Segundo aqueles que nos exercitam
o raciocínio, e às vezes a paciência, questionando
a cerca da lógica da doutrina reencarnacionista, eis mais
uma interrogação a que nos submetem com relativa
freqüência:
Se admitirmos a continuidade
da vida além do mundo físico, fatalmente nos encontraremos
após a morte com nossos parentes. Considerando a pluralidade
das existências, teremos a esdrúxula situação
de depararmos no mundo espiritual com a presença de dezenas
de esposas, mães, pais e centenas de filhos. Em última
análise, perder-se-ia o sentido de família.
Sosseguem os preocupados e não
se entusiasmem os polígamos, tal fato não ocorre.
Inicialmente, cumpre chamar a atenção para o fato
das ligações de caráter reprodutivo serem
adequadas ao nosso mundo físico onde a máxima “crescei
e multiplicai-vos” depende fundamentalmente da diferenciação
de sexos e do intercâmbio sexual entre as criaturas encarnadas.
A conceituação de família a nível
espiritual é diferente, mesmo porque os espíritos
não baseiam suas afeições em moldes e necessidades
idênticas às terrestres.
O infundado temor de que a parentela aumente indefinidamente,
em virtude dos renascimentos sucessivos, tem também um
fundo egoístico inconsciente. Demonstra naquele que sente,
insuficiência de amor amplo para conter um número
elevado de pessoas. Quem tem oportunidade de educar muitos filhos,
não os ama menos pelo fato de serem em maior número,
ao contrário cada vez desenvolve mais o amor.
No mundo espiritual temos notícia que a vivência
acontece por similaridade de nível evolutivo. Não
estaremos próximos daqueles que não sintonizarem
com nossa faixa vibratória sejam parentes ou não.
Se os diferentes gostos e preferências até aqui no
planeta terra afastam as criaturas, o mesmo ocorre no plano extra
físico, e com muito maior intensidade.
O rótulo do parentesco nada significa
quando não há semelhança energética.
Há espíritos que, embora tenham sido parentes na
vida física, situam-se em planos muito diversos (portanto
distantes) de seus parentes, em função de sua natureza
íntima lhes ser completamente distinta da parentela física.
Façamos uma comparação
entre a tese reencarnacionista e a doutrina anti-reencarnacionista,
no sentido da valorização da família. As
ligações familiares não sofrem destruição
alguma com a reencarnação, como nossos inquisidores
supõem. Ao contrário, observaremos, pelo raciocínio
a seguir, que as mesmas se tornam mais autênticas e duradouras.
No mundo extrafísico, os
espíritos constituem famílias interligadas pelo
amor e pela simpatia. Felizes por se acharem juntos, eles se buscam
uns aos outros. A encarnação apenas temporariamente
os afasta do convívio de seus entes queridos, uma vez que
ao retornarem à pátria espiritual, novamente se
associam tal qual parentes que voltam de uma viagem.
Freqüentemente reencarnam
no mesmo seio familiar auxiliando-se mutuamente. Aqueles que permanecem
no plano espiritual, continuam a manter sua união pelo
vínculo do pensamento de amparo e afeição.
Vida após vida, os laços afetivos ficam mais estreitos
pois se reencontram ora no mundo físico ora no plano espiritual,
burilando cada vez mais a qualidade do vínculo que os une.
Parentes que, aqui na Terra realmente
se estimam, atestam, inclusive, ligações pretéritas
que os agruparam novamente na vida atual. Comum é escutar
a referência popular sobre pessoas que “parecem não
ser da família” tão expressiva a diversidade
ética ou de caráter que demonstram com relações
aos demais membros do mesmo núcleo familiar.
Na realidade, muitos que convivem
sob o mesmo teto o fazem para a superação de incompatibilidades
sérias e necessitam perdão mútuo. A presença
de espíritos antipáticos no núcleo familiar
tem por objetivo o progresso de todos os envolvidos. Não
eram parentes espiritualmente falando, mas poderão vir
a ser ao desenvolverem entre si laços de amor genuíno.
Segundo os conceitos tradicionais
da vida única, a sorte pós-túmulo dos membros
da família, estaria definitivamente selada com o desenlace
físico. O sofrimento eterno ou as bem-aventuranças
permaneceriam asseguradas em função das atitudes
comportamentais durante a vida.
Desta forma, a doutrina não-reencarnacionista
separa definitivamente pais e filhos, maridos e esposas que permanecem
“condenados” ou sem esperanças de se reverem.
A idéia de uma vida só ou unicidade da existência
levaria a destruição total dos laços de família.
A filosofia reencarnacionista
oferece uma visão menos sombria informando que todos os
que se amam voltam a se reencontrar e sobretudo, conforme foi
dito, “nenhuma das ovelhas se perderá”. Não
há almas condenadas eternamente.
As reencarnações
nos ensejam a certeza não só do reencontro dos afetos,
mas a segurança de que a felicidade futura será
o destino de todas as criaturas. Há solidificação
e a ampliação dos laços do amor.
Fonte:
http://www.ieja.org/portugues/Estudos/Artigos/p_reecarnadissolvefamilia.htm
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