Decepcionante encontrar criatura
beneficiada pelo Espiritismo sem mudança na filosofia de
vida. Ela pode ser operada por um espírito materializado
e não dar o seu depoimento, enquanto outra o faz, apresentando
foto.
Incrédulos me fazem voltar no tempo. Leewenhoek (1632-1723)
descreveu o mundo dos micróbios:
“Recebi diversos cavalheiros
que estavam ansiosos por ver os micróbios do vinagre.
Alguns deles ficaram tão enojados, que juraram nunca
mais usar vinagre. Mas o que seria se se contasse a essa gente
que existem mais germes na boca humana, vivendo na escuma dos
dentes, do que homens em todo o reino?”
Encontrei cérebros privilegiados,
mas primários em termos de inteligência espiritual.
Justiça seja feita, o que não os impedia de serem
pessoas “éticas” e estarem a quilômetros
de distância daqueles religiosos de fachada.
Kardec disse que não importa acreditar na
existência dos Espíritos, se essa crença
não nos torna melhor, mais benevolente e indulgente para
com os nossos semelhantes, mais humildes e mais pacientes na adversidade.
Pessoas sofrem da “doença da incredulidade”.
Sem fé no futuro podem chegar ao suicídio. Uns são
capazes de resistir a desgraças horríveis, outros
se suicidam depois de aborrecimentos ligeiros. Qual a causa desta
diferença?
Dados estatísticos dizem que correm risco de suicídio
as pessoas com transtorno mental. O Brasil está entre os
dez países com maior número de casos.
O Presidente Getúlio Vargas (1954), seu filho Maneco (1997)
e seu neto Getulinho (2017) suicidaram-se com revólver.
(1)
Por outro lado, “leprosos” conhecidos não chegaram
ao vazio existencial. Imprimiram ritmo em suas vidas, de dar inveja
aos “sadios”. Leda Amaral era jovem e bonita quando
a lepra a assaltou. Ficou cega aos 17 anos. Sua determinação
era tanta que aprendeu a ler com a língua.
Fico penalizado quando estou junto a um materialista na presença
da mãe que perdeu o filho. Ela está faminta de ânimo
e extenuada pela dor. O que o materialista poderia oferecer, que
pudesse anestesiar a dor e acelerasse a difícil recuperação
da alegria de viver? Como era diferente diante das cartas de Chico
Xavier!
A academia não resistirá à manifestação
livre das diversas culturas, que induzirá a universidade
a ampliar o seu universo cultural. Havendo uma revalorização
da religião surgirá necessidade de um ponto de equilíbrio.
Este ponto se coloca numa linha de pensamento que valorize a Ciência,
a Filosofia e a Religião em seus pontos de interseção.
A História do Espiritismo teve começo, mas não
terá fim. Ela começou na noite de 31 de março
de 1848. Nas paredes de madeira do barracão de John D.
Fox, começaram a soar pancadas, perturbando o sono da família
metodista. As meninas correram para o quarto dos pais, assustadas
com os golpes fortes.
Sobre as meninas do barulho, um artigo pode ser encontrado na
WEB, Reformador, abril de 1978. Detalhes num livro de Lamartine
Palhano que agradece à família Fox que venceram
barreiras sociais e religiosas, em tempos perigosos e preconceituosos.
(*)
O capítulo XII, Da Perfeição Moral,
Livro dos Espíritos, traz subtítulos: as virtudes
e os vícios, as paixões, o egoísmo, os caracteres
do homem de bem e o conhecimento de si mesmo. Os vícios
morais são o que possuem maior peso negativo, mas o pior
deles é o egoísmo. Atacá-lo é arrancar
o mal pela raiz.
Temos tendência a acreditar que a paixão é
sempre negativa. Kardec formula questão: “será
mau o princípio originário das paixões, embora
esteja na natureza?” Resposta - “Não”.
O Codificador insistiu: “como se poderá determinar
o limite onde paixões deixam de ser boas, para se tornarem
más?”
Resposta: As paixões são como um cavalo, que
só tem utilidade quando governado e perigoso quando governa.
