Estudo com base in O LIVRO DOS MÉDIUNS,
2ª. Parte, capítulo XII (Allan Kardec)
Pesquisa: ClaudiaC e Elio Mollo
PNEUMATOGRAFIA (do gr. pneuma,
ar, sopro, vento, espírito, e grafo, eu escrevo) –
escrita direta dos Espíritos sem auxílio da mão
do médium (v. Psicografia). (1)
A Pneumatografia é a escrita produzida diretamente
pelo Espírito, sem nenhum intermediário. Difere da psicografia
porque nesta o médium é intérprete do Espírito
que se comunica e usa a mão como instrumento para a transmissão
do pensamento do Espírito.
Um dos exemplos de pneumatografia mais utilizados
pela indústria cinematográfica, principalmente em filmes
de terror, é a escrita no espelho embaçado conforme
foto abaixo:

A escrita direta é um fenômeno
dos mais extraordinários. É um fato averiguado e incontestável.
Um dos mais impressionantes até agora apresentados, mas não
há nada de sobrenatural quando compreendemos o princípio
em que ele se funda.
O sentimento mais dominante quando
este fenômeno acontece é o da desconfiança. Dá
a idéia de trapaça, pois, pode haver um abuso da credulidade,
e não se pode afirmar que isso jamais tenha sido praticado
por pessoas com interesses mercenários ou por amor próprio
para impor a crença nos seus poderes a fim de conseguirem vantagens
pessoais. Existem as tintas chamadas simpáticas, em que os
traços invisíveis aparecem após algum tempo depois
da escrita. Por isso há possibilidades de fraudes. Todavia,
esta descrença desaparece assim que se passa a conhecer as
pessoas do circulo e o próprio fenômeno. Mas se é
possível imitar esse fenômeno é absurdo concluir
que ele não exista. Pode-se admitir a sua própria ilusão,
mas um fato pode responder decisivamente quando da obtenção
do mesmo fenômeno por outras pessoas e o de tomarem todas as
precauções necessárias para evitar qualquer tipo
de trapaça ou motivo de engano. (2)
O fato de escrever sem intermediário
é um dos atributos dos Espíritos, e se produziram em
todos os tempos. Um exemplo é na aparição das
três palavras no festim de Baltazar. (3)
Qualquer que tenham sido os resultados
obtidos em épocas anteriores, foi somente depois da vulgarização
das manifestações espíritas que se tomou a sério
o problema da escrita direta. Em Paris, parece que foi o Barão
de Guldenstubbe (4), que ao publicar
uma obra com grande número de fascículos de escritas
obtidas, tornou esse fenômeno conhecido. Inclusive, esse fenômeno
já era conhecido na América.
Obtém-se a escrita direta,
como em geral a maior parte das manifestações espíritas
não espontâneas, através do recolhimento,
da prece e da evocação. Muitas vezes foi obtida nas
igrejas, sobre os túmulos, junto a estátuas e imagens
de personagens evocadas. Mas se é evidente que o local influi
e favorece o recolhimento e a maior concentração mental,
também, está provado que essa manifestação
pode ser obtida igualmente sem esses acessórios e nos lugares
mais comuns, desde que se esteja nas condições morais
exigidas e se disponha da necessária faculdade mediúnica.
(5)
No princípio, acreditava-se
na necessidade de colocar um lápis junto com o papel, desta
forma explicava-se o fenômeno pelo deslocamento do lápis
pelo espírito. Mas logo verificou-se que a presença
do lápis era desnecessária e, que bastava somente a
folha de papel dobrado ou não, para em breve tempo aparecer
a escrita. Com isso o fenômeno mudou completamente de aspecto
e lançou os experimentadores numa outra ordem de idéias.
As letras são escritas com
uma certa substância, e desde que não se forneceu ao
Espírito nenhuma substância, com certeza, ele a produziu
e a compôs por si mesmo. Esse o problema, de onde a tirou? Ora,
se o Espírito pode tirar do elemento universal os materiais
para as produções de fenômenos de efeitos físicos,
dando a esses objetos uma realidade temporária (6).
O mesmo não ocorre com a pneumatografia, são sinais
escritos que sendo útil se conservam (7).
