Em 1981,
procuramos correlacionar vacinação infantil com
evangelização. Recebemos críticas. Alguns
não concordavam com o termo "evangelização".
Pensando na criança, raciocinei que isso
não lhe afetaria o estímulo imunogênico em
se tratando de resposta de sistema específico. Não
perdemos tempo discutindo a questão.
Naquela oportunidade afirmamos, sem medo de críticas,
que "A criança evangelizada seria o homem vacinado
do futuro e mesmo diante de um mundo imediatista e atribulado
responderia favoravelmente à atmosfera estressante das
grandes metrópoles." (
1 )
Comentamos ainda que "a criança
vacinada, mesmo que possa sofrer o processo de agressão
microbiana e ficar doente, dispõe de resistência
que acarreta quadro clínico mais brando e cura em tempo
menor."
Vinte anos depois (2001), já aposentado,
diante de um caso clínico no Hospital Universitário,
pude observar que uma pessoa vacinada pode realmente adoecer,
mas resistir e se curar (2). A paciente
iniciou o episódio imediatamente após participação
em uma reunião com profissionais europeus durante cinco
dias consecutivos, no Rio de Janeiro. Ela declarou ter sido submetida
ao esquema completo de imunização na infância
e a doses de reforço dois anos antes da doença.
Na era da vacinação, indivíduos adultos podem
ainda apresentar-se potencialmente susceptíveis a doença.
Vou abusar da analogia lembrando um caso dito
de "almas gêmeas".
Testemunhei “quadro clínico”
onde o paciente reencontra amor de vida passada. Toda aquela paixão
vivenciada anteriormente se lhe aflora. Um verdadeiro vazamento
do passado no presente.
O paciente, dirigente de Casa Espírita,
havia sido apresentado aos ensinamentos de Jesus (“evangelizado"
- defesa de dentro para fora).
Diante da paixão revivida o sistema de
defesa "espiritual" é acionado e se estabelece
a "guerra psico-imunológica". Em alguns casos
é necessário reforço de fora para dentro,
como antibióticos e soroterapia (desobsessão).
Na era da evangelização, indivíduos
espíritas adultos podem ainda apresentar-se potencialmente
susceptíveis a epidemia de "febre das almas gêmeas".
Com a escala de valores modificada na infância,
pelo processo de evangelização, o paciente resiste
e, aos poucos, a idéia de abandonar a mulher e os filhos
e se jogar na nova (velha) empreitada foi sendo debelada, até
que finalmente, caindo em si, a febre desaparece.
No artigo de 1981, terminamos comentando que "estabelecer
um serviço de imunização infantil eficaz
e permanente é, para qualquer país, dar um passo
adiante no sentido do desenvolvimento social e econômico;
estabelecer-se uma campanha nacional permanente de evangelização
infanto-juvenil é anunciar a era nova. É lançar
as bases para que o país venha a assumir o seu destino
de coração do mundo, verdadeiro celeiro de amor.
"
Quando escrevi este artigo (1)
meus filhos, quatro, passavam pelo processo de evangelização
na Casa Espírita. Hoje estão casados e com filhos.
Creio que a amostragem é pequena, o exemplo não
é adequado, mas a observação foi feita "in
loco" . Seus comportamentos apontam na direção
do "homem de bem" e estão conseguindo vencer
suas "febres". Não sei se assim seria se não
fosse a ação evangelizadora que vivenciaram. Ela
é responsabilidade dos pais. O Centro Espírita é
adjuvante. "Quando a gente ama é claro que a gente
cuida". Orai e vigiai, afinal, quem não tem a sua
“alma gêmea”!