O espírito é o cavaleiro. Possuindo
consciência lúcida, ficará no comando. As
paixões são alavancas que duplicam a força
e ajudam a cumprir desígnios.
No capítulo XVIII, Sede Perfeitos, do Evangelho segundo
o Espiritismo, Kardec coloca a Parábola do Semeador.
O amor é capaz de resumir toda a Doutrina de Jesus. Quando
o amor se transforma em ação nasce a caridade. “Discípulos
serão reconhecidos por se amarem”.
“Apascenta as minhas ovelhas.” (João,
21.17.)
O apelo ao coração de Pedro é significativo.
O Mestre não recomenda medidas drásticas para disciplina
compulsória. Apascentar ovelhas é sustentar com
alimento espiritual.
Prevendo dificuldades, apela para o uso do autocontrole e pede
para não desanimar perante a rebeldia. Sem controle do
temperamento impulsivo, não alcançaremos a serenidade.
Pede para não condenar o erro, ajudar e sempre educar.
Sem espírito de serviço não criaremos os
valores da simpatia. Sem renúncia não se experimenta
o amor puro.
Para revelar-se trabalhador fiel, pede-lhe que seja exigente consigo
mesmo. (Fonte Viva. Emmanuel. Lição
19.)
O objetivo é se tornar menos. Menos agressivo, vaidoso,
autoritário, cobiçoso, menos invejoso. Aquele que
compreende o significado da espiritualidade só se preocupa
em lutar consigo mesmo.
Perguntaram ao Professor Hermógenes qual o seu segredo
para juventude. A resposta é Fórmula Mágica.
(2)
“É
na hora do sofrimento profundo que mudamos a direção
da mente. Quando estamos envolvidos por uma situação
de estresse violento, quando imersos numa crise, é imperioso
mobilizar todos os talentos, poderes, reservas, para tentar a
superação.”
Hermógenes diz que “quando convencido da impotência
aplicava uma estratégia e sempre saia vitorioso. Diante
de Deus, entregava-Lhe o problema ou a si próprio,
confiando e predisposto a aceitar o que lhe viesse. Numa
prova de confiança, amor e fé, agradecia
antecipadamente o que Deus acha-se melhor. Alívio imediato”.
Um coração agradecido fala diretamente com Deus.
Fórmula mágica. “Entregar, Confiar, Aceitar
e Agradecer!”
A energia vital, que une o corpo, a mente e o espírito,
em equilíbrio promove o estado hígido. O indivíduo
é uma pessoa ligada a uma totalidade macroscópica
maior, por meio de um tecido contínuo progressivo que começa
na família, passa pela sociedade, pelo meio ambiente, e
acaba se expandindo para todo o universo.
A manifestação de doenças pode ser encarada
como o resultado de um desequilíbrio, que pode ter origem
no próprio indivíduo, ou ainda no seu relacionamento
com a realidade exterior. Assim, o estado de saúde é
um estado de harmonia tanto interna, quanto externa.
Muitos problemas de saúde podem ter suas origens na mente.
Sentimentos que foram persistentemente reprimidos irão
emergir como conflitos e, depois, como doença física.
Será necessário tratar os efeitos físicos,
mas é necessário fortalecer a mente, a consciência
e a inteligência, pois ocupam papéis importantes
na saúde e bem-estar.
Para os efeitos físicos do desequilíbrio podemos
usar o tratamento farmacológico tradicional. Mas ao nos
equilibrarmos, vamos conquistar a capacidade de modular a ação
farmacológica das drogas, potencializar os seus efeitos
benéficos e ainda minimizar os seus efeitos adversos.
Uma pessoa magoada está estocando energias emocionais negativas
que a impelem a se manter dominada pelo ego.
Um jovem espadachim, amigo de um monge, pensava em sucesso e fama.
De grande destreza técnica, resolveu desafiar lutadores
para chegar mais rápido ao objetivo. Ao procurar o velho
amigo, recebeu proposta: Lutaremos com espadas. Se você
me vencer, poderá ir com minha benção, mas
se eu vencer você ficará aqui, como monge.