Suas propriedades são obtidas do elemento universal para escrever,
produzindo assim, a grafita do lápis vermelho, a tinta de impressão
tipográfica ou a tinta comum de escrever, como a do lápis
preto e até mesmo caracteres tipográficos suficientemente
duros para deixarem no papel o rebaixo da impressão, culminando
no fenômeno de escrita direta. (7)
Essas comunicações espirituais
raramente são extensas. Geralmente são espontâneas
e se limitam a palavras, sentenças. Podem ser obtidas em todas
as línguas, inclusive, em caracteres hieroglíficos,
etc., mas ainda assim, não servem às conversações
contínuas e rápidas como a psicografia permite, ou seja,
da escrita obtida através da mão de um médium.
Observando-se este fenômeno
com a devida atenção, procurando as causas, a convicção
se firma gradualmente gerando uma compreensão segura e a conquista
de adeptos sérios. Essa compreensão ainda leva a um
outro resultado, o de estabelecer uma linha divisória entre
a verdade e a superstição.
PNEUMATOFONIA
A pneumatofonia (de pneuma e de phoné,
som ou voz) é a produção de vozes por Espíritos
sem a colaboração ostensiva de um intermediário
(através dos órgãos da voz de um médium
de efeito intelectual, mas possivelmente, através de um médium
de efeitos físicos, seja ele consciente ou inconsciente). Na
pneumatofonia os sons parecem surgir no ar, por vezes entre os que
testemunham o fenômeno, que, quando se trata de palavras ou
frases, é também, comumente, chamado de voz direta.
(8)
Os Espíritos, podendo produzir ruídos
e pancadas, podem naturalmente fazer ouvir gritos de toda espécie
e sons vocais imitando a voz humana, ao nosso lado ou no ar. Segundo
a natureza dos Espíritos, quando de ordem inferior, supõem
eles (iludem-se) e acreditam falar da mesma maneira de que quando
estavam encarnados (9).
Entretanto, deve-se evitar de tomar por vozes ocultas
todos os sons de causa desconhecida ou os simples zunidos do ouvido,
e sobretudo de aceitar a crença vulgar de que o ouvido que
zune está nos avisando de que falam de nós em algum
lugar. Esses zunidos, de causa puramente fisiológica, não
têm aliás nenhum sentido, enquanto os sons da pneumatofonia
exprimem pensamentos e somente por isso pode-se reconhecer que têm
uma causa inteligente e não acidental. Pode-se estabelecer,
como princípio, que apenas os efeitos notoriamente inteligentes
podem atestar a intervenção dos Espíritos. Quanto
aos outros, há pelo menos cem possibilidades contra uma de
serem produzidos por causas fortuitas.
Os sons pneumatofônicos manifestam-se por duas
maneiras bem distintas: às vezes como uma voz interna que ressoa
em nosso íntimo, e embora as palavras sejam claras e distintas,
nada têm de material; outras vezes as palavras são exteriores
e tão distintamente articuladas como se proviessem de uma pessoa
ao nosso lado.
De qualquer maneira em que se produza, o fenômeno
de pneumatofonia, quase sempre é espontâneo e raramente
pode ser provocado. (10)
Notas
(1) Ver Vocabulário da obra Instruções
Práticas sobre as manifestações Espíritas
e O Livro dos Médiuns, 2ª. parte,
cap. XII, item 146 e seguintes.
(2) Ver o capítulo sobre as Fraudes no O
Livro dos Médiuns, 2ª parte, cap. XXVIII,
item 314 e seguintes.
(3) O Festim de Baltazar é uma alusão
a uma história da Bíblia em Daniel cap. 5,5: "Como
um jovem "exibido" que se vangloriava de sua posição
e poder, Baltazar deu uma enorme festa. Ele ordenou que bebessem dos
vasos sagrados que Nabucodonosor tinha anteriormente trazido de Jerusalém
(veja 2 Reis 24:10-14; 25:13-17; Daniel 1:2; Jeremias 28:19-22). Eles
desconsagraram estes vasos santos não somente por removê-los
de seu propósito ordenado, mas porque foram profanados mais tarde,
quando foram usados para louvar os deuses ídolos da Babilônia.
