A questão da juventude é emblemática. Jovem é
isso, jovem é aquilo. Ao jovem atribuem o céu e o inferno,
a esperança e a desventura... Entretanto, o que é ser
jovem espírita? O que me diferencia dos outros ostentando esse
adjetivo?
Em um estudo realizado no início do ano de
2010 com os jovens da nossa casa, aqui em Brasília-DF, resolvi
consultar vários amigos, jovens da década de 80/90 e
hoje adultos, já “homens feitos”. Perguntei-lhes
o que significou em suas vidas ter sido um “jovem espírita”.
Vejamos as respostas, que interessantes:
1. "Foi descobrir que o corpo envelhece, mas
o espírito pode ser sempre jovem";
2. "Ter sido um jovem espírita significou
muita coisa... Mas hoje significa ser uma adulta melhor. Mais equilibrada,
mais lúcida com uma família maior, de amigos profundamente
amados";
3. "Me ensinou a ser ‘gente grande’";
4. "Ter sido um jovem espírita foi viver
intensamente com alegria, responsabilidade e compromisso com o próximo";
5. "O Espiritismo me deu os elementos necessários
para que eu escapasse com tranquilidade das muitas 'armadilhas' que
se apresentam à vida dos jovens (tais como: álcool,
drogas, sexo sem responsabilidade, ócio...) e construísse
uma família e uma carreira sobre bases sólidas";
6. "Ser um jovem espírita significou saber
as razões para ter certeza de qual caminho seguir em todas
as bifurcações que a vida me apresentou. E também
saber quando fiz a escolha errada...";
7. "Vivia e vivo minha juventude buscando ser
uma pessoa cada vez melhor comigo e com os outros e sabendo das minhas
responsabilidades para com o mundo em que eu vivo";
8. "Ser jovem espírita é percorrer
no presente uma estrada que aponta pro futuro, e que, se a gente precisar
acertar o rumo quando este futuro chegar, poderá fazer do passado
o presente, e assim nos apontar de novo a direção do
futuro";
9. "Na minha vida, ter sido jovem espírita
significou segurança, equilíbrio e uma diretriz correta
e indispensável para a minha formação para a
idade mais adulta";
10. "Ter sido um jovem espírita me deu
forças e coragem suficiente para atravessar as intempéries
da vida, caindo e levantando, mantendo a fé na providência
divina";
11. "A Doutrina Espírita foi ferramenta
essencial para entendimento da vida, da minha família, dos
meus problemas e do mundo de forma geral. Guia certo nas escolhas,
incertezas e decisões... Foi Ela que me aproximou de Deus e
que me ajuda a ser uma pessoa melhor!";
12. "Na minha vida, ser jovem espírita
significou ter um grupo de amigos com uma visão de mundo comum
- uma compartilhada certeza na existência de uma força
maior que nós, de uma razão maior para viver, de um
lugar neste e no outro mundo";
13. "Efetivamente, posso garantir que hoje minha
ética, minha vivência de vida são retas em virtude
de grandes discussões, amigos e livros com os quais tive contato
ao longo de minha vida espírita";
14. "As imagens, emoções, vibrações
que vivenciei naqueles momentos da minha vida, continuam presentes
no hoje, me amparando, guiando e fortalecendo. Sou uma pessoa melhor
do que jamais teria sido se não tivesse vivenciado todas aquelas
experiências...";
15. "Para mim, ter sido um Jovem Espírita
significou ter uma juventude intensa, sem por isso ser negligente.
Aprendi a trabalhar em equipe, a humildade de pedir e fiz grandes
amigos. Revelou-me a realidade espiritual e também a realidade
da miséria material do mundo".
Esses depoimentos, carregados de sentimentos em cada
linha, revelam a grande experiência que foi para cada um deles
ter sido um jovem espírita atuante. Foi uma experiência
profunda, que marcou as suas vidas e ajudou-os a erigir no templo
interior de cada um, a sua tabela de valores.
Uma vivência que rendeu alegrias e dores, que
fez cada um ser forte e ao mesmo tempo, mais humano. Um caminho seguro
que revelou a realidade da vida, ao mesmo tempo em que mostrou a importância
de se sonhar com um mundo melhor.
Mas, por que falar disso? Por que buscar no passado
dessas pessoas esses significados? Talvez porque você jovem
que nos lê não tenha percebido o tesouro que repousa
em suas mãos, que é pertencer ao movimento espírita.
Um tesouro que só tem valor se soubermos mergulhar na sua essência.
Se não, pode se converter em uma prática exterior e
fria, distante de nosso coração.
Fica a reflexão sobre que significado tem na
nossa vida ser um jovem espírita. Como temos lidado com a nossa
espiritualidade? Assunto proveitoso para pensarmos, como Espírito
imortal que somos, na longa trajetória da evolução.