Ele era o melhor espadachim da província e o monge nunca
havia tocado numa espada. O jovem aceitou a luta e foi rapidamente
derrotado. Entrou para o mosteiro. Mas, como o monge tinha feito
aquilo?
Qual a pergunta honesta diante de um fato inusitado? O médico,
Dr. Fructuoso, também fez a pergunta ao espírito,
após a cirurgia que presenciou. (**)
O monge respondeu: “As artes marciais e o Zen são
dois caminhos para se chegar ao mesmo fim: a unidade entre o corpo,
a mente e o espírito. Quem alcança isto sabe tudo
sobre as artes marciais e o Zen, sem nunca ter praticado nenhum
dos dois”. (***)
“O verdadeiro homem de bem pratica a lei de Justiça,
amor e caridade, na sua maior pureza”.
O que é o amor? Qual o significado da palavra caridade?
Somos justos?
Um companheiro, em vida anterior, morreu na guilhotina. Num museu
sentiu-se mal diante do instrumento. Reencarnado, trazia as energias
emocionais negativas estocadas.
“Encontros
e Despedidas”, de Milton Nascimento, faz lembrar
a reencarnação.
Mande notícias do mundo de lá, diz quem fica.
Me dê um abraço, venha me apertar, tô chegando...
Todos os dias é um vai-e-vem. A vida se repete na estação.
Tem gente que chega pra ficar, tem gente que vai, pra nunca mais...
Tem gente que vem e quer voltar, tem gente que vai e quer ficar.
Tem gente que veio só olhar, tem gente a sorrir e a chorar.
E assim chegar e partir... A hora do encontro é também,
despedida. A plataforma dessa estação é a
vida...
Pilatos declarou Jesus inocente e tentou soltá-lo por cinco
vezes. Como Ele sobreviveu por seis horas na cruz, teve tempo
suficiente para odiar. Ele diz: “Pai, perdoa-lhes, porque
não sabem o que fazem.” Lucas:
23,34.
“Entregar, Confiar, Aceitar, Agradecer.”
Uma revista de medicina discutiu a morte de Jesus. (****)
Hipóteses: embolia pulmonar; ruptura cardíaca; trauma
suspensão; asfixia; ferida da facada fatal e choque. Conclui-se
que todos os acontecimentos da execução concorreram
para o desenvolvimento do choque. Assim, o choque traumático
deve ser o principal mecanismo, da morte de Jesus.
A tortura é cruel, qualquer que seja a sua modalidade.
Os torturados são diferentes. Com o olhar penetrante de
Jesus, o bom ladrão pode morrer sem estocar energias emocionais
negativas.
Se a caridade é o amor em ação, quais os
seus contrários?
Perversidade, malignidade, crueldade, atrocidade...
Existem espécies de dádivas da vida íntima.
“Dai antes esmola do que tiverdes.” Jesus
(Lucas. 11. 41).
“Dar do que temos é diferente de dar o que detemos.”
(Emmanuel, Fonte Viva, lição
60).
No entanto, “em circunstância alguma devemos esquecer
a abnegação admirável daqueles que distribuem
pão e agasalho, remédio e socorro para o corpo,
aprendendo a solidariedade e ensinando-a. A fortuna ou a autoridade
são bens que detemos provisoriamente, na realidade não
nos pertencem”.
Quais as doações de nossa esfera íntima?
Qual é o estoque dos nossos sentimentos?
“É sempre reduzida a caridade que alimenta o
estômago, mas que não esquece a ofensa, que não
se dispõe a servir diretamente ou que não acende
luz para a ignorância.”
“O amor que se irradia em bênçãos de
felicidade e trabalho, paz e confiança, é sempre
a dádiva maior, de todas.”
Onde houver ódio, que eu leve o amor, ofensa-perdão,
discórdia-união, dúvida-fé, erro-verdade,
desespero-esperança, tristeza-alegria, trevas-luz.
Que eu procure mais consolar, compreender e amar.
Francisco diz que é morrendo que se vive, para a vida eterna.
No Espiritismo temos responsabilidade pessoal com o Cristo.
Emmanuel, Opinião Espírita: Jesus é a
porta; Kardec é a chave.