O semblante do rei mudou quando a mão escreveu na parede. Baltazar
ficou aterrorizado quando viu os dedos de uma mão humana escreverem
sobre o estuque da parede do palácio. Pode-se bem imaginar porque
seus joelhos bateram um contra o outro! Em pânico, o rei mandou
chamar os sábios de seu reino para interpretarem a escrita. Desesperado
para saber o significado, ele ofereceu grandes prêmios incluindo
ser o terceiro governante do reino. Contudo, ninguém podia dar
a interpretação."
(4) O Barão Ludwig von Guldenstubbe efetuou
experiências com lousas onde apareciam escritas misteriosas, sem
contato algum. O fato teve grande repercussão em 1850.
(5) As expressões sobre os túmulos,
junto a imagens, sobre móveis decorrem das primeiras experiências
feitas pelo Sr. Diddier Filho e outros membros da Sociedade Parisiense
de Estudos Espíritas, como se pode ver pelos relatos publicados
na Revista Espírita. (Nota de J. Herculano
Pires)
(6) O Livro dos Médiuns,
2ª. parte, cap. VII, item 116 e cap. VIII, item 128, questão
18.
(7) O Livro dos Médiuns,
2ª. parte, cap. VIII, item 127 e 128, questão 17 e 18.
(8) Ver Vocabulário da obra Instruções
Práticas sobre as manifestações
Espíritas e O Livro dos Médiuns,
2ª. parte, cap. XII, item 146 e seguintes.
(9) Ver, na Revista Espírita
de fevereiro de 1858, a História do Fantasma da Srta, Clairon.
(10) J. Herculano Pirez numa nota a este capítulo
de O Livro dos Médiuns diz "que
nas sessões de voz direta temos o fenômeno de pneumatofonia
exterior provocado. Mas como Kardec acentua, essas sessões são
bastante raras. Por modernos parapsicólogos este fenômeno
foi algumas vezes observado. O prof. S. G. Soal, da Universidade de
Londres, realizou várias experiências com a médium
Blanche Cooper, obtendo curiosos fenômenos de voz direta entre
as quais a manifestação perfeitamente autenticada de um
seu ex-colega, Gordon Davis, envolvendo curiosos efeitos de precognição
ou visão do futuro, mais tarde também constatados pelo
experimentador. Em São Paulo esses fenômenos foram observados
com a médium dona Hilda Negrão e amplamente divulgados.
Em Marília (Estado de São Paulo) tivemos ocasião
de observá-los com o médium Urbano de Assis Xavier. Para
o caso Soal ver Proceedings of Society for Psychical Research
de Londres, dezembro de 1925, ou Em los Limites de La Psicologia,
do prof. Ricardo Musso, Editorial Périplo, Buenos Aires, 1954,
pág. 180 a 182, com explicações antiespíritas.
O importante é o fato, a comprovação atual do fenômeno.
Para casos em São Paulo e Curitiba ver "Fenomenologia
Supranormal" em O Revelador, nºs
3 e 4 de 1942, pelo Dr. Osório César, atomopatologista
do Hospital do Juqueri, relato de pesquisas científicas".
FONTES PRINCIPAIS:
Allan Kardec, O Livro dos Médiuns,
2ª. Parte, capítulos XII e VIII
___________, Instruções Práticas
sobre as Manifestações Espíritas, Vocabulário.
___________, Revista Espírita, agosto de 1859,
Pneumatografia ou escrita direta.
Fonte: http://aeradoespirito2.sites.uol.com.br/Estudos/PNEUMA_GRAFIA_E_FONIA.html
Leiam de Elio Mollo
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Kardec
Amor
e caridade - É bom saber quem é quem
Arrependimento
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a si mesmo
Da
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Herculano Pires - pequena biografia
Histórico
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Idiotismo
e loucura
Inconvenientes
e perigos da mediunidade
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do Grão de mostarda
Parábola
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Perfeição
Moral
O
Perispírito
Pneumatografia
e Pneumatofonia
Quadro
sinótico da nomenclatura espírita
Retorno
da Vida Corpórea à Vida Espiritual
Separação
da alma e do corpo
Sociedade
Parisiense de Estudos Espírita
Surgimento
da Doutrina Espírita
Em co-autoria:
Elio Mollo; Antonio Sérgio C. Picollo
O
Espiritismo exige responsabilidade
Elio Mollo; Ismael Lopes Rodrigues
O
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