail.com
site: www.spirity.com/uk
Spiritist Group of Brighton
Director: Publio Lentulus Coelho
Vice Director - Elsa Rossi
Meetings
Wednesdays - 6.15 to 7.40
Venue - Quakers Meeting House
Room number 2
Ship Street - Brighton
Studies based on
The Spirits' Book, The Gospel According to Spiritism & Healing
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